O negócio correu bem a quem esteve a comercializar os seus produtos na Feira dos Frutos, pelo menos aos expositores que falaram com a Gazeta das Caldas. Os comerciantes consideram que o certame se tem consolidado e, se é certo que a grande maioria dos visitantes só vai à hora dos concertos, também é verdade que muitos compram os produtos que ali estão à venda durante os 10 dias.
Ao final da tarde de sábado, penúltimo dia do evento, Edite Leitão, proprietária dos Frescos da Vila, já tinha esgotado os 1100 copos de papel, que vende cheios morangos, por 1 euro. A empresária, de Mafra, participa desde a primeira edição e não poupa elogios aos certame. “Há pessoas que vêm de propósito para vir buscar os nossos morangos”, conta, especificando que apenas vendem morango colhido no dia. “Não tem acontecido mas, se por acaso o morango sobrar, nós levamo-lo e temos locais para o escoar, como gelatarias” explica, enquanto separa as encomendas que já tem e espera a chegada do marido com mais caixas.
Como nota de curiosidade, Edite Leitão regista a forte procura, sobretudo por parte dos jovens, do copo de morangos, que levam e consomem como se de um sumo se tratasse.
Os morangos comercializados são produção própria. Começaram em 2000 e têm cerca de 100 mil plantas na zona de Mafra. Na campanha da colheita a Frescos da Vila emprega até 15 pessoas e durante todo o ano conta com quatro trabalhadores. Para além do morango, que produzem, também comercializam todo o tipo de frutas e legumes, possuindo vários pontos de venda.
À venda está também doce de morango, mas a responsável esclarece que se trata de um negócio marginal. Colocam-no sobretudo para embelezar a banca e em certame em que já não existe esta fruta em fresco para venda.
Vendas centradas na Maçã de Alcobaça
Carla Simões, da Frutalvor, também se mostrou satisfeita com as vendas e, sobretudo, com a adesão do público ao certame. Considera que há uma afluência crescente de público ao certame. Os principais clientes são pessoas com alguma idade ou aquelas que vêm à feira não só para ver os espectáculos.
“As vendas centraram-se muito na maçã de Alcobaça e dos sacos que tínhamos com esta fruta”, disse. A responsável da cooperativa de produtores explicou ainda que este ano havia mais fruta no certame, resultado da colheita estar a ser feita mais cedo.
Considera que ainda é cedo para falar em números pois a campanha ainda vai a meio, mas Carla Simões avança que a colheita da maçã poderá estar acima da média. “A qualidade é muito boa, a cor nas maçãs é óptima e acho que é um ano que tem tudo para correr bem porque a fruta tem bom sabor”, disse à Gazeta das Caldas.
A Frutalvor está presente no certame desde a primeira edição e aposta sobretudo na pera Rocha do Oeste e maçã de Alcobaça, os nomes que depois os consumidores podem procurar no supermercado. “Pretendemos promover e dar a perceber que a fruta desta região é realmente boa e diferenciada da de outras origens”, disse a técnica, acrescentando que se trata de um bom evento para incentivar ao consumo de fruta nacional.
Doces saudáveis para comer “sem culpa”
Joana Ribeiro estreou-se como expositora na Feira dos Frutos com os seus bolos “Sem Culpa”. Tratam-se de doces saudáveis, adoçados com stévia líquida e confeccionados com farinha de aveia integral, sem corantes e conservantes, chocolate negro 70% de cacau. O óleo de coco é usado apenas para derreter o chocolate, sendo que os bolos não levam qualquer adição de gordura.
O “Sem Culpa”, bolo de chocolate com frutos vermelhos, que dá nome ao projecto é o líder de vendas, mas também o de cenoura e o de nozes foram bastante procurados, explica a jovem doceira, que aproveita as vendas para explicar o conceito.
O negócio existe há um ano e três meses e as encomendas são feitas através das redes sociais e a entrega é feita em mão ao cliente, pois Joana Ribeiro ainda não possui um espaço aberto ao público. A jovem residente nos Casais da Ponte, Coto, refere que o projecto tem evoluído aos poucos, “pois nem toda a gente tem abertura suficiente para experimentar”. O objectivo passa por manter a qualidade do bolo quase caseiro, com os produtos mais saudáveis.
Todos os meses há uma novidade, pode ser um sabor, para aproveitar as frutas das épocas ou o assinalar de datas festivas, como Natal, dia dos namorados ou dia da mulher.
“Frutos foi o ponto de partida”
Alexandra Rego, dos Fofos da Rainha, contou à Gazeta das Caldas que a Feira dos Frutos estava a correr bem. “Tem estado dentro da normalidade e agora para o fim tem estado a melhorar bastante, talvez por ter ganho o prémio, mas também porque os bolos agora são feitos aqui na carrinha, à frente dos clientes, estão sempre a sair quentes e vem o cheirinho para a rua”, afirmou, acrescentando que a Frutos “é um bom evento para vender e foi o ponto de partida para este negócio”. Este ano apresentaram o bolo de chocolate com limão e cobertura de frutos vermelhos e conseguiu ganhar um prémio da feira. “Inspirei-me no tema da feira, que são os frutos, para fazer esta receita e achei que era uma boa combinação para o chocolate”, contou Alexandra Rego.
A empresa nasceu na Praça da Fruta há quatro anos, com uma banca com bolos. Tem participado todos os anos na Frutos. Desde Outubro do ano passado adquiriram uma carrinha de street food e têm estado presentes nos eventos na região e noutros locais do país. “Todos os anos a empresa tem vindo a crescer”, revelou.
Vendas semelhantes ou superiores
Na mesma linha de pensamento, Tiago Ferreira, da Gramas com Sabor, disse à Gazeta das Caldas que, “em termos de vendas, este ano está equiparado aos anteriores” e que a Frutos “
”.
Entre a gama de produtos que vendem, os mais procurados são as Leonores, que foram lançadas e premiadas na Frutos 2016, mas também as de manteiga de amendoim com chocolate. Este ano não trouxeram novidades, mas já estão a preparar receitas para o próximo ano.
Tiago Ferreira fez ainda dois showcookings onde preparou um wrap de maçã e legumes e uma tarte de maçã caramelizada. Além disso, foi ainda o responsável por um workshop com crianças em que cozinharam umas areias de chocolate com maçã desidratada.
A empresa caldense está quase a celebrar o sexto aniversário e tem vindo a crescer ano após ano.































