Exposição retrata 50 anos do escutismo em Óbidos e no Oeste

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A exposição retrospetiva de meio século de escutismo em Óbidos e no Oeste está patente no Espaço Ó até ao próximo domingo

Meio século de escutismo celebrado com exposição e partilha de memórias de antigos e atuais escuteiros

Para o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, a passagem nos escuteiros revelou-se decisiva para perceber qual o caminho a percorrer. “Na altura [finais da década de 1970] não sabia o que queria ser quando crescesse e foi uma especialidade nos escuteiros, o socorrismo, que me definiu a vida”, revelou António Sales, na cerimónia de inauguração da exposição sobre os 50 anos do escutismo em Óbidos e no Oeste, que decorreu na tarde do passado sábado, 4 de dezembro, no Espaço Ó.
O governante referiu-se à experiência na adolescência que lhe deu motivação para depois seguir medicina e tornar-se profissional de saúde e lembrou os anos em que foi escuteiro no Agrupamento do Bombarral, manifestou o seu reconhecimento a este movimento, que apelidou de “escola” de valores e de vida. Na presença de amigos dos tempos que passou no agrupamento de escuteiros, António Sales disse ter vivido uma “experiência extraordinária” e que os valores que lhe incutiram, de solidariedade, cooperação e, acima de tudo, de serviço aos outros, têm sido muito importantes não só na sua vida profissional, como para fazer face à atual fase pandémica.
“A proteção dos mais vulneráveis, cooperação intersectorial, entre diferentes áreas do governo e as forças da sociedade civil, vem-se aprender muito à raiz do escutismo”, disse o governante à Gazeta das Caldas.
Também presente na cerimónia, D. José Traquina, bispo de Santarém, lembrou que colaborou na reabertura do agrupamento de Alcobaça com o contributo que recebeu do agrupamento das Caldas da Rainha.
Nas últimas décadas, o sacerdote tem-se mantido ligado ao movimento escutista, que considera ser “uma escola de cidadania”. “Nos tempos que correm, em que a marca cultural é o individualismo, o escutismo tem um papel importantíssimo no contributo que tem para o crescimento dos jovens”, disse o alcobacense, destacando ainda a promoção da vida ao ar livre e de proximidade com a natureza.
Também o presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel, realçou as competências que os mais novos recebem no escutismo e parabenizou os “faróis” destes jovens, referindo-se aos dirigentes e antigos escuteiros.
No evento que encerrou as comemorações do 50º aniversário do agrupamento de escuteiros de Óbidos, o chefe Pedro Ventura, lembrou palavras que “levam a sério” como empreendimento e aventura, para recordar as iniciativas que conseguiram concretizar num ano difícil de pandemia.
A exposição, que se encontra em Óbidos até 12 de dezembro (e em que cada um dos dias é dedicado especialmente a uma década), composta por fotografias, uma fita do tempo e diversos objetos escutistas, é retrospetiva de meio século de funcionamento dos 34 agrupamentos que estão ativos no Oeste. Já esteve em Peniche e depois partirá para a Lourinhã, devendo chegar aos 10 concelhos do núcleo do Oeste.
A parte da mostra sobre o agrupamento de Óbidos será depois colocada no salão nobre da sede do agrupamento de escuteiros, que funciona na antiga escola primária, explicou José Machado, escuteiro que esteve na fundação do agrupamento de Óbidos e que atualmente é um dos representantes do Oeste no Conselho Nacional de Representantes do Corpo Nacional de Escutas.

Comemorações em 2022
Durante o ano de 2022 continuam as comemorações do 50 anos do Núcleo do Oeste, com várias atividades, entre elas um encontro de dirigentes, com mais de 200 pessoas, em março, em Óbidos, e um conselho de núcleo, em setembro, nas Caldas. Está também a ser preparado um livro sobre a história dos 50 anos de Escutismo do Oeste, que inclui testemunhos de antigos escuteiros, designadamente D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Traquina, Bispo de Santarém, D. Nuno Brás, Bispo do Funchal, e dos secretários de Estado do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel (Torres Vedras), e da Saúde, António Sales (Bombarral).
“O que se pretende é uma dinâmica para dar visibilidade ao escutismo no seu âmbito local”, explicou o chefe de Núcleo do Oeste, Carlos Pacheco.
Este núcleo inclui cerca de 3000 pessoas, entre adultos e crianças, de 34 agrupamentos de 10 concelhos, que vão desde Mafra a parte do concelho de Alcobaça. ■

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