Ex-alunos e professores da Raul Proença evocam escola

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Sessão solene dos 50 anos de história da escola que se transformou em agrupamento, decorreu no CCC a 4 de junho

Aos 83 anos o padre Eduardo Gonçalves “ainda se revê” no Agrupamento de Escolas Raul Proença. Começou a dar aulas na secção liceal em 1971, juntamente com o caldense José Lalanda Ribeiro, ano em que o estabelecimento de ensino começou a funcionar, nos Pavilhões do Parque.
“Tempos heroicos aqueles… a escola começou com cinco turmas e nós éramos um grupo de meia dúzia de professores, era tudo uma família”, recordou o antigo docente, dando também conta do “ambiente extraordinário” do Parque para darem as aulas. As aulas e brincadeiras dos alunos no Parque D. Carlos foram também recordadas pelo antigo diretor do Colégio Militar, José Feliciano, num painel de antigos alunos e professores, moderado por Cândida Calado e intitulado “O liceu no meu ADN”. Entre os testemunhos gravados, foi apresentado o do secretário de Estado Adjunto da Saúde, Lacerda Sales, que destacou que parte do homem que é hoje deve-o à passagem pelo antigo liceu caldense, de onde guarda as melhores memórias e fez amizades para a vida.
A importância sociológica que o estabelecimento de ensino teve para a vida dos jovens das aldeias dos arredores, o impacto que a passagem para as novas instalações, no Bairro dos Arneiros, teve para os alunos e a sua abertura atribulada, foram outras das partilhas feitas pelos oradores, durante a manhã de sábado, no CCC.
Num segundo painel, alunos e professores falaram com um diretor, João Silva, sobre o futuro com História deste agrupamento. Enquanto os alunos e antigos alunos destacaram o sentimento de pertença e a qualidade do ensino ali ministrado, os professores falaram da vocação e paixão necessárias para ensinar. Foram ainda destacados a cultura de escola, o rigor no ensino, mas também a formação integral dos alunos.
João Silva, diretor do Agrupamento de Escolas Raul Proença, realçou que a identidade própria deste agrupamento deve-se não apenas aos diretores e presidentes dos conselhos diretivos mas a toda uma equipa, composta por professores, funcionários, alunos, encarregados de educação e parceiros. “Durante tempos a escola preocupava-se com o ensinar, depois passámos para o paradigma do aprender e agora estamos muito na questão dos afetos”, disse o responsável, acrescentando que não se enquadram no ensino de massas, apesar do número de alunos. “Apostamos no individualizado, no concretizar os sonhos de cada um, é isso que é muito importante”, sustentou.
Na sessão solene comemorativa dos 50 anos do Liceu, 40 anos da Escola Secundária Raul Proença e 10 anos do Agrupamento de Escolas, João Silva falou também de um dos grandes desafios que se colocam: a necessidade de obras nos estabelecimentos de ensino, em particular na Raul Proença. Também o presidente da Câmara, Vítor Marques, falou das dificuldades que se perspetivam ao nível do recrutamento de professores, mas mostrou-se optimista tendo em conta a qualidade e “atitude” das escolas caldenses. Outro desafio que apontou é a necessidade de contrariar o isolamento provocado pelo período de pandemia.
O chefe do executivo destacou ainda a abertura que a escola tem vindo a fazer à comunidade e a “interagir com todos”, um caminho que considera “bastante importante”.
Exposição Casa dos Barcos
Encontra-se patente até hoje à tarde, na Casa dos Barcos, a exposição “O AE Raul Proença no meu ADN”, integrada nas comemorações que a escola está a promover. A mostra lembra o passado mas também mostra o futuro, através dos trabalhos artísticos de vários ciclos de ensino. Um grupo de docentes fez um levantamento de notícias publicadas em jornais, entre elas na Gazeta das Caldas, e também recolheu trabalhos de cerâmica, madeira, que mostram a oferta variada do agrupamento.Expostos estão também o livro de atas desde a criação da escola e a medalha de honra da cidade, atribuída este ano ao agrupamento. ■

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