ETEO partilhou experiência com escola de Cabo Verde

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ETEO

Dois alunos e o coordenador do curso Técnico de Energias Renováveis estiveram durante uma semana (18 e 23 de Julho) em Cabo Verde para partilhar a experiência de ensino nesta área. No próximo ano lectivo a Magensinus – Escola de Negócios e Tecnologias de Cabo Verde irá abrir também um curso semelhante, para formar profissionais para a instalação, manutenção e conservação dos equipamentos.

“A viagem a Cabo Verde foi muito boa. Estava à espera de não encontrar projectos nenhuns e, quando lá cheguei, percebi que já estão a trabalhar nesta área”. Esta a impressão com que ficou Anaide Neves, de 19 anos, finalista do primeiro curso de energias renováveis da Escola Técnica e Empresarial do Oeste (ETEO) que esteve durante uma semana em Cabo Verde, juntamente com um outro colega, Johnni Fonseca, e o coordenador do curso, Almerindo Almeida.

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Esta parceria surgiu com o convite da escola de Cabo Verde para que a ETEO pudesse dar alguma assessoria na instalação do curso técnico de energias renováveis, que irá ter quatro anos e será protocolado entre aquele estabelecimento de ensino e o Instituto de Emprego e Formação Profissional daquele país. “Levámos o testemunho dos alunos finalistas, apresentámos e discutimos os conteúdos programáticos do curso aos futuros professores e fizemos a adaptação do edifício às práticas simuladas”, resumiu Almerindo Almeida.
De acordo com o responsável, Cabo Verde tem “excelentes” níveis de vento para a produção de energia eólica, assim como de média solar/ano para a energia solar térmica e fotovoltaica. “As energias renováveis já estão a ter alguma implantação no terreno”, adiantou.
A comitiva visitou alguns projectos em desenvolvimento, entre eles pequenas unidades de energia solar para alimentar bombas que fazem a captação de água a 150 metros e que depois enchem reservatórios com capacidade de 25 mil metros cúbicos de água.
Almerindo Almeida especifica que o principal problema de Cabo Verde é a falta de água, pois esta encontra-se a grande profundidade. Através desta solução é possível captá-la e encher depósitos que permitem às populações ter água armazenada para as regas das suas culturas.
“Isto é uma politica, na área da orientação estratégica e das energias, muito correcta”, disse, acrescentando que também estão a montar vários aerogeradores, para o aproveitamento do vento.
O curso que será implementado será uma “mais valia” e um apoio ao investimento estatal que está a ser feito nessa área. “Não basta ter a tecnologia, é preciso fazer a instalação, manutenção e conservação dos equipamentos, e é isso que estes técnicos poderão fazer”, resumiu.
O grupo foi ainda convidado a voltar a Cabo Verde mais duas vezes, no próximo ano para aferir da evolução do curso e, depois, no final, dentro de dois anos.
Na ETEO o curso “é um sucesso”, diz o seu coordenador, que este ano viu sair os primeiros 23 finalistas. Este ano vão entrar 25 alunos, mas havia quase o dobro das inscrições.
O ano passado ganharam o concurso “Rock in Rio Escola Solar” e, com o financiamento criaram a aldeia renovável. A partir do próximo ano lectivo, esta “aldeia” será aberta à comunidade, podendo os visitantes tomar contacto com os processos de eficiência energética, captação de água das coberturas, bombas solares, energia solar fotovoltaica, energia solar térmica, eficiência energética e sustentabilidade.
Existe também uma horta biológica mantida pelos alunos. Os produtos daí provenientes vão para o refeitório e os resíduos são transformados na compostagem e depois devolvidos à terra como fertilizante.
Também elemento da direcção da AIRO, Almerindo Almeida adianta que esta associação sempre se preocupou para que, nas áreas tecnológicas, os cursos tenham uma vertente profissional com uma componente prática muito concentrada no método demonstrativo.
Salienta que “perde-se muito tempo para aprender muito pouco” e o sistema de ensino regular não torna a escola aliciante. “Aprender fazendo e adaptando às tecnologias de hoje é a forma correcta de evoluirmos no conhecimento”, diz, acrescentando que estes cursos técnicos estão muito direccionados à vida activa.

AIRO vai lançar universidade corporativa nas Caldas

A Associação Industrial da Região Oeste (AIRO) “vai lançar uma universidade coperativa com doutoramentos, mestrados e pós-graduações”, informou Almerindo Almeida. Actualmente já estão assinados protocolos de parceria com o Instituto Politécnico de Leiria e com a Universidade Fernando Pessoa, estando ainda prevista a formalização de parcerias com outras instituições de ensino superior.
Os doutoramentos irão incidir nas áreas alimentar, termalismo, cerâmica, património e marketing das cidades e do território.
“A AIRO quer mexer com a economia por via da construção das universidades corporativas, que é uma forma de centralizar as áreas do conhecimento e do saber”, explicou o responsável, adiantando que actualmente já existem 49 pessoas – todos licenciados e alguns com mestrado e doutoramento –  a “pensar o território e a região numa perspectiva de Oeste activo”.
Almerindo Almeida lembra que a implementação dos cursos de especialização tecnológica (CET) de nível 4 na ETEO já são um resultado deste protocolo com o IPL. Este ano vão aumentar o número destes cursos, que passarão a ser seis. São eles Técnico de Energias Renováveis, Técnico de Higiene e Segurança do Trabalho e Ambiente, Técnico de Multimédia, Técnico de Fotografia, Técnico de Turismo e Técnico Auxiliar de Acção Médica.

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