Etapa de 2013 só está garantida a 85%

Há precisamente um ano a Rip Curl renovou a licença da etapa portuguesa até 2014, mas isso não é só por si garante que a praia dos Supertubos vá continuar no calendário mundial por mais dois anos. Quem o disse foi António José Correia, presidente da Câmara de Peniche, à Gazeta das Caldas.
O edil está confiante que a prova terá seguimento, com tudo de bom que tem trazido à região, mas adianta que, até agora, apenas 85% do orçamento – que este ano deverá ter rondado os 1,6 milhões de euros – está garantido. Isto deve-se à pretensão da Rip Curl, o principal patrocinador, em reduzir a sua participação, que nas três primeiras edições ascendeu a praticamente metade.
“Há provas que podem não se realizar, aconteceu este ano com uma da Billabong e também com o Search da Rip Curl, há problemas financeiros a que as marcas não estão imunes, mas o que pretendemos é que a nossa continue”, sublinhou o autarca.
“Os nossos patrocinadores estão satisfeitos com o retorno que têm tido, temos até final de Novembro algumas reuniões cujo resultado será importante para a prova de 2013 se concretizar, diria que a probabilidade de mantermos a prova no calendário é actualmente de 85%,  mas estou optimista”, reforçou.
António José Correia lembra que este evento é financiado a 80% por capital privado, mas sustenta que se há uma política de apostas nos recursos do mar, é também preciso passar essa política do papel para a prática.
A própria autarquia de Peniche é um dos parceiros, mas não em termos de capital, “a nossa participação é por afectação de custos fixos”, por exemplo através de maquinaria própria, a criação do espaço para o festival de música que decorreu ou ainda a limpeza dos espaços, num total que rondará os 80 mil euros. Um custo insignificante atendendo à promoção criada que “tem um efeito multiplicar muito elevado”, observa.

CAR consolida ‘Capital da Onda’

A autarquia aproveitou este evento e o grande aparato de comunicação social à escala global para inaugurar o Centro de Alto Rendimento do Surf e divulga-lo por todo o mundo, numa acção estratégica bastante perspicaz.
“Aproveitámos os media internacionais para divulgar a imagem do centro, e o facto de os surfistas presentes se terem associado foi muito importante, fez chegar a mensagem à Austrália, ao Brasil, um pouco por todo o mundo e já há demonstrações de interesse para que venham surfistas tomar contacto com o CAR”, adiantou António José Correia.
O CAR vem completar ainda mais a oferta que a cidade tem nesta vertente do turismo desportivo de mar. “Esta conjugação da qualidade das ondas, o CAR, o nosso atendimento, a gastronomia, consolida ainda mais a marca de ‘Capital da Onda’ e o surf  é já um importante factor de promoção externa de Portugal, mas também interna, é um grande impacto sem dúvida  para o país, mas também para a região, por exemplo para Óbidos pela unidade hoteleira que possui e pelos campos de golfe”, sustentou.

J.R.