Estudo revela que utentes do CHON estão muito satisfeitos

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O presidente do CHON, Carlos Sá, mostrou-se satisfeito com a opinião dos utentes

O Centro Hospitalar do Oeste Norte aparece a meio da tabela nacional num estudo que avalia a opinião dos utentes no atendimento em internamentos, urgências, consultas externas e cirurgia do ambulatório. Mas tem índices de satisfação sempre acima dos 80%, excepto nas urgências.
Em causa estão itens como a imagem, o processo de admissão, as instalações, os médicos e enfermeiros, os tratamentos, o tempo de espera e as reclamações. O item que pesa mais na classificação negativa é sempre o das reclamações, principalmente por causa do tempo de espera, sendo que ao nível do pessoal é demonstrada uma grande satisfação. Curiosamente também em relação às instalações não foi revelada muita insatisfação.

O presidente do CHON, Carlos Sá, fez uma conferência de imprensa para apresentar os resultados deste estudo, no qual se mostrou satisfeito com a opinião dos utentes “apesar das dificuldades”.
No entanto, os números apresentados aos jornalistas não tinham a “classificação” obtida por este centro hospitalar a nível nacional e caso a caso apenas fazia a comparação com as outras unidades da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT). De referir que o próprio estudo divide os vários hospitais e grupos, sendo que o CHON faz parte do grupo IV.
Para aferir os resultados a Gazeta das Caldas consultou relatórios disponibilizados na Internet pelo Ministério da Saúde e por outra unidade de saúde.
A quarta edição deste estudo foi realizada pela Administração Central do Sistema de Saúde, IP (ACSS), em parceria com o Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa (ISEGI-UNL), mas é a primeira avaliação feita depois de constituído o CHON.
Foram avaliados 39 hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais) e 23 hospitais SPA (Sector Público Administrativo, no qual está incluído o CHON) e entrevistados utentes com idade inferior a 80 anos que frequentaram a consulta externa, utilizaram o serviço de urgência, usufruíram de uma cirurgia de ambulatório, ou estiveram internados nestas unidades no primeiro trimestre de 2009.
As 29 mil entrevistas deste estudo foram realizadas entre Julho de 2009 e Março de 2010, sendo que foram entrevistados 540 utentes do CHON.
Em relação à satisfação nas consultas externas (10 especialidades), o CHON conseguiu um índice de 80,6%, quando a média na área da ARS-LVT foi de 77,6%. A nível nacional o CHON aparece em 29º lugar.
Na cirurgia de ambulatório o índice de satisfação é de 82,4%, um ponto percentual abaixo da média da ARS-LVT e em 40º lugar a nível nacional.
Nas urgências o CHON tem um índice de satisfação de 66,8% enquanto a média em Lisboa e Vale do Tejo foi de 64,8%. Nos relatórios consultados não foi possível apurar a classificação a nível nacional, mas o centro hospitalar sedeado nas Caldas ficou um pouco abaixo da média de todos os hospitais (70,1%) e dos do grupo IV (69,4%).
No internamento o índice de satisfação é de 82,5%, para uma média na ARS-LVT de 79,6%. O CHON aparece em 26º lugar a nível nacional. No item da alimentação o índice é bastante superior à média de Lisboa e Vale do Tejo.
Falsas urgências atrapalham serviço

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Os problemas do CHON estão identificados e Carlos Sá tem vindo a implementar medidas para os tentar reduzir, mas em relação ao tempo de espera nas urgências acha que muitas vezes se deve às pessoas que se dirigem aquele serviço sem necessidade.
“Infelizmente vivemos num país onde as urgências são um local de destino para todas as pessoas, quando devia ser apenas para os casos agudos”, lamentou.
Segundo dados que estão a ser apurados pelos serviços, “cerca de 70 a 80% dos casos que recorrem ao serviço de urgências do CHON não tinham necessidade de cá vir”. São os casos referenciados como “verdes” e “azuis” de acordo com o sistema de triagem de Manchester, que servem apenas para reduzir a qualidade do serviço.
Uma das ideias que poderão implementar será a separação dos utentes das não-urgências dos que realmente têm casos graves. “Mas temos um problema de falta de espaços físicos”, referiu.
O CHON tem reunido com os responsáveis do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste para discutir metodologias que reduzam o acesso indevido às urgências do hospital.
Carlos Sá acha que mesmo depois da criação das Unidades de Saúde Familiar a procura das urgências não diminuiu. Na sua opinião, no “mercado” da saúde a procura aumenta proporcionalmente à oferta. “Quando tivermos o TAC no hospital não tenho dúvida nenhuma que a prescrição deste tipo de exames vai disparar”, afirmou.

 

Caldas, Peniche e Alcobaça vão ter obras e equipamentos novos

Em Abril deverão ter início as obras de adaptação do hospital de Alcobaça, onde passarão a ser feitas todas as cirurgias de ambulatório de adultos da área do CHON. A partir de Maio todos os utentes que necessitem de cirurgia de ambulatório terão que ir a Alcobaça.
“Concluímos que dos três hospitais do CHON, o de Alcobaça é o que permite dar as melhores condições de trabalho e qualidade de serviço” neste sector. Carlos Sá refere que isso irá aumentar a capacidade de resposta do CHON, com uma média de quatro cirurgias à tarde “e porventura quatro à tarde também”.
No hospital de Peniche as obras de readaptação do hospital para a área dos cuidados continuados, no valor de dois milhões de euros, ainda vão a concurso público. Como esse processo demora três meses, Carlos Sá coloca a hipótese das obras só arrancarem depois do Verão para que não coincidam com o período em que mais pessoas estão em Peniche.
“O hospital vai ficar praticamente como se fosse novo”, salientou Carlos Sá. O prazo para a conclusão das obras é de 280 dias.
Estão também previstas obras para o hospital das Caldas, a primeira das quais, no serviço de obstetrícia, terá tido início já depois do fecho desta edição.
O concurso público para a aquisição do TAC (Tomografia Axial Computadorizada) para o hospital das Caldas será lançado em Abril.
“Não faz sentido que um hospital como este não tenha autonomia ao nível da realização de TACs”, comentou Carlos Sá, que sublinha que os custos com a imagiologia serão também reduzidos.
Vão ser ainda adquiridos outros equipamentos, nomeadamente dois ecógrafos, um mamógrafo, um raio-x e um sistema de informatização para disponibilizar digitalmente os exames em qualquer um dos três hospitais (PACS – Picture Archiving and Communication System – Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens). “Espero que em Setembro esteja tudo a funcionar”, disse o presidente do CHON.
No total serão gastos em equipamento cerca de 1,1 milhões de euros, comparticipados a 70% pelo QREN.

 

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1 COMENTÁRIO

  1. Tenho várias razões de queixa do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, inclusivé já utilizei o livro de Reclamações mas a mais grave foi qd dei entrada com falta de ar e estiveram 2 semanas a dar-me oxigénio e mandar-me para casa pq diagnosticaram uma pneumonia e apesar dos meus pedidos para me enviarem para o Ipo pois sou doente oncologica e já tinha tido 2 recidivas, só me enviaram para lá para ser transferida para o Pulido Valente com uma linfogiose pulmonar ( cancro de pulmão) onde estive em coma 13 dias ventilada nos Cuidados Intensivos e sobrevivi graças ao excelente acompanhamento que os médicos do IPO me deram enquanto estive no Pulido.Bem hajam.Nestas urgências brinca-se com a vida das pessoas.Tenho várias outras histórias para denunciar se for o caso.No verão passado tive uma intoxicação alimentar e recorri às urgencias do IPO.É triste mas é a realidade.