Decorre na próxima terça-feira, 6 de Maio, a primeira das três sessões de diagnóstico do termalismo nas Caldas da Rainha, no âmbito de um estudo prospectivo sobre os prováveis e desejáveis ou temíveis cenários num horizonte de 2035, que irá ser realizado nos próximos cinco meses.
O estudo, que foi apresentado na passada segunda-feira numa conferência de imprensa, surge no âmbito de uma parceria da autarquia caldense e o Cencal.
O presidente da Câmara explicou que este protocolo de entendimento surge para que seja possível a colaboração de José Luiz de Almeida e Silva, director de planeamento do Cencal e um especialista em análise prospectiva.
O objectivo deste estudo é o de antecipar quatro ou cinco cenários para o horizonte de 2035, altura do 550º aniversário da fundação do Hospital Termal pela Rainha D. Leonor. Segundo o coordenador do estudo, pretende-se colocar as termas “dentro do contexto do movimento termal, enquadrado na melhoria do bem-estar da população em geral e não apenas dos doentes atingidos por doenças do foro respiratório ou reumatismal”.
Para começar será feito um estudo retrospectivo dos últimos 30 anos das termas caldenses, recolhendo todo o material (relatórios, estudos e outros) realizados neste período, bem como fazer uma narrativa histórica sumária das termas desde a sua fundação, “que servirá para consolidar e solidificar a importância do trabalho a realizar nas fases seguintes”, explicou José Luiz Silva.
As sessões de diagnóstico da situação actual e do potencial do centro termal caldense, que começam dia 6, realizam-se seguindo a metodologia da escola de prospectiva francesa de Michel Godet, o que irá permitir “a identificação dos principais actores, dos objectivos a atingir nesse horizonte, bem como das inércias e dos actores portadores de futuro (futuríveis)”.
As sessões, que terão lugar no CCC, foram objecto de convite mas também estão abertas a qualquer interessado, bastando uma inscrição prévia, até dia 5, pelo email j_frade@cm-caldas-rainha.pt ou pelo telefone 914633526.
Nesses atelieres, com participação entre 20 a 40 pessoas, será utilizada para a caracterização da situação a metodologia SWOT(Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças), bem como outras ferramentas da prospectiva estratégica.
Na primeira sessão será discutido o centro termal caldense na perspectiva da oferta. Estão ainda por agendar as duas seguintes sessões, nas quais serão discutidas, respectivamente, a perspectiva da procura e o contexto envolvente, nas dimensões culturais, turísticas e recreativas, entre outras.
De seguida, será feito um exercício de Análise de Jogo de Actores (AJA), segundo a metodologia MACTOR e utilizando os resultados feitos na fase anterior.
Este exercício terá a duração de um dia, sendo os participantes convidados a partir dos que estiveram nos ateliers de prospectiva. “Devem ser desejavelmente pessoas de espírito aberto sem ideias feitas ou preconceitos sobre caminhos certos, uma vez que estamos no domínio e a trabalhar com as incertezas do futuro”, salientou.
Depois disso podem então ser construídos os cenários “consistindo na descrição, de modo coerente, das evoluções e encaminhamentos entre a situação actual e o horizonte escolhido, seguindo a evolução das principais variáveis do fenómeno estudado”.
Os resultados deste estudo estão previstos para serem apresentados em Setembro, mas o presidente da Câmara salientou que os cenários apresentados não terão necessariamente que alterar a posição da autarquia em relação ao Hospital Termal e que todo o processo de negociação que está a decorrer com a tutela que irá continuar paralelamente.
Este estudo não terá quaisquer custos para o município, embora no âmbito do protocolo entre as duas entidades a autarquia se comprometa a realizar alguns arranjos exteriores junto ao Cencal.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt






























