Estudantes de Geografia e Planeamento Regional apontam estratégias para a Amoreira em 2025

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FotosalaOs alunos do segundo ano da licenciatura em Geografia e Planeamento Regional da Universidade Nova de Lisboa (UNL) saíram da sala de aula e, durante quatro meses, estiveram no terreno e avaliaram a freguesia da Amoreira (Óbidos), apresentando agora várias sugestões para o seu desenvolvimento. As propostas para as áreas da Agricultura e Floresta, Indústria, Turismo, Equipamentos Coletivos e Infraestruturas foram divulgadas no passado dia 5 de Junho à população local.

A dinamização do território e atracção da população foram algumas das premissas comuns às várias propostas apresentadas para a freguesia de Amoreira, com perto de mil habitantes que se distribuem pelos seus 19 quilómetros quadrados.
No que respeita à agricultura, os jovens perspectivam que o sector tenha um “forte incremento” no desenvolvimento local, mas deverá apostar numa imagem identitária, que beneficie a qualidade ambiental e a sua articulação com o turismo. Essa imagem passará pela criação de uma marca e de um logótipo, assim como pela promoção dos produtos locais tradicionais aliada ao desenvolvimento de novos produtos.
Os estudantes defenderam também a existência de uma relação entre a agricultura e a indústria agro-alimentar, de modo a garantir a coesão necessária à laboração das novas empresas e incentivar ao aumento da produção.
A aposta deverá passar também pela agricultura biológica e agricultura social, esta última numa tentativa de integração das pessoas alvo de exclusão social. Para incentivar os mais pequenos, sugerem o programa “Horta nas Escolas”, com a criação de pequenas hortas nos estabelecimentos escolares.
Também a indústria se deverá assumir, de acordo com os alunos, como um dos pilares estratégicos da freguesia em 2025. Para isso, defendem a necessidade de captação de investimento e implantação de energias renováveis com tarifas reduzidas para as actividades industriais.
Amoreira também iria beneficiar com a construção de um parque industrial, mas que seja “diferente e atractivo”, assim como com a criação de uma associação de empreendedores locais.
A requalificação das áreas de extracção de inertes também foi uma preocupação académica, com a apresentação de propostas como uma parede de escalada para actividades radicais e a ligação ao Campo Aventura (Olho Marinho).
O bem-estar social é assegurado através da formação dos recursos humanos e a criação de um centro de formação profissional ligado à inovação agro-alimentar.
Também o turismo poderá ajudar a desenvolver a freguesia e combater o seu despovoamento. À oferta balnear, os alunos propõem também os valores patrimoniais, culturais e naturais. Entre as acções estão a promoção da gastronomia local, a criação de um centro de formação e promoção e venda do artesanato local e a atracção de novas empresas de serviços turísticos.
A identidade da freguesia será enaltecida reforçando o património endógeno, através da reabilitação de praças e edifícios.

Aproveitar a infra-estruturas existentes

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Ao nível dos equipamentos colectivos e infra-estruturas, os jovens defendem o aproveitamento dos existentes e destacam as boas acessibilidades desta terra em relação à região e também à capital. Pretendem fomentar o aumento da população jovem, com a formação e criação de nichos de emprego. Por outro lado, defendem a melhoria da qualidade de vida dos idosos, que poderá ser conseguida através da formação de uma associação de idosos que promova actividades e o aproveitamento dos equipamentos existentes.
Amoreira poderá ser vista, dentro de uma década, como um centro de lazer e cultura, com a existência de programas como o “Domingos na Amoreira” e a beneficiação da área junto do Rio Real para a realização de eventos.
A apresentação, que teve lugar no pólo cultural da terra, situado na antiga escola primária, contou com a presença de várias pessoas da localidade, muitos deles já anteriormente contactados pelos alunos durante o seu trabalho de campo.
O presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques destacou a “visão” do executivo da freguesia ao convidar alunos universitários para pensar o território.
“O grande desafio que se coloca é pensar como podemos, a partir da nossa identidade ter um modelo de desenvolvimento económico que possa responder a uma economia cada vez mais global ”, disse o autarca.

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