Espeleóloga caldense explora subsolo de Timor-Leste

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Sofia Reboleira está em Timor-Leste a participar numa expedição espeleológica |DR

A bióloga e espeleóloga caldense Sofia Reboleira está em Timor-Leste a explorar o seu subsolo. A jovem, de 35 anos, que até ao mês passado estava a trabalhar no Museu de História Natural de Copenhaga (Dinamarca), integra a expedição “Timor Subterrâneo” que pretende fazer o levantamento do potencial espeleológico daquele país e acções de sensibilização para a sua salvaguarda.

A cientista já descobriu e descreveu 41 novas espécies para a ciência, a maioria delas exclusivas de cavernas.

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A bióloga e espeleóloga caldense integra uma equipa do Núcleo de Espeleologia da Universidade de Aveiro (NEUA) que pretende descobrir que segredos se escondem debaixo do chão timorense.
A expedição “Timor Subterrâneo” propõe-se realizar o levantamento do potencial espeleológico daquele país do sudeste asiático, nomeadamente o registo topográfico de todas as cavidades visitadas. Os trabalhos, que irão decorrer até 2 de Outubro, incidem nos distritos de Baucau, Lautém e Viqueque e incluem acções de divulgação e sensibilização para a salvaguarda e uso sustentado do património espeleológico.
Sofia Reboleira e Manuel Freire, do NEUA, estão acompanhados nesta expedição por mais quatro espeleólogos nacionais do Centro de Estudos e Actividades Especiais da Liga para a Proteção da Natureza, do Centro de Investigação e Exploração Subterrânea e do Grupo Protecção Sicó. Será dada formação a espeleólogos timorenses de modo a que no futuro possam continuar a desenvolver trabalhos neste domínio e aprofundar o conhecimento do património natural, hídrico e cultural daquele país.
A caldense disse à Gazeta das Caldas que aquele território “é fantástico, com imensas áreas de grutas, todas por explorar”. Já começou a recolha de alguns insetos e espera agora encontrar novas espécies e estudá-las. “Há muito potencial para que isso aconteça”, revela.
Sofia Reboleira já descobriu quatro novos géneros para a ciência e 41 novas espécies para a ciência (28 animais e 13 fungos), a maioria deles exclusivos de cavernas.
O gosto pela  Biologia descobriu-o ainda no ensino secundário quando, em finais da década de 90, ainda na Escola Secundária Raul Proença, assistiu a uma conferência sobre biodiversidade do biólogo Jorge Paiva.
O interesse pela espeleologia começou na mesma escola, quando integrou um núcleo dedicado a esta área. Desde então fez licenciatura e doutoramento em Biologia e a participou em várias expedições espeleológicas.
Em 2011 foi distinguida com a medalha de honra do município das Caldas e, antes, em Maio de 2008, a Federação Portuguesa de Espeleologia havia-lhe atribuído a primeira edição do Prémio de Mérito Cientifico-espeleológico pelo seu labor científico em prol do inter-associativismo.

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