Espectáculo de video mapping ajudou a potenciar a Mostra de Doces & Licores de Alcobaça

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Video_0210Alcobaça reinventou este ano a Mostra de Doces & Licores Conventuais. A aposta na projecção multimédia em toda a fachada do mosteiro ajudou a potenciar o evento e a atrair milhares de pessoas até à cidade que os monges ajudaram a construir. Apesar de à hora do fecho da nossa edição não haver números oficiais, a expectativa do município era que se tivesse ultrapassado a meta dos 50 mil visitantes.

Uma vez por ano os tons laranja e os aromas açucarados dos doces e licores invadem o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. O evento é válido só por si, pela envolvência magnânime do mosteiro e pela importância que o sector tem no concelho. Excepto algumas receitas novas que vão surgindo – como foi este ano o caso dos queijinhos do céu da Pastelaria Alcoa que venceu o concurso de melhor doce – não há muito que se possa fazer para acrescentar. Por isso os espectáculos que o complementam assumem cada vez maior importância.
Inês Silva, vereadora da cultura da Câmara de Alcobaça, diz que o espectáculo de vídeo mapping acabou por funcionar quase como um evento à parte. “Muita gente veio ver o vídeo e acabou por não entrar na mostra”, devido ao congestionamento no interior do mosteiro que foi obrigando a organização a limitar diversas vezes o acesso, observou a vereadora.
Se nos outros anos o grosso das visitas foram ao domingo, este ano “tivemos muita gente durante os quatro dias na cidade”, comenta a vereadora, sublinhando os ecos que o certame teve na comunicação social e nas redes sociais.
A autarca revela que o feedback que foi recebendo por parte dos comerciantes foi positivo, tanto ao nível da organização, como “pela qualidade das casas representadas e pelo espaço, porque uma mostra destas num espaço monástico é única no país”.

Concelho com tradição doceira

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A mostra de Doces faz todo o sentido num concelho cujas raízes assentam na tradição monástica. “Temos no concelho os mosteiros de Alcobaça e o de Cós, que era onde estavam as monjas que impulsionaram muito a doçaria conventual”, recorda Inês Silva.
Uma tradição perpetuada pelas inúmeras casas que, não só na cidade, mas um pouco pelo concelho, vão prosseguindo a tradição com negócios nesta área, tanto nas pastelarias, como na própria restauração.
A mostra tem sido, também nesta área, importante para o desenvolvimento destas casas e para o surgimento de outras, acredita a vereadora. E a qualidade dos produtos também tem ganho. Por um lado, “os mestres de doçaria conventual têm aprimorado a forma de fazer estes doces” e, por outro, “conseguem transportar esses conhecimentos para a doçaria convencional”, observa.

“É um orgulho estar aqui dentro”

Catarina Saraiva, proprietária do Atelier do Doce, no Casal do Amaro, Alfeizerão, é alcobacense de origem e, também por isso, “é um orgulho estar aqui dentro do mosteiro, arrepia, faz-nos sentir pequeninos”.
A empresária recorda uma altura em que o certame decorreu em tendas, para dizer que o impacto foi muito menor. O facto de partilhar o espaço que representa tanto a história da região e do país “é uma responsabilidade acrescida, temos que ter cuidado com a imagem e com a apresentação”, sustenta.
A Mostra de Doces & Licores Conventuais significa para o Atelier do Doce um marco importante no calendário. É o arranque da fase do Natal e o início da fase em que a empresa precisa de reforçar o pessoal.
Não consegue pôr num número a quantidade de doces que são vendidos durante os quatro dias, mas “são bastantes, passa dos milhares em todos os artigos”, garante Catarina Saraiva.
Para além das vendas que realiza, a empresária destaca como “ainda mais importante” a parte comercial. “Vêm muitas empresas abordar-nos para revenda, que é o nosso forte”, acrescenta.
Quanto aos artigos mais procurados, vence a cornucópia. A empresa soube inovar, através da venda de uma caixa que permite ao cliente finalizar a cornucópia quando quiser. “Foi uma ousadia da nossa parte que tem corrido muito bem, já é uma imagem de marca e as pessoas vêm à procura da caixa”, comenta.

Teresa Morais visitou instalações do futuro hotel
A inauguração da Mostra de Doces contou com a presença da então ministra da Cultura, Teresa Morais, que destacou a importância que este tem “para o turismo e para a economia da região”.
Teresa Morais aproveitou para fazer uma visita ao claustro que será convertido num hotel de cinco estrelas. O concurso público deverá estar concluído ainda no primeiro trimestre de 2016.
“É um projecto importante para o concelho e para o distrito, que vai permitir a ocupação e o restauro de uma área importante do mosteiro que tem estado devoluta”, disse a ministra, que realça o impacto que a unidade poderá ter do ponto de vista do aproveitamento turístico e para a economia da região.
Por outro lado, a instalação do hotel permite a execução de um outro, ao abrigo do quadro comunitário para 2020, que visa o restauro de todas as fachadas exteriores daquela zona do mosteiro.
Teresa Morais deslocou-se a Alcobaça na sexta-feira, dia em que o Presidente da República auscultava uma série de economistas a fim de tomar a decisão em relação a manter o Governo em gestão ou indigitar António Costa como Primeiro Ministro. Teresa Morais não se alongou sobre esta matéria, mas garantiu na altura, que o então Governo está “a trabalhar dentro da normalidade, a fazer o que temos que fazer a cada dia que passa” e que os portugueses podiam “confiar na decisão do presidente”.

Atelier do Doce tem o melhor Bolo Rainha do país
Com a época natalícia a chegar começam as ‘competições’ para os melhores sabores da quadra e o Atelier do Doce já conquistou o título de melhor Bolo Rainha português, entregue pela Associação do Comércio e Indústria de Panificação.
A empresária Cristina Saraiva salienta que os bolos-rei do Atelier do Doce têm vindo a ganhar prémios desde 2012. A distinção “representa um prémio de excelência que nos orgulha, especialmente porque estamos entre tantos bons confeiteiros e gente que sabe fazer”, comentou.

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