Inspiradas nas antigas Páginas Amarelas, as Páginas Ó não oferecem só uma listagem de contactos telefónicos, mas apresentam-se
como um suporte que agrega os empreendedores e projetos associados ao Espaço Ó – Associação para o Desenvolvimento Comunitário do Concelho de Óbidos, numa estratégia de incentivo ao consumo de produtos e serviços locais. A distribuição por todo o concelho começou a ser feita no passado dia 22 de Agosto e deverá ficar concluída ainda durante esta semana

Cerca de 25 jovens voluntários, vestiram a “pele” de ardina e durante a tarde de sábado andaram a distribuir as primeiras Páginas Ó pelas localidades das Gaeiras, A-dos-Negros, Usseira, Pinhal e A-da-Gorda. O novo projecto do Espaço Ó, inspira-se nas conhecidas Páginas Amarelas e, numa brochura dá a conhecer os empreendedores e iniciativas dinamizadas no concelho, de forma a incentivar ao consumo de produtos e serviços locais.
No pequeno livro é ainda possível conhecer a Loja Identidade, onde são vendidos os produtos, sobretudo manuais, feitos não só pelos empreendedores, como também pelos utentes do projecto “Melhor Idade”. Destaque ainda para os locais, à entrada da vila de Óbidos, e nas Gaeiras, que são a “casa” onde nascem as ideias e os projectos conjuntos.
Ricardo Duque, presidente do Espaço Ó, disse à Gazeta das Caldas que as Páginas Ó pretendem assumir-se como uma “agenda de bolso”, onde se agregam os contactos de todos os empreendedores associados, divididos pelas tipologias de Arte, Gastronomia e Serviços. “Para além de dar a conhecer à nossa comunidade os diferentes projectos, pretende-se também dar a conhecer os diferentes programas e metodologias de apoio”, explica, acrescentando que, nesta altura de mudança e alguma incerteza, em que muitas pessoas ficaram sem os seus empregos, esta associação, em colaboração com o município, continua a “ajudar a transformar ideias em modelos de negócio”.

MAIS DE 150 POSTOS DE TRABALHO

Exemplo disso mesmo são os cerca de 80 projectos que até ao primeiro semestre deste ano já foram desenvolvidos ao abrigo do Programa Ativa-te e que se traduzem em mais de 150 postos de trabalho directo e indirecto, referiu o responsável.
De acordo com Ricardo Duque, no Espaço Ó procuram dotar as pessoas de ferramentas e capacidades para desenvolver ideias e transformá-las em produtos ou negócios que promovam a riqueza do território e a sua sustentabilidade.
Tendo por base uma metodologia criativa e inovadora, o design thinking, “pretendemos colocar as pessoas no centro das soluções, onde, de forma partilhada, se organizam ideias e se tomam decisões”, explica. A trabalhar está uma equipa multidisciplinar que, em conjunto com outras entidades do território, põe em prática a estratégia que “pretende, acima de tudo, valorizar o que é nosso”, especifica o jovem responsável.
Em resultado da pandemia, e após realização de diversas reuniões durante o período de confinamento, o Espaço Ó continua a garantir a continuidade dos projectos em incubação, assim como o reforço de meios e parcerias, de forma a permitir o desenvolvimento de novas ideias.
Criado há cinco anos, o programa Ativa-te é gratuito e inclui o apoio a projectos de base identitária, desde a parte conceptual, até à legalização do produto, redes de vendas e ajuda à criação da loja on-line. Depois há outros investimentos que terão que ser os empreendedores a fazer, como o registo de patentes e a criação da embalagem. Ao nível da comercialização, todos os produtos desenvolvidos ao abrigo deste programa encontram-se na loja comunitária, Identidade, em Óbidos.
Na apresentação da brochura, o presidente da Câmara, Humberto Marques, destaca que a atractividade dos territórios “constrói-se a partir da sua identidade – o património material e imaterial” e destaca a necessidade de capacitar as pessoas que neles habitam a conhecer e a potenciar a matriz cultural que os diferencia.
Actualmente existem dois edifícios, um em Óbidos e outro nas Gaeiras, onde as pessoas podem colocar em prática as suas ideias.

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