Recentemente a ESE decidiu abraçar a área da investigação científica, mais concretamente assumindo a direcção de projectos de investigação e desenvolvimento.
No dia do seu 36º aniversário foi apresentado o primeiro protótipo de um novo uniforme camuflado para soldados apeados – o Advanced Combat Uniform.
Este uniforme deverá ser mais confortável, resistente e multifuncional que os actuais, privilegiando a respirabilidade e facilidade de limpeza e conservação. O objectivo é aumentar o desempenho operacional dos soldados nas missões militares.
Para tal, e consoante o uso que cada farda irá ter, será possível repelir água e óleos, mosquitos e fogo, bem como contrariar a detecção por infravermelhos e câmaras térmicas.
O primeiro protótipo já entrou na fase de testes. Com uma dotação orçamental a rondar os 30 mil euros (financiados pelo Centro de Investigação e Desenvolvimento da Academia Militar), o projecto começou em Fevereiro e tem a conclusão prevista para finais de 2018, inícios de 2019.
Este trabalho de investigação e desenvolvimento está a ser realizado em parceria com várias entidades civis, como o Centro de Investigação das Indústrias Têxtil e de Vestuário de Portugal, Instituto Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial e as empresas Rio Pele Textêis, S.A. e Damel Confecção de Vestuário Lda.
Já antes, em Dezembro do ano passado, ficou concluído o projecto de definição dos critérios para determinação da fadiga de um militar em contextos de emprego climáticos diversos.
- publicidade -
MAIS MILITARES NAS CALDAS
Outra novidade é que os cursos de promoção vão ter, segundo o comandante Loureiro Gonçalves, “um grande incremento” de formandos, recebendo 463 ainda este ano e 500 no próximo.
No último ano, além de pequenas melhorias, foi restaurado um edifício para albergar o centro de línguas do Exército, que está sedeado na ESE e, em breve, a caserna 2 será também alvo de obras e a rede de abastecimento de águas será renovada.
Depois da homenagem aos falecidos, seguida da cerimónia militar na Parada D. Afonso Henriques, houve uma exposição sobre a batalha do Vimeiro (que foi transferida para o Céu de Vidro) e uma demonstração das actividades militares, que incluiu saltos de carros em andamento, esgrima, equitação e táctica, entre outros.
A festa terminou com um almoço convívio e um bolo cortado com a espada.
A 30 de Maio realizou-se um corta-mato por estafetas no Parque D. Carlos I que também integrou o programa das comemorações.
Curso de sargentos com equivalência ao nível 5
Um dos grandes desafios para o futuro, mas no qual já se trabalha é a transformação do curso de formação de sargentos do quadro permanente num curso técnico superior profissional de nível 5, a partir do ano lectivo 2018/19.
Segundo Frederico Duarte, chefe de Estado-Maior do Exército, que presidiu à cerimónia de comemoração do 36º aniversário da ESE, “encontra-se em fase final de preparação, ao nível da tutela, o decreto-lei que aprovará a orgânica da unidade politécnica militar, consagrando as especificidades da componente politécnica do ensino superior militar”.
Questionado pela Gazeta das Caldas relativamente ao serviço militar obrigatório, Frederico Duarte disse que “a sociedade, perante situações de ameaça, de ruptura ou de quebras de segurança, tem normalmente tendência para discutir esse assunto, mas sinceramente não considero que seja o momento mais oportuno para isso”.
O chefe de Estado Maior do Exército defende que “o sistema actual pode ser melhorado, tem potencialidades para ser trabalhado no sentido de captar a prestação de serviços militares” para suprir a falta de efectivos que existe. “Creio que o ministério está sensibilizado para esse assunto porque a falta de efectivos é comum aos três ramos das forças armadas”, concluiu.