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A antiga escola primária de Trás do Outeiro foi ampliada para receber o agrupamento 753. Aniversário celebrado com cerimónia e exposição
É na tranquilidade do local onde se situava a escola primária de Trás do Outeiro que os escuteiros de Óbidos passam agora a estar instalados.
O edifício que existia, e que tinha apenas uma sala de aulas, foi ampliado, com a criação de uma zona para arrumação dos materiais e a construção de duas casas de banho.
A antiga sala de aulas, ainda com o quadro de ardósia na parede, gasto pelo tempo e pelo uso, será utilizada para fins parecidos para os quais foi inicialmente construída: a formação, neste caso, dos escuteiros.
Ao lado do edifício foi criado um novo, que serve de sede propriamente dita, com salas para as várias secções dos escuteiros e também uma biblioteca no piso superior.
A construção deste espaço primou pela madeira e no interior o mobiliário é demonstrativo de que com pouco se pode fazer muito, reaproveitando os materiais, como por exemplo, as paletes de madeira.
Por outro lado, esta nova localização tem como vantagens o espaço exterior e a proximidade à Lagoa de Óbidos e ao monte de Santo Antão.
Ainda assim, admitiu o chefe do agrupamento, Carlos Nunes, esta não era a primeira localização escolhida (era a antiga estação de caminhos de ferro de Óbidos). “No primeiro dia não ficámos muito satisfeitos”, revelou, fazendo notar que estavam habituados à proximidade à vila.
Um sonho antigo
Na cerimónia, Carlos Nunes lembrou que a intenção de ter uma nova sede já era antiga e que foi o concretizar do sonho de muitas pessoas, algumas que já partiram.
“Esta sede não é um ponto de chegada, é um ponto de partida, porque agora podemos fazer mais e melhor escutismo”, referiu o chefe do agrupamento, acrescentando que o espaço “está ao serviço do concelho e da região”, e que agora é possível receber dignamente os amigos escuteiros de todo o país.
Em dia de festa, Carlos Nunes agradeceu o apoio de todos os que tornaram possível a construção desta nova casa do escutismo em Óbidos, desde as entidades institucionais, aos antigos escuteiros e aos pais.
Neste dia de festa, Carlos Nunes recebeu ainda a Cruz de São Jorge (bronze) das mãos do Chefe Regional de Lisboa, João Esteves, que informou que a distinção é “pelo exemplo que o Carlos Nunes é, pela dedicação e empenho por um mundo melhor”.
O vice-presidente da Câmara de Óbidos, José Pereira, agradeceu o trabalho desenvolvido e referiu que “o município é muito mais rico por ter este agrupamento”.
A nova sede foi benzida pelo padre Ricardo Figueiredo, numa cerimónia que contou com a presença de dezenas de escuteiros de várias idades e também de várias entidades oficiais.
A sede ficará disponível para que os interessados a possam visitar e conhecer a nova casa do escutismo em Óbidos.
“Agora é tempo de usufruir e aproveitar este espaço”, disse Carlos Pacheco, chefe do Núcleo do Oeste, explicando ainda que os escuteiros não servem para substituir os pais na educação das crianças, mas sim para os auxiliar nessa tarefa.
“No início não ficámos muito satisfeitos. Estávamos habituados a estar ao lado da muralha, mas depois dissemos: este é o sítio ideal”
Carlos Nunes
Cinquenta testemunhos
No âmbito das comemorações foi apresentada uma exposição com fotografias e recortes antigos, divididos por décadas, desde 1971 até hoje. Entre eles está uma página do jornal Obidense desse ano, que dá conta do início do escutismo na vila.
A mostra contava ainda com vários objetos referentes à História dos escuteiros.
Além disso, foi feita uma nova insígnia pelos próprios escuteiros e um hino do cinquentenário, intitulado “É possível um mundo melhor”.
Até ao dia 11 de julho, data em que se comemora, efetivamente, o 50º aniversário, serão partilhados vários testemunhos de escuteiros e ex-escuteiros nas redes sociais.
As comemorações começaram a ser preparadas ainda em setembro de 2020, em plena pandemia, num clima de grande incerteza. ■
ivicente@gazetadascaldas.pt
