Escola de Turismo e Hotelaria do Oeste repete iniciativa Cozinha de Autor

0
718

A Escola de Turismo e Turismo do Oeste iniciou na quinta-feira da passada semana mais uma Cozinha de Autor, ocasião para proporcionar os seus alunos finalistas dos cursos de cozinha e pastelaria a oportunidade de gerirem a realização de uma refeição com os pratos escolhidos por eles para essa ocasião.
Semanalmente, nos próximos meses, às quintas e sextas-feiras, alunos dos cursos da escola oestina vão propor aos seus colegas e visitantes, um conjunto de ementas preparadas segundo determinada lógica que querem oferecer aos seus comensais.
Provavelmente, muitos dos nossos leitores não sabem que poderão ser alguns desses clientes, se com a devida antecedência, se inscreverem nesta iniciativa podendo depois provar a refeição a um preço simbólico.
Uma coisa espantá-los-á provavelmente no presente momento em que prolifera a crise e a desolação no nosso país: o facto de ali poderem encontrar um espaço de confiança e alegria pelos resultados que os jovens conseguem obter.
Tem sido sempre esta a grata impressão com que ficamos quando visitamos esta escola que em boa hora foi instalada nas Caldas da Rainha. Nela compartilha-se com aqueles jovens um clima de envolvimento e de certeza naquilo que estão a fazer porque parecem existir oportunidades de emprego e de carreira.
Provavelmente em Portugal as perspectivas não serão as melhores, até pelas recentes medidas de restrições económicas e de aumento da fiscalidade para os restaurantes, mas abrem-se uma variedade de possibilidades por esse mundo fora, uma vez que estamos perante um sector que está carente em todo o mundo e em que os portugueses têm imensas possibilidades.
Não admira que a maioria daqueles alunos perspectivem uma oportunidade de encontrar um lugar em qualquer país do mundo, especialmente onde têm familiares, havendo sempre um sorriso de esperança e de confiança.

Ana Marcelino apresenta Menu do Oeste

Na refeição que foi servida no passado dia 29 de Novembro, coube à jovem Ana Marcelino, do 3º ano do curso de Cozinha e Pastelaria apresentar um menu do Oeste, onde em cada prato havia pelo menos um produto com a marca e proveniência da nossa região.
Assim Ana Marcelino, natural da Lourinhã, e com 19 anos de idade, começou com uma entrada de “tosta de queijo de cabra com mel acompanhado de misto de alfaces e tomate cherry”, numa mistura de sabores que o leitor decerto ficará com inveja de não ter degustado.
No conjunto dos pratos que Ana Marcelino apresentou, uma constante foi precisamente essa mistura e apuramento dos sabores que a nossa região tem e que podem fazer a diferença e ser uma aposta para uma promoção diferenciada que poucos se dão ao trabalho de fazer.
Depois apresentou um creme de “aveludado de codorniz do Landal e ervas campestres”, utilizando um produto que a Gazeta das Caldas destacou na passada edição e que é hoje uma aposta produtiva daquela freguesia caldense.
Um refeição nesta cozinha de autor proporciona um conjunto de cinco pratos, naquilo que hoje já não é hábito na nossa restauração. Contudo, como as quantidades são as necessárias para não enfartar o cliente, permite-se uma experiência de sabores variados e sempre com uma nota pessoal do autor da refeição.
Nestas condições o prato de peixe apresentado pela Ana Marcelino foi de um “enrolado de robalo com presunto recheado com maçã de Alcobaça acompanhado de brunesa de legumes e molho de manteiga e limão”, desta vez utilizando o pescado da nossa costa e um sabor da maçã de Alcobaça. Impecável, muito saboroso e uma forma de servir peixe que agrada a qualquer um.
A carne continua a ser um dos ingredientes indispensáveis na cozinha tradicional portuguesa, razão pela qual a Ana Marcelino propôs nesta fase um “cabrito assado acompanhado de batatas ao tomilho, espargos salteados e molho de moscatel do Cadaval”, continuando a dar este toque de Oeste, que foi muito bem aceite pelos presentes.
Finalmente arriscou com um doce que pode parecer pesado e indigesto à primeira vista, mas que de forma como estava confeccionado foi uma surpresa agradável. Tratava-se da apresentar as tradicionais cavacas caldenses “recheadas de creme de pera rocha do Oeste e redução de ginja de Óbidos e crocante de amêndoa”. Mesmo muito bom e agradável.
É evidente que não foi a Ana Marcelino que cozinhou todas estas iguarias, uma vez que chefiou a equipa dos seus colegas a quem propôs a realização desta ementa. Teve ainda o apoio de Bernardo de Almeida, de 17 anos, natural das Caldas da Rainha, como chefe de mesa e Daniel Branco, de 18 anos, natural dos Casais de Santa Helena, também das Caldas da Rainha, como escanção.
Ana Marcelino disse-nos que começou a ganhar o gosto da cozinha com a irmã, mas tal não significa que não se queira inserir noutra área. “Gosto de fazer comunicação”, disse, e na “cozinha estamos muito isolados e gostaria de relacionar-me com o público”. Já fez dois estágios, um num hotel da Madeira e outro na Nazaré, de que gostou. Mas diz que desejava ir trabalhar para o estrangeiro.
Bernardo de Almeida veio para o curso de técnico de Serviço de Restaurantes e Bebidas “como oportunidade para o futuro, pois quer abrir um bar ou discoteca” para ele próprio dirigir este negócio.
Quando acabar o curso quer fazer mais formação relacionada com as bebidas e quer ir definitivamente para o estrangeiro. Tem família no Canadá, na cidade de Toronto e é aí que quer dar largas ao que aprendeu e ajudar a promover o nosso país naquele país.
Daniel Branco – que justificou a escolha das bebidas proporcionadas durante a refeição, com um vinho branco Piornos da Covilhã, para a entrada e peixe e com um tinto Compactus da Região de Lisboa para acompanhar a carne e sobremesa – também quer continuar nesta área e o estrangeiro também é uma possibilidade que gostaria de apostar.
Todos foram unânimes em dizer que as condições da escola são muito boas e que já tem um grande prestígio no país, desafiando outros colegas a virem frequentá-la.

- publicidade -

JLAS

- publicidade -