A Câmara de Óbidos está a elaborar, juntamente com a Associação Nacional de Farmácias (proprietária do terreno onde está situada a cidade romana de Eburobrittium), uma candidatura para terem naquele local um director técnico acreditado pela Direcção Geral do Património Cultural (DCPC). Desta forma poderão recomeçar as escavações, um processo que o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, estima que possa ter início no final do primeiro semestre.
Os trabalhos arqueológicos na cidade romana de Eburobrittium que se realizavam todos os verões, estão parados desde 2006, altura em que caducou um protocolo entre a autarquia e a Associação Nacional de Farmácias abrigo do qual esta última financiava o projecto.
A Câmara de Óbidos está também a candidatar-se a fundos comunitários, no âmbito do programa Portugal 2020, para apoios às escavações arqueológicas e para conservar o património que já se encontra a descoberto. No entanto, o autarca reconhece que “será muito difícil” obter financiamentos.
Eburobrittium foi descoberta em 1994 aquando das obras para a construção das estradas IP6 e IC1, que puseram a descoberto vestígios arqueológicos da época romana. No seguimento destes trabalhos, em 1995, foi detectado um edifício que veio a ser identificado como Fórum, que se encontra parcialmente escavado, mas que de acordo com uma sondagem realizada em 1995, mede 43,2 metros de largura, por 64,8 metros de comprimento.
Em 2013 o local foi classificada como Sítio de Interesse Público.
No passado dia 18 de Abril – Dia Internacional dos Monumentos e Sítios – decorreu uma visita à cidade romana, guiada pelos técnicos do serviço de Arqueologia da autarquia de Óbidos. Os participantes tiveram a possibilidade de conhecer a sua arquitectura e urbanismo, com especial atenção ao fórum e às termas públicas.
De acordo com a arqueóloga da autarquia, Dina Matias, a parte actualmente escavada é a “área central da cidade”, pois tem o fórum e as termas e à volta alguns vestígios de edifícios que teriam uma função habitacional.
A praça central do fórum foi escavada entre 1994 e 1996, mas não na sua totalidade. Coberta está ainda a zona do aterro do acesso à A15, que cobre dois terços deste edifício romano.
Já no que respeita às termas, a guia destacou que os romanos tinham uma preocupação com a higiene, assim como com a saúde do corpo e do espírito. “Iam diariamente às termas por uma questão de higiene, mas também para tratarem de negócios” e nas termas mais desenvolvidas havia até bibliotecas onde as pessoas podiam ler e descansar. Um conceito muito parecido aos Spas da actualidade.
Durante a visita foram ainda visitados vestígios do conjunto edificado da antiga Quinta das Flores, que no século XV era propriedade da rainha D. Leonor.
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