Natália Pires, conselheira científica do projecto, a jogar com a família

Um jogo dentro de uma torre, que transporta os participantes para os acontecimentos em torno da Batalha de Aljubarrota, e dois ao ar livre, tendo por cenário a vila de Óbidos e a Lagoa, são as novidades deste espaço de jogos de fuga e experiências mistério

Durante dois anos, Pêro Lopez D’Ayala, escrivão-mor do reino de Castela, foi tornado cativo pelos portugueses na torre de Óbidos, período no qual escreveu dois dos seus mais importantes manuscritos: “Libro de la Caça de las Aves” e “Rimado de Palacio”.
Este é o enredo do novo jogo que transporta os participantes para o século XIV e se inspira nos acontecimentos em torno da Batalha de Aljubarrota. O objectivo é que, em contacto com objectos e resolvendo alguns enigmas, em 60 minutos, consigam libertar o escrivão-mor do reino de Castela.
Esta é uma das novidades da Escape Tower, uma escape room que funciona dentro da torre Albarrã, na vila de Óbidos. De acordo com Mara Correia, responsável pelo projecto, neste jogo superaram-se em termos da construção e estrutura do próprio jogo, que é “mais desafiante, porque apela a maior criatividade, abertura aprendizagem dos jogadores”.
Por outro lado, também a investigação histórica feita, com a colaboração da docente Natália Pires, da Escola Superior de Educação, do Politécnico de Coimbra e responsável pelo artigo publicado na EXEDRA, intitulado “Pero Lopz D’Ayala: proposta de um roteiro turístico para Óbidos”, levou a um maior rigor ao nível dos objectos. Foram, por exemplo, introduzidas peças únicas que fazem parte dos enigmas, feitos pelos artistas locais, Adelaide Isidoro e To Zé Wood.
Este jogo estreou no dia 13 de Junho, dia em que a torre reabriu ao público, com as devidas regras, que lhe permite apresentar o selo Clean & Safe do Turismo de Portugal. Também o período de marcação entre jogos foi alargado, para garantir maior ventilação do espaço entre jogos e melhor higienização.
Existem agora dois jogos que decorrem fora da torre medieval. Dentro da vila, e com uma ligação directa, em termos de enredo histórico ao jogo da Torre, funciona o D’Antão. Já o que decorre na Lagoa de Óbidos chama-se Captiva e alude a uma das lendas daquele, remontando ao século XII. Em ambos os jogadores partem com um “alforge enigmático” e vão sendo libertadas pistas à medida que vão resolvendo os enigmas que, simultaneamente, lhes revelam o caminho e dirigem para locais específicos.

PANDEMIA CRIOU DESAFIO

De acordo com Mara Correia, a Escape Tower já fazia actividades ao ar livre criadas de raíz e, nesse sentido, avançar com estes jogos de escape room outdoor surgiu naturalmente. “O cenário actual, de natural insegurança, deu-nos maior motivação para os trazer à luz do dia”, explica, acrescentando que querem, também, contribuir de forma activa para a oferta turística de qualidade no concelho.
A Escape Tower trabalha também com diversos parceiros na região, tendo lançado, recentemente, o projecto Lovemade, cujo segmento são pequenos grupos e famílias. “Oferecemos experiências à medida e genuínas, em que partilhamos o nosso património material e imaterial e envolvemos os jogadores num imaginário de conquista e que passa uma mensagem específica”, conclui.

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