
Mesmo com entradas pagas pela primeira vez, um euro por pessoa, o Festival do Vinho Português e a Feira Nacional da Pêra Rocha, na Mata Municipal do Bombarral, voltaram a ter milhares de pessoas, atraídas pelas provas de vinho gratuitas, pela variedade dos expositores e pelos momentos diários de animação.
O XXIX Festival do Vinho Português e a XIX Feira Nacional da Pêra Rocha terminaram no domingo passado, dia 12 de agosto, depois de muitos litros de vinho consumidos e fruta degustada ao longo de cinco dias. Por 2,5 euros adquiria-se um copo com o qual os visitantes poderiam percorrer o recinto e experimentar os vinhos expostos.
“Foram vários milhares de visitantes, que tiveram oportunidade de provar os múltiplos sabores que a mata municipal do Bombarral lhes proporcionou, com a realização destes certames que decorreram, uma vez mais, em paralelo, continuando a afirmar-se como o principal acontecimento de promoção económica do concelho”, referiu o presidente da Câmara do Bombarral, José Manuel Vieira.

Segundo informações da autarquia, houve um grande número de transacções efectuadas durante o certame, o que fez com que muitos expositores tivessem necessidade de renovar por várias vezes o seu stock, esgotando-o no final.
Ao nível da gastronomia, o restaurante principal do certame e as tasquinhas, a cargo do Sport Clube Escolar Bombarralense, do Circulo de Cultura Musical Bombarralense e dos Bombeiros Voluntários do Bombarral, registaram igualmente uma adesão muito significativa, tendo-se verificado lotações esgotadas em todos os dias do certame.
A cobrança de um euro, valor considerado pela organização como “meramente simbólico”, não impediu as pessoas de participarem na festa. Até porque, o valor cobrado nas entradas, permite fazer face às despesas sem que o resultado da realização se traduza em prejuízo para a organização “garantindo-se desta forma a continuidade das realizações”.
Na aquisição do bilhete de entrada, os visitantes ficavam habilitados a ganhar uma cozinha, oferecida pela empresa bombarralense Moderestilo, e contribuíram para ajudar as associações do concelho que colaboraram, para as quais reverteu parte da receita de bilheteira.

A abertura do certame aconteceu no final da tarde do dia 8, com o presidente da Câmara Municipal, a Vice-Presidente do Instituto da Vinha e do Vinho, Edite Azenha e do Director Regional Adjunto de Agricultura de Lisboa e Vale do Tejo, Paulo Corado, entre outros convidados.
No primeiro dia do festival actuou o músico e compositor Rão Kyao. Nos restantes dias actuaram ainda o cantor popular Toy, a dupla Filipa Sousa e Ricardo Soler e a banda Swing In Brasil.
O encerramento do certame coube à West Europe Orchestra, do Círculo de Cultura Musical Bombarralense, que se fez acompanhar dos cantores Ana Cardoso, Rita Marques, Nuno Cardoso, Leandro César e o bombarralense Pedro Poseiro.
No fim-de-semana o certame contou ainda com a actuação de três jovens acordeonistas, do Rancho Folclórico Fazendeiros de Gamelas, da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários do Bombarral e da banda da Sociedade Filarmónica Carvalhense. No sábado à noite, a segunda edição da “80’s Wine & Pear Party”, evento organizado pelo Rotary Clube do Bombarral, voltou a juntar no Palácio Gorjão várias centenas de pessoas.
Actividades da Feira ajudam a conhecer a região
Outro dos momentos marcantes desta edição foi a Noite da Pêra Rocha e do Vinho Português, que consistiu num jantar a favor dos Bombeiros Voluntários do Bombarral, ao qual se seguiu a apresentação do livro “Bombarral a Pé” de François Quijano e Manuel Patuleia e a entrega dos prémios do Concurso de Vinhos Engarrafados. O evento, que também decorreu no Palácio Gorjão, incluiu ainda a actuação de vários fadistas.
Um dos principais pontos de atracção do certame, o “Espaço Gourmet” esteve este ano a cargo da Escola de Hotelaria de Turismo do Oeste, que trouxe até ao Bombarral os chefes Rui Filipe, Sílvio Martins, Hugo Florentino e Rui Almeida, que ofereceram aos visitantes iguarias confeccionadas ao vivo com produtos da região. Neste espaço teve igualmente lugar, no último dia do evento, a distribuição de pêra rocha cozida com gelado.
Do programa do certame constaram ainda duas actividades cuja finalidade foi dar a conhecer e desfrutar das magníficas paisagens rurais do concelho do Bombarral.
No dia 11 realizou-se uma caminhada num dos percursos sinalizados no roteiro “Bombarral a Pé”, que contou com uma visita guiada à Quinta do Sanguinhal, onde os caminhantes tiveram igualmente oportunidade de provar o vinho leve Sottal, produzido pela Companhia Agrícola do Sanguinhal.
No dia seguinte realizou-se o II Passeio de Automóveis Clássicos “Rota do Vinho e da Pêra Rocha”, que contou com a participação de cerca de 40 viaturas, que puderam optar por participar no passeio ou na prova de regularidade. Em ambas as situações, o percurso traçado permitiu aos automobilistas conhecer os pontos de maior beleza do concelho bombarralense.
O passeio incluiu ainda uma paragem na Quinta dos Loridos, onde decorreu uma prova dos espumantes aqui produzidos.
No final, os participantes reuniram-se num almoço convívio na tasquinha dos Bombeiros Voluntários do Bombarral, onde teve lugar a entrega dos prémios e dos certificados de participação.
José Manuel Vieira destacou que se conseguiu “com esta iniciativa a afirmação e confirmação do nosso mundo rural, no panorama da actividade frutícola e vitivinícola a nível nacional e internacional, no contexto da intensa actividade agrícola que nos caracteriza”.
O autarca acrescentou ainda que “foi muito gratificante perceber a satisfação de expositores e visitantes, face ao sucesso da iniciativa que durou cinco dias consecutivos, e permitiu que fossem estabelecidos contactos com as principais empresas e entidades, ligadas aos sectores vitivinícola e da produção de pêra rocha, desfrutar da riqueza do nosso artesanato e saborear os encantos da nossa gastronomia”.
Em declarações à Gazeta das Caldas, Eduardo Pinto, da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo de Vigo, salientou a importância deste evento no panorama nacional. “Este é o sétimo ano consecutivo em que participamos”, referiu, explicando que é um óptimo local para divulgar os vinhos desta adega. “Nesta altura do ano existem movimentos populacionais e ao estarmos aqui temos a possibilidade de dar a conhecer o nosso produto a mais pessoas, que estão a passar férias na região”, disse.
Eduardo Pinto acha que estiveram menos produtores de vinho representados na feira, mas não acha que houvesse menos pessoas pelo facto das entradas serem pagas.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt





























