Ensino à distância revelou problemas de literacia digital

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Aulas por vídeo-conferência passaram a ser o dia-a-dia de professores e alunos

Transição de modelo presencial para o ensino à distância apresentou grandes desafios aos alunos, mas também aos professores. E evidenciou que há dificuldades claras de literacia digital nas nossas escolas

Num ápice, o quotidiano de professores e alunos mudou drasticamente. A transição do modelo de ensino presencial para o ensino à distância foi rápida, devido à pandemia, mas evidenciou que há lacunas graves do domínio dos recursos tecnológicos que urgem ser resolvidos.
Para Carla Jesus, professora de Informática no Agrupamento de Escolas Raul Proença, das Caldas, a necessidade de implementar o ensino à distância “pôs a descoberto os problemas de literacia digital nas escolas”, para professores e alunos.
“De um momento para o outro, passou a ser necessário trabalhar, no mínimo, com uma plataforma de Gestão de Aprendizagens e outra de Videoconferência, o que, para a maioria, não era tarefa fácil”, sustenta a docente.
As escolas constituíram Equipas de Apoio ao Plano de Ensino a Distância, os centros de professores disponibilizaram formação e o Ministério da Educação criou o site Apoio às Escolas. Mas “é em grupos de Facebook, criados informalmente, como o E-Learning Apoio, o A pensar em… ou o Comunidade Tools4Edu, que está patente o empenho e, por vezes, entusiasmo com que muitos professores agarraram esta missão”, nota Carla Jesus, que forma outros docentes nesta área.
Passou “apenas um período, mas, digitalmente falando, parece que passaram anos”, refere a professora, que tem reservas sobre o que se segue. “Neste momento, não se sabe como será o próximo ano lectivo, mas independentemente da modalidade em que este decorra, a tecnologia continuará, certamente, muito presente. Contudo, as aprendizagens realizadas só serão proveitosas, se todos tiverem conscientes que o objetivo é caminhar para uma transformação pedagógica suportada na utilização das TIC, ao invés de uma utilização exaustiva das TIC para suportar as metodologias de sempre”, explica.
Para a docente, as escolas e os centros de formação “deveriam ter autorização para formar equipas”, pois “trilhar o caminho certo implica dar formação e fazer o acompanhamento dos professores”.

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