Desde o dia 3 de Julho que nove dos 18 enfermeiros especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Oeste apenas presta cuidados de enfermagem gerais. Estes profissionais comunicaram que se uniram ao movimento nacional que contesta o facto dos enfermeiros especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia não serem remunerados com base no serviço especializado que prestam.
“Não se trata de uma greve, mas sim do cumprimento das funções contractuais”, refere a nota de imprensa enviada pelos signatários deste movimento, que acrescenta que os enfermeiros “pretendem ver a sua carreira profissional regulamentada com a mesma dignidade de outras profissões e ver a sua tabela salarial adequada à responsabilidade e complexidade das funções que desempenham”.
Gazeta das Caldas questionou os signatários do CHO sobre o que mudou no serviço prestado no Hospital das Caldas da Rainha. Estes responderam-nos que “os enfermeiros com especialidade, mas contratados como enfermeiros generalistas e remunerados como tal, permanecem no bloco de partos mas não exercem funções especializadas”. Por exemplo, não fazem o parto, nem vigiam grávidas em trabalho de parto, mas recebem e prestam os cuidados imediatos ao recém-nascido.
Mas a maior falha nos serviços regista-se ao nível das dotações seguras definidas pela ordem dos enfermeiros, ou seja, “com o número de enfermeiros especialistas por turno, número este que não sendo cumprido, significa um risco para os utentes”. No CHO, com metade da equipa de especialistas a cobrir as necessidades, “a segurança nos cuidados obviamente não pode ser a mesma”, acrescentam os signatários. Estes adiantam que “os cuidados têm-se prestado sem incidentes à custa do esforço e envolvimento de todos os elementos da equipa multidisciplinar, mas a continuar a situação poderá tornar-se insustentável”.
No dia 20 de Junho, ainda antes de terem aderido ao movimento, estes enfermeiros reuniram-se com a administração do CHO, que lhes transmitiu que as razões do seu protesto eram legítimas, mas que é uma situação que depende directamente do Ministério da Saúde.
Actualmente existem mais de 2000 enfermeiros portugueses com o título de Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, reconhecido e atribuído pela Ordem dos Enfermeiros. Estes profissionais assumem responsabilidades clínicas nos cuidados obstétricos às mulheres, casais e recém-nascidos, sendo que entre as várias competências que possuem destacam-se: vigilância da gravidez, planeamento familiar, saúde da mulher, interrupção da gravidez, assistência no trabalho de parto, urgências e emergências obstétricas, cuidados no pós-parto e amamentação.































