O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses tinha previsto para ontem 27 de Novembro (já após o fecho da nossa edição) uma vigília pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), a ter lugar junto ao hospital das Caldas da Rainha, para a qual foram convocados todos os profissionais desta área.
“A situação caótica que se vive no serviço de urgência do hospital das Caldas, devido a acumulação de doentes sem a adequada dotação das equipas de enfermagem e de outros profissionais, tem gerado sobrecarga de trabalho nos profissionais, colocando em risco a segurança e a qualidade dos cuidados”, refere um comunicado do sindicato.
“Exaustos e cansados de esperar, os enfermeiros, pretendem alertar a população” para a falta de condições de segurança na prestação de cuidados, a falta de profissionais de várias carreiras, o eventual encerramento da maternidade (devido a falta sistemática de especialistas de Obstetrícia), o risco do encerramento do serviço de Psiquiatria e a falta recorrente de vários especialistas médicos na equipa do serviço de urgência, sobretudo ortopedistas o “que poderá implicar a desclassificação do nível da urgência do hospital”.
Enfermeiros “obrigados” a ficarem a recibos verdes
De acordo com o comunicado, a vigília conta com o apoio da Comissão Cívica Hospital Termal e seu Património, da Comissão de Utentes Juntos pelo Nosso Hospital, do Concelho da Cidade, do Movimento Viver o Concelho, do PCP e do PS.
Uma das principais motivações desta vigília deve-se à situação de 30 enfermeiros do Hospital das Caldas, contratados através de uma empresa prestadora de serviços (a Tónus Global, Lda), e que, tal como a Gazeta das Caldas noticiou há duas semanas, só poderão continuar a exercer o seu trabalho se aceitarem a proposta de ficarem a recibos verdes a partir de segunda-feira, 1 de Dezembro.
O caso foi denunciado, em comunicado, pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) que acusa a administração do CHO de contrariar as orientações assumidas pelo Ministério da Saúde “porque tem continuado a colmatar estas necessidades permanentes com enfermeiros subcontratados, determinando agora uma maior precarização destes”.
O sindicato acha inadmissível que o CHO não admita aqueles enfermeiros através de contratos definitivos com a instituição e ao invés, continue a contratá-los através de uma empresa prestadora de serviços.
Na altura o Conselho de Administração do CHO explicou à Gazeta das Caldas que se limitou a cumprir a lei, abrindo concurso para contratação de enfermeiros através de empresa prestadora de serviços.
No entanto, Maria de Jesus Fernandes, da direcção regional do sindicato, salientou ao nosso jornal que não está claro se o CHO pediu ou não autorização ao Ministério da Saúde para fazer a contratação directa destes 30 enfermeiros. “Estamos a falar de profissionais que são necessários para a actividade permanente, alguns dos quais a prestar serviço há cinco anos no hospital das Caldas”, referiu a sindicalista.
Durante as últimas semanas o sindicato tem vindo a reunir com as forças partidárias locais, tendo sido também recebido pela Câmara das Caldas, no sentido de sensibilizar os autarcas para esta questão.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt































