Nos dias 13 e 14 de Outubro houve greve nacional dos enfermeiros, convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). A adesão nas unidades hospitalares e de cuidados primários do Oeste fez-se sentir com o cancelamento de cirurgias e adiamento dos tratamentos de enfermagem. A classe quer que sejam efectivamente aplicadas as 35 horas de trabalho semanais, que se contratem mais enfermeiros, bem como a reposição do valor integral das horas de qualidade e o descongelamento das carreiras.
A nível nacional a adesão à greve nos hospitais cifrou-se nos cerca de 70%. Em relação ao CHO, no Hospital das Caldas a greve dos enfermeiros fez com que fossem canceladas as cirurgias (programadas e de ambulatório) e também as intervenções que estavam previstas nos serviços de Ortopedia, Ginecologia e área da Gastrenterologia.
Segundo a dirigente sindical Maria de Jesus Fernandes, a adesão a 13 de Outubro naquele hospital foi de 69% e a 14 de Outubro foi de 60% no turno da noite e de 67% no da manhã.
“Algumas consultas também não funcionaram”, disse Maria de Jesus Fernandes, salientando que as reivindicações da classe se prendem com a aplicação efectiva das 35 horas e de haver carência destes profissionais. “Os enfermeiros fazem horas a mais, estão exaustos e esse estado coloca em causa que possam fazer mais horas extra”, contou a dirigente.
No Hospital de Peniche a adesão à greve nos dois dias foi de 100%. Segundo informações do SEP, a adesão no Hospital de Torres Vedras nos dois dias foi de 53%. Contudo, nos três hospitais foram assegurados os serviços mínimos.
Duas USF com adesão de 100%
- publicidade -
Em relação aos cuidados primários, as USF de Tornada e Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, tiveram uma adesão à greve de 100%. Outras unidades estiveram a trabalhar “desfalcadas”, mas segundo Paula Castro, do SEP, “a situação económica que se vive também não permite que toda a gente possa aderir à greve”.
Nas restantes unidades oestinas a adesão à greve não foi tão expressiva, mas ainda assim colocou em causa o normal funcionamento dos serviços.
Os enfermeiros querem que seja reposto o valor integral das horas de qualidade e extraordinárias e a imediata reabertura do concurso nacional para 2000 enfermeiros para as Administrações Regionais de Saúde e de 4000 no próximo ano. Estas propostas e consequentes pedidos de reunião foram apresentadas ao Ministério da Saúde e aos grupos parlamentares.
Gazeta das Caldas pediu aos serviços do CHO e do ACES Oeste Norte os números da adesão à greve dos enfermeiros, mas não recebeu resposta até ao fecho desta edição.