Enfermeiros do CHO voltam ao protesto por falta de autorização para serem contratados

0
379

À data do fecho da edição, os 15 profissionais de saúde permaneciam em risco de despedimento no final deste mês, por falta de autorização do Governo para a contratação, denuncia o sindicato

Patricia Oliveira, de 24 anos, é enfermeira nas Urgências do Hospital das Caldas há oito meses. Foi contratada, juntamente com mais 14 profissionais de saúde, para dar resposta ao plano de inverno da pandemia. Em abril estavam na iminência de ser despedidos, mas o Ministério da Saúde decidiu prolongar-lhes o contrato por mais quatro meses, até finais de agosto. Na passada quinta-feira juntaram-se, em protesto e pedem a sua integração, justificando que são necessários à instituição. “Se formos embora a distribuição não vai acontecer. As escalas se forem asseguradas é com cuidados muito deploráveis”, explicou a enfermeira, acrescentando os problemas de há quatro meses foram-se agudizando porque há mais profissionais de baixa e outros que pediram exoneração e que não foram substituídos. A nível pessoal também há uma indefinição. “De quatro em quatro meses temos a vida suspensa”, conta a caldense, que está na iminência de ir para longe trabalhar, quando o hospital “ao pé de casa precisa de enfermeiros”.
A ação de protesto foi acompanhada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) que reivindicou a necessidade “urgente” do ministério autorizar a vinculação definitiva destes enfermeiros e que, sobretudo, aprove os “Mapas de pessoal” das instituições, para que estas possam contratar os profissionais de saúde.
Ivo Gomes, coordenador da região de Leiria do SEP, explicou que irão sair 9 enfermeiros das Caldas, o que colocará em causa a elaboração de escalas e, possivelmente, de algumas valências da Urgência. “Isto é dramático, é necessário exigir a contratação definitiva dos enfermeiros porque o que está em causa é a qualidade, quantidade e a segurança dos cuidados de saúde”, explicou. O dirigente sindical denunciou ainda a quantidade de horas extra feitas por estes profissionais. “São cerca de 100 turnos extra”, disse, salientando que para cumprir os horários e colmatar as necessidades, além destes 9 profissionais eram precisos mais 10, apenas para o Hospital das Caldas. “A equipa está sobrecarregada, desgastada com a pandemia e com todo o trabalho necessário no serviço” , alerta.
Ivo Gomes não entende o impasse do Governo, que ainda não aprovou o plano de atividades e orçamento do CHO, “deixando a administração de mãos e pés atados para contratar”.
Contactado pela Gazeta das Caldas, o Conselho de Administração do CHO esclareceu que, do ponto de vista legal, os contratos a termo em causa não podem ser objeto de renovação. Referiu, ainda, que estão a “desenvolver as diligências necessárias para encontrar soluções transitórias para manter os profissionais em funções”. Também contactado o Ministério da Saúde, o gabinete da ministra respondeu (ainda antes da demissão de Marta Temido) apenas estar “atento a todas as situações que possam impactar o normal funcionamento do SNS” e a “acompanhar a situação dos profissionais de enfermagem do CHO”, certo que a administração “procurará encontrar as melhores soluções para garantir a normal prestação dos cuidados de saúde à população que serve”. ■

- publicidade -