Enfermeiros do Centro Hospitalar do Oeste estiveram em greve no início da semana

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Contabilização dos pontos, fim dos recibos verdes e redução de data de aposentação são reivindicações da classe

Na manhã desta segunda-feira, em frente ao Hospital das Caldas, e durante duas horas, cerca de duas dezenas de enfermeiros manifestavam-se pela melhoria das suas condições laborais. “Os enfermeiros não são tontos, queremos os nossos pontos”, “Costa, escuta, os enfermeiros estão em luta!” e “Vinculação, Sim! Precariedade, Não!” eram algumas das frases entoadas pelo grupo.
A paralisação, segundo Ivo Gomes, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, contou com uma adesão superior a 50% em todo o CHO, “As consultas externas, o bloco operatório e o serviço de urgência são os que estão com mais dificuldades em cumprir os horários”.
A principal reivindicação foi a contabilizaçãode pontos desde 2004, com os retroativos a janeiro 2018. “Reunimos com a administração, onde a administração assumiu alguns compromissos, de contabilização de pontos, mas ainda não estão efetivados”, explicou o delegado sindical aos jornalistas.
O segundo grande motivo foram os vínculos precários. “É um problema que ainda não está resolvido”, fez notar, esclarecendo que há atualmente cerca de 20 enfermeiros nesta situação, metade deles nas Caldas da Rainha. “Para a vinculação definitiva, a administração precisa de ter o plano de atividades e orçamento e o governo, pelos vistos, não está a aceitar”, referiu.
Outra reivindicação prendia-se com a idade de aposentação, que desde 2009 está situada nos 66 anos e quatro meses e que exigem que seja de 57 anos de idade, 35 de trabalho. “Trabalhamos 24 horas por dia, sete dias por semana. Somos uma carreira especial de enfermagem e reivindicamos, por isso, a aposentação mais cedo, próprio do risco e penosidade da profissão”, explicou Ivo Gomes.
A melhoria das condições de trabalho, a valorização salarial e a luta por uma carreira digna são outros dos motivos que estiveram na génese deste protesto.
“No CHO sabemos que no ano passado a administração enviou o pedido para o Ministério da Saúde para 140 enfermeiros e lhe foi negado. Este ano vão repetir esse pedido. É o mínimo para o rácio enfermeiro-doente”, revelou o sindicalista. “A instituição está de mãos atadas pelo governo, não consegue contratar a não ser pelos recibos verdes”, acrescentou. Atualmente há cerca de 750 enfermeiros no CHO. ■

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