Empresas do Oeste vão receber mais de 4 milhões de apoio à produção nacional

Os primeiros 13 projetos aprovados, entre as 149 candidaturas submetidas, foram sinalizados numa cerimónia na OesteCIM, com a presença da ministra da Coesão Territorial

O Programa de Apoio à Produção Nacional tem uma dotação de 4,2 milhões de euros para a região Oeste. Candidataram-se 149 projetos, dos quais 13 já estão aprovados, tendo os contratos com as empresas sido assinados no passado dia 9 de março, na OesteCIM, numa cerimónia presidida pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
Estes 13 projetos representam uma comparticipação comunitária de mais de 1 milhão de euros a micro e pequenas empresas dos setores da indústria e do turismo. No conjunto, representam a manutenção de 287 postos de trabalho e a criação de mais 30. A maioria dos projetos aprovados situam-se no concelho de Alcobaça (7), seguida de Nazaré e Torres Vedras (2) e Arruda dos Vinhos e Lourinhã (1), mas, de acordo com Isabel Damasceno, presidente da CCDR Centro, foram apresentadas candidaturas de todos os concelhos da região.
De acordo com a responsável, a escolha (até se esgotar a dotação) ficará concluída até ao final do mês, com critérios que passam pela sustentabilidade económica da empresa e a manutenção dos postos de trabalho, tendo em conta que este instrumento foi criado durante a pandemia. Os empresários têm agora 12 meses, com a possibilidade de prorrogar mais seis, para a execução do projeto.
Isabel Damasceno destacou este apoio ao empreendedorismo local, lembrando que a economia portuguesa faz-se de pequenos projetos, de proximidade, não de grande dimensão, muitos deles familiares, que todos os dias vão crescendo e criando emprego.
Para a ministra da Coesão Social, este apoio veio compensar a lacuna que havia relativamente aos negócios de proximidade e que veio a revelar-se um êxito, tendo em conta a adesão.
“Em plena pandemia, abrimos a medida com 100 milhões de euros de fundo e tivemos uma procura para um apoio de cerca de 300 milhões de euros”, explicou Ana Abrunhosa, salientando que esta medida de coesão social foi também inovadora ao nível da sua execução, tendo em conta que o aviso foi feito por comunidades intermunicipais e adequado a cada um dos territórios.
A ministra deixou, ainda, o aviso de que os projetos que não vejam agora a sua candidatura acolhida, poderão depois candidatar-se ao Portugal 2030.
Para o presidente da OesteCIM, Pedro Folgado, o programa é de “uma importância vital para a criação de riqueza e emprego”, revelando-se um “importante contributo para a recuperação económica deste território”. O também presidente da Câmara de Alenquer destacou ainda que, na região, representa um incentivo ao investimento na transição verde, economia circular e transição digital.

Um apoio “muito importante” destinado
às micro e pequenas empresas

Jorge Barosa, presidente da AIRO, considera que o Programa de Apoio à Produção Nacional é “muito importante” para as micro e pequenas empresas. Tem conhecimento que foram apresentadas também candidaturas por parte de empresas caldenses, nas áreas do turismo, comércio e indústria, e que algumas foram considerados elegíveis.
“Esperávamos que o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) também viesse dar algum tipo de apoio às empresas, mas está muito focalizado nos programas do governo”, disse o também empresário, acrescentando que a percentagem que existe para o setor empresarial destina-se a apoiar apenas grandes projeto. Socorrendo-se das palavras da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, Jorge Barosa defende que é necessário mais apoio às pequenas e médias empresas “que perfazem a maior quantidade do tecido empresarial da nossa região”.
O empresário acrescenta ainda que, mesmo em época de crise, se os empresários tiverem apoios estão dispostos a investir, pelo que cabe ao Estado essa proteção ao tecido empresarial. Também o envolvimento da comunidade intermunicipal no programa é vista com bom olhos por parte do presidente da Associação Empresarial da Região Oeste, tendo em conta que estas entidades “têm maior conhecimento da área territorial” do que a administração central.