Emoção no feriado municipal de Rio Maior

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O Comandante dos Bombeiros de Rio Maior foi o grande homenageado com medalha de mérito municipal - grau ouro

Sessão solene marcada pela emoção durante as homenagens que reconheceram o passado, mas também pelos discursos voltados para o futuro

Foram momentos de grande emoção que marcaram a sessão solene de comemoração do 189º aniversário da elevação de Rio Maior a concelho, que decorreu na manhã da passada quinta-feira, 6 de novembro, no cine-teatro.

Após o hastear das bandeiras, a sala do cine-teatro encheu-se para a sessão solene, que contou com vários momentos culturais, como apresentações musicais e de dança.

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Paulo Cardoso, comandante dos Bombeiros de Rio Maior, que integra os soldados da paz desde 1986, foi agraciado com a medalha de mérito grau ouro. Num momento de emoção, recordou o comandante Eduardo Agostinho, responsável por se ter tornado bombeiro, dado que em 1986 Paulo Cardoso tinha sido convidado para integrar a direção, mas lembra uma conversa com o comandante, que no fim lhe disse “rapazinho, tu não vais para a direção, tu vais para os bombeiros!”. O comandante agradeceu aos bombeiros e à família e revelou que esta distinção “é uma dupla sensação”, com a alegria por ver o seu trabalho ser reconhecido, mas, por outro lado, o sentimento de que está a chegar ao final este percurso.

António Vicente Bogalho, da Benedita e que desde 1980 é bombeiro, recebeu a medalha de mérito grau prata, bem como Maria Bernardete Maurício, de Mira, que se destacou na docência desde 1971 e que se reformou em 2007, sendo a primeira diretora da Universidade Sénior. Também com a medalha de mérito grau prata foi reconhecida a Confederação dos Agricultores de Portugal (C.A.P.), que congrega cerca de 250 organizações e celebra no dia 25 deste mês os seus 50 anos, com uma ligação profunda a Rio Maior, onde se realizou a reunião em que foi decidida a sua criação, mas também na cidade onde foi registada e onde se localizou a sua primeira sede. Joaquim da Nazaré Gomes, das Fráguas e que nasceu no dia do feriado municipal, também recebeu a medalha grau prata. Ele que no Verão Quente esteve na linha da frente da luta dos agricultores e que foi um dos membros fundadores da C.A.P., tendo integrado a comissão que negociava com o governo as reivindicações do setor quando se deu o golpe e contragolpe militar de 25 de novembro.

José Barroso, de Lisboa, – que fez parte dos executivos municipais antes e depois do 25 de Abril, foi docente e dedicou-se ao mundo associativo -, faleceu no dia 30 de agosto deste ano foi homenageado, a título póstumo, com a esposa e filhos a receberem a medalha.

Durante a cerimónia foram também distinguidos os sete trabalhadores municipais que completaram 30 anos de serviço e os nove que se aposentaram durante este ano.

O presidente da Câmara, Luís Filipe Santana Dias, destacou a transformação que tem existido em Rio Maior, frisando no entanto que “o verdadeiro desenvolvimento não se mede em números ou em obras, mede-se em felicidade e confiança no futuro”.

O autarca salientou que neste dia “distinguimos grandes riomaiorenses e grandes amigos de Rio Maior”, notando que António Bogalho foi reconhecido por “uma vida inteira em vigia para que os outros possam dormir descansados”, Bernardete Maurício “pela sua entrega à educação, cultura e cidadania”, a CAP “pela sua participação indelével na história do país” e “o apoio aos agricultores riomaiorenses” e Joaquim Gomes “pelo trabalho associativo e empresarial, pela participação corajosa em momentos decisivos da nossa história coletiva”.

Já José Barroso, “pelo legado de dedicação à causa pública”. O maior discurso foi para o amigo Paulo Cardoso, referindo que esta “medalha é o símbolo da admiração e gratidão do concelho inteiro pela sua coragem, liderança e dedicação” e que o seu percurso “é um exemplo de humanidade e altruísmo”. Num tom mais pessoal, falou ao amigo, acrescentando que “Rio Maior jamais te poderá ser justo, que saiba sempre ser-te grato”.
O edil riomaiorense garantiu que vão “continuar a governar com sentido humano e proximidade”, mas notando que “os próximos quatro anos vão trazer desafios exigentes”, deixando votos “que continuemos juntos”.

O presidente da Câmara terminou a afirmar que “189 anos depois, Rio Maior continua a afirmar-se como um território de futuro”. Nessa linha de olhar o futuro, na abertura da sessão, Carlos Neto, presidente da Assembleia Municipal em representação de Isaura Morais, havia lançado o desafio à plateia de imaginar Rio Maior daqui a 20 anos, “um concelho onde a sustentabilidade não é apenas um objetivo, mas sim uma forma de viver”, um concelho com as suas salinas ativas, a mina “como referência nacional ao turismo industrial”, as Serras de Aire e Candeeiros como “um espaço de ciência viva, desporto e bem-estar” e uma cidade “verde, digital, onde a mobilidade é limpa e eficiente, os edifícios energéticamente sustentáveis”. Este é, fez notar, um “futuro que poderá parecer longínquo, mas que começa hoje”.

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