Emigrantes em França acompanham a região na Gazeta

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Um chá e um arroz doce continua a ser um pretexto para um encontro… ainda que surpresa, 20 anos depois, proporcionado pela Gazeta

Há 20 anos, convidado pelo diretor do jornal a escrever sobre a importância da Gazeta das Caldas junto da comunidade emigrante, João Carlos Costa dava a conhecer um hábito de várias famílias portuguesas nos subúrbios de Paris. “O interessante é que no meio de muitas filhós, arroz doce e chá ou vinho do Porto há sempre um exemplar da Gazeta das Caldas”, escrevia, dando conta que era desta forma que os emigrantes recebiam notícias da região, onde só regressavam uma vez por ano. O artigo vem acompanhado de uma fotografia de três emigrantes em França que, duas décadas depois, João Carlos Costa, em conjunto com a Gazeta das Caldas, decidiu surpreender com a reprodução da notícia, mas também com um chá e uma taça de arroz doce. O reencontro decorreu na tarde de 15 de julho, na Vila Paladina, na Foz do Arelho, e não podia ter sido mais emotivo.
Isabel Marques, Ana Maria Izidoro e Conceição Batista, que vivem há mais de meio século em França e estão agora aposentadas, dividem o tempo entre o país que as acolheu, e onde mantêm os filhos e netos, e a terra natal. Continuam a encontrar-se para colocar a conversa em dia e, também, para ler o semanário.
“Gosto de ler a Gazeta, sobretudo quando vou a casa da minha sogra, ela tem sempre o jornal. Permite-nos estar informados sobre o que se passa na nossa terra”, resumiu Isabel Marques, que agora acompanha as notícias no formato online.
“Sempre gostei de estar ao corrente ao que se passa nesta região”, conta a emigrante, natural de Chaves, que conheceu o marido (natural de A-da-Gorda) em França e, desde então, adotou esta terra também como sua.
Também Ana Maria Izidoro anda bem informada. Quando estava em França o marido era assinante, mas agora é a prima, Nazaré, quem guarda o jornal sempre para ler “todas as semanas”. “Ainda da última vez que cheguei e a fui visitar, regressei com três sacos cheios de jornais para ler”, conta. A emigrante, natural de A-da-Gorda, recorda que o neto, Matias, vive em França e que desenvolveu o Português a ler a Gazeta, que recebia semanalmente. “Era sobretudo o jornal, que ele aproveitava para ler e interessava-se muito pelas notícias da nossa terra”, explica, acrescentando que o neto, atualmente com 27 anos, é um grande impulsionador do associativismo, interessa-se muito pela terra dos familiares e continua a ler o jornal porque quando vê alguma novidade liga-lhe logo a contar.
Ana Maria Izidoro não esconde que a necrologia é uma das primeiras paginas que lê na Gazeta das Caldas, e que depois “passa os olhos” pelo resto do jornal. “Gosto de ler as novidades e de estar ao corrente do que se vai passando”, resume.
Conceição Batista lembra que quando moravam todas nos arredores de Paris e visitavam-se muito, agora acaba por ser o telefone que ajuda a matar saudades. E a Gazeta também dá uma ajuda. ■

As três amigas, há 20 anos, na reportagem publicada na Gazeta das Caldas
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