Emigrantes do Nadadouro envolvidos num crime que “entristeceu” uma pequena vila Suíça

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Alipio1O Nadadouro vive momentos de muita consternação na sequência de um duplo homicídio, seguido do suicídio do assassino, que aconteceu 3 de Novembro, na vila de Wilderswil (Suíça), que envolveu emigrantes daquela localidade do concelho das Caldas, com idades entre os 40 e os 50 anos.
À Gazeta das Caldas, a presidente da Junta do Nadadouro, Alice Gesteiro, “é um assunto que afectou muitas pessoas, porque vivemos num meio pequeno”. A autarca lamenta este “acto tresloucado de uma pessoa tão nova, com pouco mais de 40 anos”.
O autor dos homicídios foi Alípio Jacinto, natural do Nadadouro e que estava emigrado na Suíça há cerca de 20 anos. As vítimas foram a sua ex-mulher, Lídia Pereira, e Jerónimo Pereira, um ex-amigo que agora vivia com ela. “Há quem diga que saiu há pouco tempo a decisão sobre a tutela do filho que tinham em comum [Alípio e Lídia Pereira] e que terá sido essa a ‘gota de água’”, referiu Alice Gesteiro.
Segundo testemunhas locais citadas pelo jornal Berne Oberländer o homicida andaria já a fazer ameaças à ex-mulher, de quem estava separado há vários anos.
Ainda segundo aquele jornal, na manhã de segunda-feira, cerca das 6h00 locais (mais uma hora em Portugal), tocou à campainha da casa de Lídia Pereira e depois  desta ter saído de casa foi atingida com um tiro. De seguida, surgiu Jerónimo Pereira que também foi alvejado mortalmente.
A filha mais velha de Lídia Pereira, fruto de uma relação anterior, conseguiu mesmo assim impedir que o ex-marido da mãe entrasse em casa e eventualmente atingir os seus dois irmãos.
O homicida acabaria por se suicidar de seguida e o corpo foi encontrado dentro do seu automóvel, perto do local do crime.

Emigrantes há mais de  20 anos

A presidente da Junta do Nadadouro era prima de uma das vítimas, Jerónimo Pereira, que também estava emigrado na Suíça há mais de 20 anos, mas vinha habitualmente a Portugal. “A última vez que veio cá foi o ano passado, quando faleceu o pai dele”, contou a autarca.
Teria até sido Alípio Baptista quem levou Jerónimo Pereira para a Suíça quando este emigrou, porque na altura eram amigos. Os outros pormenores deste triângulo eram ainda um pouco confusos até ao fecho desta edição, uma vez que os próprios familiares desconheciam a relação matrimonial de Lídia Pereira e Jerónimo Pereira. Lidia era natural dos Madeira, mas viveu nas Caldas da Rainha, tendo sido aqui empregada de balcão.
Gazeta das Caldas falou também com uma testemunha, que não se quis identificar, que terá estado com Alípio Jacinto há menos de uma semana, num café nas Caldas. O homicida terá ido para a Suíça no domingo, pouco tempos antes de matar a ex-mulher e o ex-amigo. “Actualmente nem sabíamos se ele passava mais tempo na Suíça ou em Portugal”, referiu Alice Gesteiro, que adiantou ainda que Alípio Jacinto era “um homem mais fechado”.
“As pessoas sabiam pouco da vida do Alípio. Sabemos que o primeiro casamento dele foi cá, com uma rapariga do Nadadouro, mas eram muito novos ainda”, contou a autarca.
Pelo contrário, Jerónimo Pereira costumava dar-se mais com as pessoas da terra, mas sobre a relação com Lídia Pereira, ninguém saberia de nada em Portugal. “A irmã e o sobrinho não sabiam de nada”, referiu Alice Gesteiro.
O sobrinho de Jerónimo Pereira também disse à presidente da Junta, na passada terça-feira, que ainda não sabiam nada sobre uma hipotética transladação dos corpos para Portugal. A situação está a ser acompanhada por uma irmã da vítima, Joaquina Pereira, que também é emigrante na Suíça. Quanto aos pais de Alípio Jacinto, já não moram no Nadadouro e “não sei onde eles vivem agora”.
Segundo a autarca, na Suíça haverá cerca de duas dezenas de emigrantes do Nadadouro. “O país onde haverá mais emigrantes daqui é no Canadá”, explicou.
Pela brutalidade do caso e porque a violência doméstica tem vindo a ser um problema cada vez mais abordado em todo o mundo, o crime teve uma grande divulgação por parte dos media nacionais e internacionais.
Os principais órgãos de comunicação social nacionais estiveram no Nadadouro e falaram com alguns dos familiares, que na terça-feira já preferiram deixar de dar entrevistas.
A nível internacional o caso foi também bastante noticiado por publicações por toda a Europa e mesmo nos países anglófonos da Austrália e Nova Zelândia..

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Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

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1 COMENTÁRIO

  1. Algumas coisas aqui nao sao de todo verdade… diz-se pela comunicacao social que ele se suicidou dentro do carro dele, o Sr Alipio nao tinha nenhum carro a disposicao, nem atraves de aluguer. Eu trabalho no hotel onde ele esteve hospedado durante toda a semana anterior aos acontecimentos, ate ao fatidico dia, e onde ja tinha ficado hospedado muitas outras vezes, e ele nunca estacionou um carro no parque de estacionamento! Aliás, a primeira coisa que ele pedia ao efectuar o check-in era um cartao que lhe permitia circular nos transportes publicos sem pagar! Se ele veio ca de proposito para fazer o que fez nao sei, mas a verdade é que durante essa semana, como alias sempre, foi bastante educado comigo, e sempre bem disposto e alegre, e inclusive, pagou pela despeza dele toda, nao ficou a dever um centimo sequer!