Embaixador francês em Portugal visitou Alliance das Caldas da Rainha

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O embaixador Pascal Teixeira da Silva é luso-descendente e fala correctamente português

 

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Chama-se Pascal Teixeira da Silva o embaixador francês em Lisboa. O representante da República Francesa em Portugal só poderia ser, naturalmente, um cidadão francês, mas este tem raízes portugueses.
No dia 1 de Outubro visitou as instalações da Alliance Française nas Caldas da Rainha e foi recebido na Câmara Municipal onde reuniu com industriais do sector da cerâmica. De seguida partiu para Santarém a fim de inaugurar as novas instalações da instituição de ensino da língua francesa, geridas pela Alliance das Caldas da Rainha.

“A Alliance das Caldas da Rainha tem uma dinâmica muito positiva e o facto de abrir um pólo em Santarém é a prova disso”. Palavras do embaixador Pascal Teixeira da Silva, que sublinhou o facto de a Alliance caldense “ter conseguido manter e até aumentar o número dos seus alunos”, apesar da má conjuntura económica.

O grupo da Alliance Française das Caldas da Rainha em dia de festa

O diplomata que é o primeiro francês, filho de português, a ocupar o cargo de embaixador em Lisboa, considera que em Portugal “há muitos francófonos seja por que aprenderam a língua na escola, seja porque foram a França no âmbito das correntes migratórias”. E diz que fala por experiência própria já que os seus avós e o seu pai emigraram de Castelo de Paiva para França nos anos 30 do século passado.
Pascal Teixeira da Silva fala português correctamente e foi na língua de Camões que prestou declarações à Gazeta das Caldas.
Hoje, apesar de no ensino regular a maioria dos estudantes aprender inglês, “o francês ainda é a segunda língua estrangeira mais aprendida”, disse, salientando, na visita à Alliance das Caldas, a qualidade das instalações e a boa localização geográfica das mesmas, na Rua Miguel Bombarda, em pleno coração da cidade.
Para Pascal Teixeira da Silva, o multilinguismo “é um trunfo em termos profissionais pois num curriculum  o que atrai é saber um pouco mais do que os outros e nesse sentido falar francês é uma mais valia”.
O embaixador disse que em Portugal há  300 empresas francesas que empregam directamente 50 mil pessoas e para os cargos de chefia são contratados cada vez mais portugueses. Daí que seja “importante que falem francês de modo a poder contactar com a empresa-mãe”, disse Teixeira da Silva. Na sua opinião, a diversidade linguística e cultural “é uma das marca identitárias da Europa e é preciso alimentar este projecto político desenvolvendo, ao mesmo tempo, a sua dimensão cultural”.

O homem certo para o lugar certo

O diplomata e o presidente da Câmara durante o almoço no restaurante da fábrica Bordalo Pinheiro

Pascal Teixeira da Silva é embaixador em Lisboa há dois anos, depois de ter estado vários anos no Brasil, na Alemanha, na Rússia e nos EUA. “É muito importante estar em Portugal, é quase um sonho de carreira por causa da minha história familiar”, disse o diplomata, que se considera como o homem certo para o lugar certo. “Tenho a convicção que estou aqui dado que era um bom candidato devido à minha dimensão pessoal”, acrescentou.
Para o embaixador, “Portugal é um parceiro, um aliado de França” salientando que “o êxito de Portugal será também o êxito da Europa”. Ao contrário, as dificuldades e o fracasso dos países “representarão um fracasso colectivo” e, portanto, o seu papel de embaixador é o de explicar na Europa “que estamos a construir um futuro comum e temos que perceber que em Bruxelas estamos 27 elementos à volta da mesa e seja qual for o tamanho dos países, todos os estados membros têm a mesma importância”.
Questionado sobre como é que hoje os franceses vêem Portugal, Teixeira da Silva considera que há uma imagem positiva do país, que é notória tendo em conta o crescente aumento de turistas franceses.
O diplomata acha que a visão sobre Portugal mudou pois o país está muito empenhado em tentar resolver problemas difíceis relacionados com a dívida soberana, o défice e o endividamento. “Os esforços feitos até agora suscitam muito a admiração e respeito por parte dos franceses”, disse Teixeira da Silva, depois de ter destacado que, em terras lusas, se acolhe muito bem os turistas.

Caldas coordena pólo de Santarém

“A Alliance Caldas é exemplar. É muito limpa e acolhedora para a juventude das Caldas estudar francês e também para ensinar língua portuguesa, sobretudo para os estrangeiros”. Palavras de Pierre Rivron, o delegado geral da Alliance Française em Portugal, que acompanhou a visita. Este responsável explicou que o facto da Alliance das Caldas ficar responsável pelo pólo de Santarém até que este se torne autónomo é algo que “merece o nosso apoio e achamos muito bem que as Caldas possa apoiar os primeiros anos o inicio daquela instituição”.
Da comitiva do embaixador francês fez parte Sophie Laszlo, directora do Instituto Francês em Portugal e do Conselho de Cooperação e de Acção Cultural.
Após a visita às instalações da escola, a comitiva foi recebida na Câmara Municipal onde reuniu com autarcas e com industriais do sector da cerâmica, entre eles os responsáveis da Braz Gil, da Molde e da Bordallo Pinheiro.  Após o almoço no Restaurante S. Rafael, nas instalações da Bordalo Pinheiro, houve tempo para uma pequena visita cultural ao Centro de Artes e ao Museu de Cerâmica.
Em Santarém, o grupo reuniu também com empresários locais e foi recebido pelo presidente da Câmara, Ricardo Gonçalves,  na inauguração das instalações da Alliance. O beberete foi servido por alunos da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste.

Natacha Narciso

nnarciso@gazetadascaldas.pt

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