A partir de inícios de Outubro será possível apanhar a Rápida para Lisboa junto à Expoeste evitando assim que muitas pessoas tragam o carro para o centro da cidade a fim de embarcar na Rodoviária. Esta foi uma das novidades apresentadas no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, que decorre até ao próximo domingo.
Também em Outubro começam a circular pela cidade trotinetes eléctricas e ainda este ano as linhas do Toma passam a incluir no circuito o Bairro Azul, a zona da futura USF de Santo Onofre e a Quinta do Pinheiro Manso.

A paragem junto à Expoeste está praticamente concluída e a previsão da Rodoviária do Oeste é que em inícios do próximo mês os utilizadores da Rápida para Lisboa possam apanhar ali o autocarro, e sair, no regresso. O objectivo é facilitar o estacionamento de quem se desloca de carro para apanhar depois o transporte público.
Hugo Oliveira, vereador com o pelouro da Mobilidade, estima que, diariamente, saem das Caldas da Rainha, em autocarro cerca de mil pessoas. Se metade não morar na cidade, têm que trazer os carros e estacioná-los, o mais perto possível da estação, o que leva a problemas de estacionamento. Esta solução pretende diminuir esse problema.
Numa primeira fase o bilhete poderá ser comprado no autocarro, mas se houver muita procura por aquela paragem, está a ser equacionada a criação no local de uma zona de venda de bilhetes e de uma casa de banho. A Rodoviária do Oeste está também em fase de testes para a utilização de uma aplicação móvel de compra do bilhete.
Para que o horário seja cumprido na nova paragem da Expoeste, o autocarro passará a sair cinco minutos mais cedo do terminal rodoviário.
Hugo Oliveira garantiu que a criação desta paragem tem apenas o propósito de tirar os carros do centro da cidade e facilitar a vida dos utilizadores do transporte rodoviário. “Não é um passo para tirar o terminal do centro da cidade”, garantiu.
Ciclovias e trotinetes eléctricas
Na conferência de imprensa promovida pela Câmara para dar nota pública do seu plano de mobilidade, actualmente em preparação, foi apresentada a rede ciclável piloto, que terá como espinha dorsal a ligação entre a zona desportiva e a ESAD. Esta ciclovia irá passar pela zona da Rainha e daí também derivar para o resto da cidade, com marcações no piso e partilha com o automóvel. O traçado foi aprovado recentemente pelo executivo e vai para concurso público em breve. Orçamentada em perto de 600 mil euros, a obra conta com financiamento do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) e deverá arrancar no próximo ano.
Esta proposta entronca na planta das ciclovias que estão previstas para o concelho, como a que existe em volta da Lagoa e que nunca chegou a ser ligada, estando agora a ser estudada uma solução conjunta com a APA e o município de Óbidos. Há outra ciclovia entre a Zona Industrial e a Foz do Arelho e uma terceira, apenas marcada, na Estrada Atlântica.
CICLOVIA PARA A LAGOA?
A ciclovia que liga o Abraço Verde à ESAD deverá ter depois continuidade para Óbidos, mas ainda não existe financiamento para a sua execução. Hugo Oliveira manifestou vontade na criação de uma outra ciclovia de ligação entre a zona desportiva e a Lagoa através das Águas Santas e a zona da Barrosa, tendo já feito a proposta à APA. “É um projecto ambicioso, está apenas no nosso horizonte”, referiu.
Também as trotinetes eléctricas passarão a circular na cidade. Estão em testes durante a Semana da Mobilidade e em Outubro começam a funcionar. A sua apresentação será feita amanhã, 21 de Setembro, na Rua Capitão Filipe de Sousa (manhã) e Largo Frederico Pinto Bastos (tarde). Em Outubro as 30 trotinetes disponibilizadas pela empresa Green Speed começam a circular pela cidade. Estarão colocadas em 15 locais e têm um custo de activação de 1 euro e mais 15 cêntimos por minuto de utilização, feito através de uma aplicação móvel.
Hugo Oliveira realça que está a ser preparada regulamentação para o seu uso, tendo sido estipulados locais para deixar ou pegar nas trotinetes. Os utilizadores que não as deixarem nesses espaços pré-definidos, continuarão a pagar o valor de utilização.
O autarca explicou ainda que não abandonaram o projecto das bicicletas partilhadas, mas que estão a reavaliá-lo. “O programa de bicicletas eléctricas ESAD mantem-se, assim como o apoio e colocação de estações, mas a bicicleta tem um valor demasiado elevado para optarmos por este tipo de solução”, disse, acrescentando que faz mais sentido ter estações virtuais, como no caso das trotinetes eléctricas.
Ainda no que respeita às bicicletas, foram criados vários pontos de estacionamento nos parques.
Para melhorar a acessibilidade das pessoas com mobilidade reduzida a autarquia disponibiliza o serviço Move Chair, que transforma uma cadeira de rodas numa hand bike (bicicleta inclusiva) através do sistema plug & play. No fundo, este equipamento permite que a pessoa traga a sua cadeira, acople o sistema e passe a ter um veículo eléctrico no qual pode conhecer a cidade. No Posto de Turismo existe uma cadeira de rodas e dois adaptadores que poderão ser usado por todos quantos necessitem.

Toma e OBI vão estar ligados
Os serviços prestados pelos transportes públicos municipais das Caldas e Óbidos, Toma e Obi, serão ligados. A partir de Outubro a Rodoviária do Oeste passará a operar o Toma, por cedência contratual da actual exploradora, Berrelhas. Sendo a mesma operadora a explorar o serviço nos dois concelhos, há a possibilidade de criação de um titulo de transporte combinado.
Também no próximo mês as linhas laranja e azul do Toma irão ser alteradas, de modo a incluir mais zonas da cidade. A linha laranja passa a abranger o Bairro Azul e a zona onde está a ser construída a Unidade de Saúde Familiar de Santo Onofre, enquanto que a linha azul passará pela Quinta do Pinheiro Manso, perto do Bairro das Morenas.
Hugo Oliveira informou ainda que o plano de mobilidade apresenta propostas de alteração das linha do Toma no sentido da optimização da rede. De acordo com o autarca, este transporte tem uma função social, de apoio às escolas e ao desporto. A autarquia assume a despesa com este serviço, que é na ordem dos 300 mil euros e cujas receitas apenas ascendem a um terço daquele valor.
A Rodoviária do Oeste está a estudar uma solução de transporte para as pessoas que, normalmente trabalham por turnos, e têm que se deslocar a pé para a Zona Industrial por não haver transporte público nesses horários. “Estamos a auscultar as empresas para saber quais são as necessidades, os horários e número de trabalhadores abrangidos para podermos fazer um estudo e implementar o transporte adequado às necessidades”, explicou Sónia Ferreira, da operadora de transportes.
Semáforos e zonas 30
O plano de mobilidade aponta para um alargamento das zonas em que o limite máximo de velocidade são 30 km/hora na cidade. Inicialmente serão criadas “zonas 30” junto às escolas Raul Proença, Rafael Bordalo Pinheiro e EB de Santo Onofre, a implementar já em Outubro.
A autarquia está a articular com as escolas para que haja corredores onde os encarregados de educação possam deixar ou ir buscar os alunos sem provocar engarrafamentos. “Em alguns casos terão que ser eliminadas zonas de estacionamento, de forma a termos corredores de circulação mais simples”, explicou a vereadora da Educação, Maria João Domingos.
Também com o objectivo de restringir a velocidade, está prevista a colocação de semáforos na Avenida Eng. Paiva e Sousa e de elevação de passadeiras e, possivelmente, também semáforos, na Avenida Yura Dobrynine, junto ao complexo desportivo.































