Em confinamento, os concertos e actuações on-line permitiram manter a tradição da data

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O concerto do 15 de Maio na Avenida 1º de Maio é sempre um dos momentos mais aguardados nas Caldas. Este ano, face à pandemia, não foi possível realizar esse evento, mas a autarquia encontrou no online uma forma de manter a tradição. O concerto com artistas locais, dividido em duas partes e transmitido online, recebeu vários elogios, quer pela iniciativa, quer pela qualidade dos músicos.

Os concertos do Dia da Cidade na Avenida 1º de Maio são um dos momentos mais aguardados nas Caldas. Este ano, devido à pandemia, muitas pessoas questionavam-se acerca do que seria feito pela autarquia e esta respondeu com uma iniciativa que permitiu manter a tradição viva e respeitar as medidas de segurança e protecção: concertos no CCC, que reuniram vários artistas locais (com diferentes sonoridades), sem público, para ser transmitido on-line através do Youtube.
Intitulado “Protege Caldas”, o espectáculo teve início na noite de 14 de Maio, com a actuação de Luís Russo, que cantou “Lá Fora Faz Frio”, o “Lamento de Um Velho” e “Sometimes I Feel Blue”.
Seguiu-se a voz inconfundível de Júlia Valentim, que subiu ao palco do centro cultural caldense em trio e que cantou o “Lisboa Não Sejas Francesa”, “Georgia In My Mind” e “Somewhere Over The Rainbow”.
Entre as reacções do público na caixa de comentários, contavam-se várias “salvas de palmas” (também elas virtuais) e elogios à iniciativa e, também, à escolha dos artistas locais. Houve quem pedisse que estes músicos tocassem com maior regularidade no concelho e até no CCC e houve também quem sugerisse que em 2021 o concerto do 15 de Maio seja com estas mesmas bandas, mas aí já na Avenida cheia de gente.
Ao sabor da música, alguns caldenses recordaram concertos de outros anos (que Gazeta das Caldas também fez e que apresenta abaixo) e alguns reconheciam as caras que viam no palco (como no caso do professor de música, Fernando Lopes, que foi reconhecido por vários dos seus alunos e ex-alunos). O ecletismo do cartaz também foi elogiado.
Os Acordes do Pátio tocaram “O Culpado Fui Eu”, “Só Tu” e “O Meu Bom Ar”, antes de se fechar a primeira noite do concerto, a cargo da dupla Paulo Seixas&Pedro Brito, que tocaram os temas “Purple Rain” e a “Mãe Negra”.

UM CONCERTO ON-LINE E DIVIDIDO EM DUAS PARTES

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A segunda parte do concerto viria a decorrer na noite de 15 de Maio, contando com a abertura da multifacetada Nádia Schilling, a cantar “Kite” e “Will You Still Think Of Me”.
Seguiu-se Carlos Caldas, que subiu ao palco para “Back to Black”, “Hallellujah” e “E Depois do Adeus”.
As festas da cidade encerravam com a actuação da cantora Rebeca, que foi a última convidada e que trouxe “Eu e o Meu Piano”, “I D” e ainda o tema “O Meu Nome É Rebeca”.
O encerramento das festividades foi feito ao som do tema “Irei Vencer”, música que Rebeca cantou com a ajuda do filho (a tocar guitarra) e da irmã (a dançar).
Entre as actuações, o apresentador – João Carlos Costa – foi deixando mensagens de esperança.

BCI E CORAL TAMBÉM ACTUARAM

No dia 15 de Maio a Banda Comércio e Indústria (que costuma actuar no Largo do Termal, depois da homenagem à Rainha D. Leonor), presenteou a cidade com uma actuação online.
Sob a batuta do maestro Adelino Mota, os músicos tocaram uma obra intitulada “Caldas da Rainha”, que foi criada por Jacob de Haan, compositor holandês que a dedicou à cidade termal.
A iniciativa reuniu no mundo virtual cerca de 70 pessoas.
Pouco depois, ainda na tarde de 15 de Maio, foi divulgada também a actuação do Grupo Coral das Caldas.
Mais de 20 pessoas cantaram o “Niña e Viña”, um tema anónimo do Cancionero de la Colombina, cuja origem remonta aos séculos XV e XVI.

 

Um 15 de Maio sem multidão na Avenida 1º Maio

Este ano muito mudou nas celebrações do Dia da Cidade. Uma delas foi a impossibilidade de realizar o grande concerto na véspera que, por norma, é feito por um grupo nacional e que é seguido por vários minutos de espectáculo de fogo de artifício.
Gazeta das Caldas recorda as actuações da última década, com anos marcados pela crise, com apostas em prata da casa e ainda pela mudança para a zona da Estação da CP, em 2014.
Em 2010, a noite do 14 de Maio foi vivida ao som dos Deolinda, ainda na Praça 25 de Abril, junto à Câmara Municipal.
No ano seguinte, o concerto foi assegurado pelos Função Públika, que trouxeram 13 elementos que actuaram num palco multimédia.
Em 2012, o concerto atraiu um mar de gente à Praça 25 de Abril num ano em que o edil era Fernando Costa, que decidiu cortar nas “festas e foguetes” e investir em cabazes de ajuda a 300 famílias carenciadas. Como tal, apostou-se em grupos locais – Plant, o DJ Kokab, o DJ e cantor João Carlos, que era, então, o animador do karaoke do bowling. Por último actuou a cantora Rebeca que naquela data assinalava os 15 anos de carreira – num ano em que eram assinalados 20 anos do primeiro concerto naquele espaço ao ar livre. Foi Rui Veloso que animou o concerto das festas da Cidade, assinalando também a inauguração dos actuais Paços do Concelho, na Praça 25 de Abril. Os anteriores concertos tiveram lugar na Praça da Fruta.
No ano seguinte, manteve-se a aposta na prata da casa, tendo actuado Adelaide Ferreira, Rebeca, Fernanda Paulo, Kokab, banda Bico d’Obra, Inês André, António Alves, JC, Paulo Seixas e Carlos Caldas.
Em 2014, a cantora Rita Guerra foi a primeira artista a actuar do lado da estação da CP, localização motivada pelas obras da regeneração urbana mas que se vai mantendo desde então. A nova localização permite ao público espalhar-se pela Avenida 1º de Maio. Foi também a primeira vez que Tinta Ferreira discursou, apenas durante um minuto, de forma bem mais comedida que o seu antecessor, Fernando Costa.
No ano seguinte actuaram os Azeitonas e, em 2016, a festa foi animada por José Cid. A primeira parte foi assegurada pelo grupo Salmoura, que venceu o concurso Caldas Dá-te Música.
Um ano depois, as festas foram animadas pelos Amor Electro, enquanto em 2018 foi a vez dos The Gift, com a vocalista da banda alcobacense, Sónia Tavares, a referir que actuar nas Caldas era como “jogar em casa”. Nesse ano, no final da actuação, os jogadores do Caldas subiram ao palco para serem homenageados, num ano em que se assinalou os 102 anos do clube local.
O último concerto do 15 de Maio foi de Olavo Bilac que entoou, durante a actuação, e em uníssono com o público, “Por quem não esqueci” ou “Jardins Proibidos”.

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