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Na passada quinta-feira, 6 de Junho, a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste organizou um jantar temático com a apresentação da ementa vencedora do Concurso dos sabores da Idanha/Sogrape Vinhos 2013, onde foram entregues os prémios aos alunos André Faria e Daniela Ferreira autores desta ementa.
Este concurso, que decorreu no Estoril, reuniu alunos de algumas das principais escolas de hotelaria e turismo do país, tendo os alunos da escola caldense ganho o prémio com o seguinte menu:
Aperitivo – Sangria de frutos vermelhos e “Gazela Vinho Verde Branco”
Entrada – Ravioli de Magret de Codorniz e “Queijo amarelo Beira Baixa DOP sobre aveludado de nabo e açafrão acompanhado com “Mateus Rosé Sparkling bruto”
Prato – “Napoleão” de pargo e “Queijo Castelo Branco DOP” sobre vitellote, camarão corado e legumes caramelizados, acompanhado com vinho “Herdade do Peso – vinha do monte branco”.
Tábua de queijos – “queijo amarelo da Beira Baixa DOP”, “Queijo de Castelo Branco DOP”, “Queijo amarelo da Beira Baixa velho DOP” e “Queijo de Castelo Branco velho DOP” acompanhado com o mesmo vinho do prato anterior e com doces caseiros.
Sobremesa – Tarte “Requeijão sabores Idanha”, creme de vinho do Porto, frutos vermelhos e crocante de chocolate com pepitas de “Queijo de Castelo Branco velho DOP” acompanhado com “Porto Ferreira Dona Antónia – Reserva”.
Café e bombom de queijo.
André Faria, tem 19 anos, é natural de Torres Vedras e está a concluir o seu curso de Técnicas de Cozinha e Pastelaria, na EHTO, mostrando-se como um optimista nos tempos que correm, o que é surpreendente.
Disse-nos que “vejo esta vida com bons olhos” e pensa que “os bons estudantes nestas áreas têm facilidade em arranjar emprego na cozinha”.
Contudo acrescenta que é necessário hoje “muito esforço e muita dedicação” para com qualquer trabalho. Agora, dados os bons resultados na sua formação, vai estagiar para o Algarve no Eden Resort e tem como grande objectivo de vida ir “trabalhar para o Brasil, porque é um país que está em grande expansão”.
Sobre o trabalho realizado na noite do jantar, em que chefiou uma vasta equipa de colegas na preparação da refeição premiada no Estoril, considerou “muito interessante liderar a sua turma na despedida, com quem tem trabalhado ao longo dos últimos três anos”.
A ementa apresentada nesta noite e que havia estado em concurso há algumas semanas naquela prova nacional para a promoção de produtos genuinamente portugueses, foi “baseada nos queijos, conjugando os sabores que achou mais aconselháveis” que idealizou pessoalmente, mas que “claro que nada disto teria sido possível sem a preciosa ajuda dos seus chefes”.
Apesar de ter ganho, mostra uma grande modéstia pois refere também que “havia bons pratos dos outros concorrentes” e que o “concurso estava muito bem elaborado e estruturado”.
Mas André Faria tem consciência de que esta formação não é suficiente para se afirmar no meio, pelo que aponta um novo objectivo de curto prazo: tirar a licenciatura em Gestão Hoteleira, no Porto ou no Estoril. Preferirá o Porto porque quer conhecer bem todo o país, factor importante para quem quer fazer carreira na restauração e hotelaria.
Entre o serviço dos vários pratos André Faria dissertava sobre o seu conteúdo e as afinações que cada comensal devia seguir, nomeadamente sobre a sequência dos queijos devidamente cortados na tábua apresentada.
Daniel teve a preciosa ajuda de Daniela Ferreira, outra aluna distinguida do curso de Técnicas de Restauração e Bebidas, com 17 anos, natural de Santarém, e que justificava as escolhas dos vários vinhos da paleta da Sogrape, uma das maiores empresas vinícolas do país.
Daniela chegou ao pormenor de juntar à tábua quatro ingredientes doces para cortar os sabores intensos dos queijos beirões, explicando que havia escolhido sabores tradicionais elaborados pela sua mãe.
Os participantes na refeição e os representantes da Cooperativa de Produtores de Queijos da Beira Baixa – Sabores de Idanha e a empresa Sogrape Vinhos, também dissertaram sobre a qualidade e especificidade dos produtos apresentados e trabalhados pelos alunos da EHTO, explicando que o prémio foi atribuído por vários júris de diferentes áreas, ressaltando o seu grau de exigência.
O leitor ao passar os olhos pela ementa terá uma sensação agradável, ainda que longínqua desta experiência gastronómica, mas poderá exercitá-la em parte adquirindo estes produtos em alguns dos locais de venda mais especializados existentes nas Caldas da Rainha.
Pode-se dizer que a EHTO acabou em cheio este ano lectivo, esperando apresentar para o próximo ano mais propostas aos alunos e aos oestinos.
JLAS
Homenagem (gastronómica) a Fernando Pessoa na EHTO
No passado dia 15 de Março, a Escola de Turismo e Hotelaria do Oeste, através da turma do 3º ano de Técnicas de Cozinha e Pastelaria, no âmbito da semana da francofonia, realizou uma refeição inédita intitulada “Pessoa à mesa”.
O cariz especial desta refeição teve a ver com a representação pelos mesmos alunos no auditório da Escola de alguns excertos da peça “O Marinheiro” do próprio escritor Fernando Pessoa, a que se seguiu um menu inspirado nos seus vários heterónimos.
Provavelmente esta experiência proporcionou aqueles alunos uma melhor formação na restauração, mas igualmente uma formação mais profunda, estudando um dos principais escritores da língua portuguesa.
Neste menu era sugerido “espuma de queijo envolto em cremoso vinho tinto” para o seu heterónimo de Ricardo Reis, “truta fumada acompanhada com risoto de cogumelos e seu crocante de maçã” para Alberto Caeiro, “Lombo de novilho na chapa regado com molho de whisky, polígono de batata e seus instrumentos a vapor” para Álvaro de Campos e finalmente, para outra vez para Alberto Caeiro, “petit gateaux e misterioso macarron de framboesa assentes em areia caramelizada e bosque de frutos secos”.
Uma verdadeira experiência literário-gastronómica, demonstrando de forma simples o grande potencial que a cultura portuguesa pode ter.
JLAS
