Agrupamentos ainda ultimam planos de contingência para receber a totalidade dos alunos, a partir de 14 de Setembro, e com os horários totalmente preenchidos, mas há planos B e C preparados para serem aplicados caso a dinâmica da pandemia assim obrigue. Turmas não serão limitadas em número de alunos, mas haverá condicionantes na utilização de salas, intervalos e almoços intercalados,
e aposta na educação cívica. Arranque será com medidas de reforço dos conteúdos leccionados à distância durante o confinamento
Os agrupamentos de escolas das Caldas da Rainha e Óbidos estão a ultimar os preparativos para receber os alunos no novo ano lectivo, que se inicia entre 14 e 17 de Setembro. Apesar dos planos de contingência não estarem ainda totalmente definidos, as linhas gerais estão estabelecidas e a garantia é que as aulas começam com todos os alunos na escola, em regime presencial, até porque o Ministério da Educação assim definiu.
Mas se em relação à presença de alunos se trata de um regresso à normalidade, o ambiente escolar terá muitas condicionantes, de modo a minimizar ao máximo os riscos de contágio, através da limitação da interacção entre alunos de turmas diferentes.
A grande parte das medidas são comuns a todos os agrupamentos. No 1º ciclo, haverá lugar a intervalos e almoços desfasados, em Óbidos a opção estende-se também às entradas e saídas e também ao 2º ciclo. A partir do 2º ciclo, o uso de máscara é obrigatório. “Já adquirimos kits para os alunos, professores e auxiliares, suficientes para todo o primeiro período”, realça João Silva, director do Agrupamento de Escolas Raul Proença.
No 3º ciclo e secundário, além dos horários desfasados, cada turma ocupará sempre a mesma sala, salvo excepções em que seja necessário utilizar salas específicas.
Em Óbidos, além dos equipamentos de protecção pessoal que serão distribuídos, “todas as escolas já estão preparadas com tapetes desinfectantes à entrada”, refere Teresa Mendes, adjunta da direcção, acrescentando que haverá cuidados reforçados com a desinfecção dos espaços.
Comum aos diversos agrupamentos é a criação de circuitos de circulação e a limitação de permanência de alunos em espaços como os bares das escolas. Na Escola Rafael Bordalo Pinheiro, o espaço do bar, actualmente reduzido, será ampliado por esse motivo, refere a sub-directora Maria João Dias. O objectivo é que haja o menor contacto possível com pessoas diferentes às da turma.
Fora de questão está a divisão das turmas, algo que seria incomportável para as escolas em termos de espaço físico e de professores. Em sala de aula, será aplicado o definido pelo ministério, um distanciamento mínimo de um metro entre alunos, quando possível.
CONSCIENCIALIZAÇÃO
Parte do processo irá recair também na própria educação cívica para os cuidados que os jovens devem ter no contexto de pandemia. Além do distanciamento, factores como a etiqueta respiratória e a higienização terão que fazer parte das rotinas dos alunos. Os alunos mais crescidos serão incentivados a levar o lanche de casa, como já acontece com os mais novos.
Outro aspecto importante que será introduzido em todas as escolas é o reforço dos apoios aos alunos para que seja recuperado o que se perdeu com o ensino à distância no final do ano lectivo passado. Em Óbidos estão previstas duas turmas de apoio tutorial específico e tutorias individuais e mentorias. No Agrupamento Raul Proença, esse reforço será concentrado nos anos do 1º ciclo, e na Matemática do 2º e 3º ciclos.
PLANOS B E C PRONTOS A IMPLEMENTAR
O início do ano escolar será presencial, mas nada garante que o seja a 100%, até porque uma segunda vaga pode comprometer esses planos e enviar alunos e professores para casa.
Nesse caso, há mais dois planos a seguir pelas escolas. O mais radical obrigará ao regresso ao ensino à distância, o método utilizado durante todo o terceiro período do ano lectivo passado, à excepção do 11º e 12º ano. Mas há igualmente um regime misto, em que haverá uma repartição entre aulas presenciais na escola, e aulas à distância, em casa.
João Silva, do agrupamento Raul Proença, realça, no entanto, que mesmo no regime misto, o 1º ciclo manterá as aulas presenciais, como medida de apoio aos pais.
Em Óbidos, “numa fase de implementação mais crítica da pandemia, queremos ter apenas 25% dos alunos por escola”, adianta Teresa Mendes.
































