Edição da Corrida pela Vida de 2012 vai ajudar a associação Ajuda de Berço

A edição deste ano da Corrida pela Vida, que se realiza nas Caldas da Rainha no dia 8 de Dezembro, irá apoiar a Ajuda de Berço, uma instituição que acolhe crianças em risco, situação de abandono e vítimas de exclusão social. Gazeta das Caldas foi conhecer a casa de Monsanto, uma das duas residências que a instituição tem em Lisboa e que, no total, acolhem cerca de 40 crianças até aos três anos de idade.
A iniciativa é organizada pela Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo e tem já as inscrições abertas para a prova nocturna que está limitada a 500 participantes.

A Ajuda de Berço nasceu da vontade de um grupo de 18 amigos (pediatras, sociólogos,  enfermeiros, psicólogos, técnicos de serviço social e juristas) em dar uma resposta social para que todas as crianças tivessem um sítio onde ficar. Corria o ano de 1998 quando foi criada a associação que nasce da “consciência de que toda a vida pede amor”, de acordo com o ideário da instituição.

O primeiro centro de acolhimento a entrar em funcionamento foi o da Quinta da Cabrinha (em Alcântara) em 1999, numas instalações cedidas pela Câmara de Lisboa. Quatro anos mais tarde abre as portas a casa de Monsanto. Este segundo centro de acolhimento resultou da campanha “Swatch Fraldinhas” e consistiu na recuperação de um conjunto de 18 casinhas agrícolas, que foram adaptadas às necessidades da Ajuda de Berço.
Actualmente as duas casas têm capacidade para 40 crianças (20 em cada) repartindo-se as mais pequenas, até um ano, pelas instalações de Alcântara e as maiores (até aos três anos) pela de Monsanto.
As crianças chegam à Ajuda de Berço encaminhadas pelo tribunal, Segurança Social ou comissões de protecção de crianças e jovens, por se encontrarem numa situação de perigo iminente. “Não acontece as crianças virem ser entregues à nossa porta”, explica Mariana Reis, responsável pela recolha de fundos da instituição, acrescentando que se trata de um centro de acolhimento temporário que, simultaneamente, define um “projecto de vida para cada criança”, que passa pela adopção ou por voltar para a família biológica.
A estrutura é composta por quase 60 trabalhadores, que garantem o funcionamento da instituição e o bem-estar das crianças 365 dias por ano. Para além dos funcionários, existem também os voluntários que colaboraram com a instituição.
Durante o período de tempo em que ali estão, as crianças não saem para passar temporadas fora do centro de acolhimento. Para os mais crescidos, a frequência da escola também é assegurada pela instituição.

Ajudas garantem sustentabilidade do projecto

Para além da ajuda do Estado, a associação conta também com o patrocínio de empresas e o apoio de particulares, mas que têm vindo a diminuir, sobretudo a partir de 2010. Nesse ano a Ajuda de Berço chegou mesmo a ponderar fechar um dos centros de acolhimento, mas graças a uma grande onde de solidariedade foi possível manter as duas casas em funcionamento.
Contudo, “continuamos a ter que desenvolver a máquina dos doadores porque as empresas estão cada vez mais a diminuir as participações”, conta Mariana Reis. E, face a esta diminuição de receitas, ajudas como a da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo “são imprescindíveis”, acrescenta a responsável.
Embora seja uma das instituições que tem sido muito acarinhada pelos meios de comunicação social, com campanhas mediáticas, Mariana Reis diz que estas possibilitam ajudas esporádicas e que as associações precisam criar uma sustentabilidade tal que lhes permita saber com quem podem contar a curto e médio prazo. “Temos um grupo de doadores consistente e fiel à Ajuda de Berço e é isso que nos mantém”, conta, dando também nota que possuem cerca de 700 sócios, que se comprometem a pagar uma cota anual de 30 euros.
A associação está actualmente a desenvolver alguns projectos, como é o caso dos Amigos da Ajuda de Berço, em que as pessoas comprometem-se a ajudar com 30 euros por ano, ou seja, 2,50 euros por mês. “Precisamos desse compromisso”, apela Mariana Reis, fazendo notar que a “pessoa pode ficar assustada de ver aquele montante sair da conta todos os meses, mas a nós é o que nos garante a subsistência”.
Está ainda a ser relançado o projecto Padrinhos, em que particulares ou empresas comprometem-se em garantir, financeiramente, determinado tempo da vida de uma criança na instituição.
“As pessoas comprometem-se a olhar por uma criança, que não sabem quem é nem a podem visitar, pois está cá apenas temporariamente até ter outro projecto de vida”, explica a responsável.
Periodicamente a associação publica no seu site (www.ajudadeberco.pt) uma lista das suas necessidades, como é o caso de produtos alimentares, produtos de higiene, material didáctico e produtos farmacêuticos.
Depois de ter apoiado no ano passado a associação Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, a Junta de Nossa Senhora do Pópulo quis ajudar desta vez mais uma associação que ajudasse crianças, desta feita as que possam ser vítimas de maus tratos familiares ou de abandono.
Contactada a Ajuda de Berço “houve logo uma grande receptividade”, conta José Cardoso, vice-presidente da Junta de Freguesia, adiantando que irão agora contactar as escolas no sentido de fazer uma campanha de angariação dos produtos destinada aquela associação.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

Inscrições abertas para correr 10 quilómetros pelas ruas das Caldas

A Corrida pela Vida sai novamente às ruas das Caldas da Rainha, ao inicio da noite de 8 de Dezembro. O percurso, de aproximadamente 10 quilómetros, terá pela primeira vez início e fim à frente da Junta de Freguesia.
A prova principal começará às 18h30 horas e é destinada a todo o tipo de participantes, num limite máximo de 500. O evento termina com um jantar oferecido pela organização (à semelhança do que tem acontecido nas edições anteriores), no restaurante Milénio.
As inscrições, com um custo de 10 euros, já estão abertas no site do Atleta Digital e da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, podendo também ser feitas na secretaria da Junta.

F.F.