“É na fanfarra que muitos iniciam a vida de bombeiro”

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bombO início do desfile estava marcado para as 15h30 do passado domingo, dia 13 de Setembro, mas por essa hora, e ao longo da tarde, o mau tempo pregou uma partida às sete fanfarras que, em lugar de desfilarem pelas ruas da cidade – como estava previsto – acabaram por actuar no quartel dos bombeiros das Caldas da Rainha. Num ano em que os soldados da paz caldenses cumprem o seu 120º aniversário, e após três anos sem realizar o evento, a associação humanitária voltou a organizar o Festival de Fanfarras, que somou a sua décima edição.
Apesar da chuva, todas as fanfarras se empenharam em apresentar um bom espectáculo, soprando afinadamente na corneta e baqueteando energeticamente os bombos. Houve também grupos, como as fanfarra das Caldas e de Vieira de Leiria, que exibiram algumas acrobacias em plena actuação, ou então quem levasse consigo o maestro como foi o caso da Fanfarra de Rio Maior.
Formada há 60 anos, em Maio de 1955, a Fanfarra das Caldas é composta por 42 participantes, o mais novo com sete anos e o mais velho com 50. Uma das composições mais jovens a tocar no domingo, tendo em conta que existiam fanfarras com elementos de 76 ou 78 anos.
Responsável pela fanfarra caldense há dois anos, o sub-chefe Luís Ventura refere-se ao grupo como uma “família”, salientando a importância da fanfarra no corpo de bombeiros. “É aqui que muitos iniciam a vida de bombeiro e fico contente por ter muitos meninos novos”. Ainda assim, Luís Ventura, participante na fanfarra há 33 anos, refere que “gostaria de ter mais bombeiros no grupo, embora saiba que isso é difícil devido à carga horária que temos enquanto bombeiros voluntários”. É que a fanfarra ensaia uma vez por semana e está presente em diversos encontros nacionais, que normalmente decorrem aos sábados e domingos.
Para o comandante Nelson Cruz, que iniciou a sua ligação aos bombeiros das Caldas através das fanfarras quando tinha nove anos, estas “fazem parte da cultura da associação e são a prova de como os bombeiros têm outras valências que não apenas a extinção dos incêndios”. Segundo o comandante, fazem parte da corporação mais de 50 bombeiros que deram os primeiros passos na fanfarra.
Às fanfarras que desfilaram no festival, vindas de Ferreira do Alentejo, Leiria, Leça da Palmeira, Oliveira do Hospital, Vieira de Leiria, Rio Maior e, claro está, Caldas da Rainha, foram entregues pequenas lembranças, nomeadamente uma peça da autoria do escultor Carlos Oliveira, concebida propositadamente para a ocasião. MBR

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