Estruturas representam um investimento a rondar os 30 mil euros e permitem o acesso a todo o trilho de visitação. Câmara das Caldas traça plano a dez anos para aquisição do terreno do Paul
A Reserva Natural Local do Paul de Tornada comemorou o 12º aniversário da classificação, na passada sexta-feira, 2 de julho. As prendas de aniversário foram várias: desde a inauguração de duas pontes pedonais, que permitem o acesso a todo o trilho de visitação e que foram uma prenda do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), uma das entidades que faz parte da gestão da reserva.
João Coelho, presidente do GEOTA, esclareceu que as pontes representam um investimento a rondar os 30 mil euros.
Outro presente foi a assinatura do protocolo que inclui o Paul de Tornada no Geoparque do Oeste, um projeto que culminará numa candidatura a Geoparque Mundial da Unesco.
No dia de aniversário foi, ainda, inaugurada a exposição “Ictiofauna nativa dos rios da Região Oeste” promovido pelo projeto Peixes Nativos, uma parceria da Águas do Tejo Atlântico com o ISPA. A exposição incluiu a oferta de um vídeo por parte da organização.
A coordenadora do projeto, Carla Santos, realçou que na reserva natural há “um peixe que só existe em Portugal, o ruivaco, e este projeto tem muito o objetivo não só científico como também divulgar este património, que é desconhecido para muitos e cuja preservação está diretamente relacionada com a reabilitação das linhas de água, de modo a evitar que estas espécies se extingam”.
A Câmara das Caldas gostaria agora que esta mostra, que passará por todos os municípios aderentes ao projeto, pudesse ser transportada para a Foz do Arelho, para que pudesse estar visível a todos utilizadores da praia nesta época balnear.
Carla Santos realçou, ainda, a participação dos alunos da Escola Básica de Salir do Porto, que criaram folhetos e os foram distribuir. “Foram pequenos guardiões e divulgadores da ciência”, afirmou.

Ana Rita Ramos, presidente da Associação de Defesa do Paul de Tornada (PATO), celebrou também o facto de a associação ter conseguido o estatuto de utilidade pública e recordou o trabalho feito até aqui. “Há que repensar o que fazer daqui para a frente”, referiu, acrescentando que são necessárias obras de manutenção no edifício principal e há que projetar algum uso para as estruturas adjacentes.
Ana Rita Ramos lembrou o esforço na procura de financiamento por parte da PATO e do GEOTA e alertou que continuam a “precisar de mais”, alertou.
Câmara estuda compra do Paul
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, afirmou no evento que “na próxima década será uma questão decisiva a aquisição deste espaço” porque, caso contrário, “dificilmente poderemos dar um salto qualitativo, que vá muito para além do que temos atualmente”.
Com a aquisição do terreno, cuja renda é paga pelo Geota com comparticipação camarária, será também possível criar atividades complementares, que ajudem a financiar a reserva.
A Reserva Natural Local do Paul de Tornada tem uma área de cerca de 53 hectares e tem um modelo de gestão que é encabeçado pela autarquia (atualmente é a vice-presidente, Maria João Domingos, a presidente da reserva) e inclui a PATO, o GEOTA e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Nas últimas décadas o espaço, que em tempos era utilizado para a produção de arroz, foi alvo de uma grande recuperação ambiental. ■
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