Duas caldenses no Museu de História Natural da Dinamarca

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As caldenses Rita Eusébio e Sofia Reboleira
As caldenses Rita Eusébio e Sofia Reboleira no local de trabalho, em Copenhaga - Fátima Ferreira

Rita Eusébio conheceu a bióloga e investigadora Sofia Reboleira no seu último ano de faculdade, em Coimbra, quando assistiu a uma palestra sobre as suas descobertas de insectos nas grutas e a história inspirou-a a sair de Portugal para perseguir a área de sonho – a Entomologia. As duas caldenses estão agora a trabalhar juntas, como estagiária e orientadora, no Museu de História Natural, em Copenhaga (Dinamarca).

A caldense Rita Eusébio, de 21 anos, está a estagiar no Museu Zoológico da Universidade de Copenhaga, que integra o Museu de História Natural da Dinamarca. A aventura começou o ano passado quando a jovem licenciada em Biologia pela Universidade de Coimbra pediu à também caldense, Sofia Reboleira (investigadora e docente naquela universidade), para ter uma experiência naquele país do norte da Europa onde gostaria de ter um contacto mais próximo com a Entomologia, especialidade da Biologia que estuda os insectos.
”Na altura não sabia que mestrado queria seguir porque, na realidade, em Portugal não existe nenhum focado na minha área de interesse, a Entomologia”, recorda a jovem à Gazeta das Caldas. A resposta positiva permitiu-lhe candidatar-se a uma bolsa Erasmus e começar a estagiar no Museu Zoológico dinamarquês em Outubro do ano passado.
“Absolutamente maravilhada”, é como Rita Eusébio se define relativamente ao estágio que está a terminar este mês. Revela que excedeu as suas expectativas, destacando que os seus colegas de trabalho “fazem tudo o que podem para me ajudar a aprender e a ser uma melhor profissional nesta área”.
A jovem caldense também não poupa elogios à sua orientadora, Sofia Reboleira, que lhe ensina “tudo o que pode, em todas as áreas da Entomologia, de forma a garantir que quando este estágio terminar eu saiba fazer de tudo um pouco e que tenha os conhecimentos base”, destaca.
Trabalhar e aprender com uma conterrânea é “reconfortante”, diz, porque, apesar de estar longe de casa, “tenho sempre alguém com quem falar português e que percebe exatamente as dificuldades que surgem por estar a viver num país com uma cultura completamente diferente e com uma língua que não falo”. Da Dinamarca. Rita Eusébio destaca a disponibilidade das pessoas em passar o seu conhecimento aos mais jovens.
Esta primeira fase do percurso está quase a terminar, com o estágio a finalizar este mês, mas Rita Eusébio pretende continuar em Copenhaga. Quer iniciar o mestrado e já tem área definida: será em Ecologia e a tese estará relacionada com alguma categoria de insectos, tal como depois o doutoramento, antecipa.
Rita Eusébio é a única portuguesa a trabalhar com a Sofia Reboleira. O resto da equipa é composta por dinamarqueses e espanhóis. “Ela é super competente e aprende muito depressa”, elogia a orientadora.
Aos 36 anos, Sofia Reboleira é investigadora e professora na Universidade de Copenhaga e trabalha no Museu de História Natural da Dinamarca, que funciona como um departamento daquele estabelecimento de ensino superior. Trabalha com insectos e invertebrados que vivem debaixo do solo, em grutas e espaços mais pequenos que as grutas e tem ainda, a seu cargo, uma parte da colecção do museu.
Conhecida pelas suas descobertas de várias novas espécies de invertebrados em grutas em várias partes do mundo, Sofia Reboleira continua a descer às grutas, agora já não como passatempo mas no âmbito do seu trabalho de investigação. Entre os projectos que tem para o futuro estão um trabalho para tentar compreender os impactos das actividades humanas nos ecossistemas subterrâneos. Este projecto, com uma duração de cerca de três anos, levará a que tenha que fazer trabalho de campo desde a Austrália à Europa.

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