DREL quer agrupar escola Bordalo Pinheiro com Santa Catarina

0
644

A Direcção Regional de Educação de Lisboa quer agrupar a Escola Rafael Bordalo Pinheiro com o Agrupamento de Santa Catarina, deixando de fora o Agrupamento D. João II. Uma intenção que para o vereador Tinta Ferreira não é a melhor solução, mas que este considera preferível à criação de um mega agrupamento que congregasse estas três entidades (agrupamentos D. João II e Sta. Catarina com a Secundária Bordalo Pinheiro) num total de quase 4000 alunos.
“Seria uma mudança demasiado radical e os agrupamentos com essa dimensão ainda não estão suficientemente testados”, disse o autarca, para quem a autonomia das várias escolas era a solução mais correcta.
Com esta junção da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro com Santa Catarina, o agrupamento ficará com cerca de 1800 alunos. Por sua vez, o agrupamento de escolas D. João II tem quase 2000 e o Agrupamento Raul Proença cerca de 2400 alunos.
No entanto, com esta alteração, as escolas e jardins de infância de A-dos-Francos, Landal, S. Gregório e Vidais, que agora pertencem à D. João II, passarão para o novo agrupamento.
O autarca informou ainda que a DREL considera que o Agrupamento de Escolas de Santa Catarina, com cerca de 600 alunos, não tem dimensão para ser autónomo.
Sobre a possibilidade de Santa Catarina se juntar à escola da Benedita, por uma questão de proximidade, Tinta Ferreira diz que é uma solução que não lhe agrada porque ele, enquanto vereador, faz questão de preservar a unidade do concelho.
O autarca salienta ainda que podem ser criadas soluções no âmbito desta nova agregação, dando o exemplo do aproveitamento da tradição profissional da Bordalo Pinheiro para a indústria de Santa Catarina.

UMA AGREGAÇÃO CONTRANATURA

Já o presidente do Conselho Geral da Escola Rafael Bordalo Pinheiro, José Manuel Pereira da Silva, vê com “muita surpresa” esta junção e diz não perceber como é que duas escolas contíguas não são enquadradas na lógica de agrupamento.
O docente diz mesmo que um Agrupamento da Bordalo Pinheiro que deixa de fora a D. João II é “contranatura”, pois as escolas estão paredes meias e até têm portas de ligação entre elas.
“Haverá outras razões que não as lógicas, económicas ou pedagógicas para explicar este agrupamento”, ironiza.
Gazeta das Caldas tentou também obter um comentário do director da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, António Veiga, mas tal não se revelou possível até ao fecho da edição.
Na sua escola, porém, os professores têm-se manifestado contra esta decisão, estando em curso algumas tomadas de posição e formas de luta para a contrariar. A praticamente totalidade dos docentes prefere que, a ter de agrupar, a Bordalo Pinheiro o faça com a vizinha D. João II.

- publicidade -

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

- publicidade -