Dois ministros em Óbidos inauguraram a “escola do futuro”

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obidosQuase dois anos depois do início das obras, a Nova Josefa, o nome dado à requalificação da Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos, abriu as suas portas. Na tarde do passado domingo, dia 7 de Setembro, centenas de populares quiseram assistir ao momento em que os ministros Nuno Crato (Educação e Ciência) e Miguel Poiares Maduro (Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional) descerraram a placa à entrada da escola que resulta de um investimento superior a 6 milhões de euros, financiada maioritariamente por fundos comunitários, e que promete revolucionar o ensino em Óbidos.
Esta é “a escola do futuro”, garantiu o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques. Uma escola “construída para todos, sem excepção”, com “ambientes educativos inovadores”, que se alicerça numa “numa verdadeira territorialização”, com a comunidade verdadeiramente envolvida na educação dos mais novos. Uma escola que dá por concluída a reforma profunda nos estabelecimentos escolares de Óbidos iniciada em 2004 e que se traduz na centralização das 24 escolas espalhadas pelo concelho em quatro grandes complexos escolares, num investimento de 25 milhões de euros, que permitem à autarquia “a perspectiva de um sistema educativo capaz de preparar as novas gerações para um futuro com esperança”, defende Humberto Marques.
De olhos postos na municipalização do ensino em Óbidos, um projecto herdado da liderança de Telmo Faria, o edil sublinhou no seu discurso que “serão escolas com sucesso e de sucesso aquelas que estiverem abertas à diferença e às quais for dada a liberdade de organização, de construção de diferentes projectos educativos, de definição de percursos escolares e de currículos diferenciados”. Um caminho que, ainda à espera de luz verde por parte da tutela, começou já a ser trilhado em Óbidos, com uma oferta educativa baseada na criatividade, nos interesses e na realidade local.

Óbidos é “um exemplo”

Por tudo isto, o ministro da Educação, Nuno Crato, afirmou que “Óbidos é um exemplo para o país”. Elogiando a “requalificação bem pensada” e o facto de a autarquia ter pensado as escolas no seu conjunto, o ministro disse que “as escolas básicas de hoje estão a milhas de distância das escolinhas que existiam” no concelho, concentrando mais recursos e mais oportunidades para todas as crianças.
Para o governante, “Óbidos está à frente numa série de ofertas”, incluindo na sua integração no Projecto Aproximar a Educação (PAE), que entra a partir deste ano lectivo numa fase piloto de descentralização da Educação. E esta “escola do futuro é cada vez menos escola da 5 de Outubro [Ministério da Educação] e mais das populações locais”, afiançou o governante, deixando no ar a hipótese de a municipalização escolar em Óbidos vir a ser uma realidade dentro de pouco tempo.
Também Poiares Maduro ajudou à satisfação dos autarcas obidenses quando deixou a promessa de que o Governo vai “fazer uma profunda descentralização do Estado”, o que “permite um melhor reconhecimento das preferências de cada comunidade”. O responsável pelo Desenvolvimento Regional também não poupou elogios ao que diz ser uma “escola magnífica”.
Numa tarde de domingo em que o imenso calor que se fazia sentir no auditório da Nova Josefa desafiava qualquer pessoa a abandonar a sala, coube ao antigo presidente da Câmara de Óbidos, e actual presidente da Assembleia Municipal, o discurso mais fervoroso – e mais longo – da tarde. Ao longo de mais de meia hora, Telmo Faria lembrou as motivações que o levaram, há mais de uma década, a colocar a Educação como uma prioridade da autarquia, falou nos próprios filhos e na vontade de os ver a frequentar a escola pública na sua terra natal e não num qualquer colégio privado.
O percussor do projecto da escola municipal de Óbidos chegou a zangar-se com Nuno Crato por o projecto não avançar à velocidade de que gostaria, tendo até, em Junho do ano passado, fechado a porta à realização de um Conselho de Ministros em Óbidos, como pretendia o governo, acabando este por se realizar em Alcobaça. Agora Telmo Faria exortou miúdos e graúdos a aproveitarem as oportunidades que foram construídas nos últimos anos porque, segundo afirmou, “Óbidos tem o melhor parque escolar do país e da Europa”.
Manifestamente satisfeito com a nova escola estava também o presidente da Comissão Administrativa Provisória do Agrupamento de Escolas de Josefa de Óbidos, José Manuel Nascimento, que deixou aos presentes a promessa de que “as pessoas vão estar no centro da Nova Josefa”.
No Agrupamento de Escolas de Josefa de Óbidos dez docentes pediram rescisão por mútuo acordo, mas o Ministério da Educação só aceitou oito rescisões.
 
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt

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