Cerca de duas mil crianças de várias escolas do concelho juntaram-se a 27 de Abril, na Praça 25 de Abril, em frente à Câmara, para formar um gigantesco Nariz Vermelho e desta forma auxiliar a associação que assegura as visitas dos doutores palhaços às crianças hospitalizadas. Estes profissionais pertencem à associação Operação Nariz Vermelho e querem estender as suas animadas visitas a mais hospitais do país pois, por enquanto, agora ainda só conseguem estar em 12 unidades de Lisboa, Porto, Braga e Coimbra.

Era grande a azáfama por volta as 10h00 na praça 25 de Abril. Aos poucos iam chegando crianças de várias idades, todas de t-shirt vermelha, que se concentraram no relvado em frente aos Paços do Concelho para assim começarem a formar um enorme nariz humano vermelho e com isto demonstrar solidariedade para com a Operação Nariz Vermelho.
Foi sob a orientação do Dr. Chocapic e do Dr. Quico Satisfação que os mais novos e alguns seniores participaram nesta formação humana de causas solidárias. As crianças ainda gostaram mais pois não faltaram canções e coreografias destes doutores muito especiais que são também palhaços.
Ao todo foram também comprados nas Caldas da Rainha mais de dois mil narizes vermelhos, o que permite à Associação Nariz Vermelho continuar a promover as visitas dos doutores palhaços às crianças hospitalizadas.
“Somos uma IPSS sem apoio do Estado, logo é através destas iniciativas que recolhemos fundos de modo a continuar a assegurar as visitas dos doutores-palhaços às crianças hospitalizadas”, disse Magda Ferro, responsável pela comunicação daquela associação. Esta responsável elogiou “a enorme capacidade de mobilização do Ponto de Ajuda, que foi fantástico a realizar o nariz humano gigante”.
Neste momento os doutores-palhaços já visitam crianças em 12 hospitais – sete em Lisboa e os restante no Porto, Coimbra e Braga. “Para crescer temos que consolidar o trabalho que já temos feito”, explicou Magda Ferro quando questionada se seria possível estes profissionais chegaram ao Hospital das Caldas.
Há, no entanto, uma ideia de continuar a expandir e a fazer chegar o bom humor dos palhaços aos mais novos que precisam de tratamentos nas unidades hospitalares.
Magda Ferro diz que por todo o país têm encontrado escolas e organizações solidárias que têm contribuído para esta causa, o que já permitiu que fosse constituída uma equipa de 20 doutores-palhaços que trabalham em duplas e que fazem três visitas por semana aos hospitais. Entre os doutores-palhaços há um caldense que actualmente reside em Lisboa.
Os doutores-palhaços têm que ter um coração grande
Animar uma criança que está hospitalizada não requer apenas formação artística. “É preciso ter também um coração grande, disponível a amar”, disse o actor Carlos Moreira, que dá corpo e alma do Dr. Quico Satisfação, um dos palhaços-doutores que veio às Caldas fazer parte da iniciativa.
O Dr. Chocapic (“Pacas”- Valdemar Luís) reforçou a sua ideia afirmando que “é preciso um grande coração e ter muito amor para dar”. Estes dois profissionais já trabalham há sete anos em Portugal e apostam na formação constante de modo a poder aperfeiçoar o seu trabalho.
Ambos gostaram de estar nas Caldas e sublinharam a capacidade das entidades da cidade em organizar esta grande iniciativa. “Todo o país deveria repetir o que aconteceu aqui, a favor das crianças que estão nos hospitais”, disseram estes doutores especiais, que tanto contribuem para o bem-estar dos mais novos. Ambos acham possível que um dia o CHON possa ter doutores-palhaços, mas antes “é preciso consolidar o trabalho desenvolvido até aqui”.
O provedor da Misericórdia, Lalanda Ribeiro, não podia estar mais satisfeito com a capacidade de organização dos responsáveis do Ponto de Ajuda, que conseguiram mobilizar as várias escolas a participar neste grande evento. “Queremos continuar a colaborar com este organismo que se preocupa com as crianças que estão doentes”, disse o provedor, referindo que a primeira colaboração já tinha decorrido no Natal com a feitura de postais por crianças caldenses com a intenção de os oferecer aos meninos hospitalizados.






























