Documentário leva jovens das Caldas até à Polónia

Quatro jovens vão percorrer quase 7000 quilómetros para aprender mais sobre a Segunda Guerra Mundial e contar a experiência num documentário

O início da viagem está marcado para 16 de agosto e, das Caldas rumam até Auschwitz (Polónia), onde se localiza o maior campo de concentração do regime nazi. Pelo meio haverá paragens em locais históricos ou de relevância sobre o período da Segunda Guerra Mundial.

Mas o que leva Catarina Clemente, Pauline Vaillant, Maria Costa e Rodrigo Sanches, jovens que acabaram o 11º ano em Artes Visuais na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro a fazer quase 7000 quilómetros durante o seu período de férias escolares? A resposta é o projeto 80.45 (nome provisório), que advém do facto de se celebrarem os 80 anos do final da Segunda Guerra Mundial, um período da História recente que querem conhecer melhor e também educar as pessoas para essa temática, que consideram “pouco conhecida e desenvolvida”. Durante a viagem os jovens irão parar junto de monumentos históricos e museus, e recolher testemunhos sobre a temática, com o objetivo final de realizar um documentário. “Vamos fazer o projeto em inglês para ser mais global e pessoas de outros países também terem acesso”, explica Catarina Clemente, acrescentando que já possuem alguma experiência na área. O ano passado fizeram a curta metragem In Between, que escreveram, realizaram, interpretaram e editaram sozinhos, para a disciplina de Inglês, mas que depois colocaram no Youtube e que “recebeu bastante atenção mundialmente”, partilhou a jovem que, tal como os colegas, pretende seguir a área do Cinema no ensino superior.

Neste projeto cada um tem tarefas específicas que se alinham também com as ambições que têm para o futuro. Catarina Clemente não irá na viagem, mas estará responsável pela pós produção e será ela a fazer a pesquisa e recolha da informação em Portugal. Pauline Vaillant irá responsabilizar-se pelas filmagens e entrevistas a fazer, juntamente com Rodrigo Sanches. Já a Maria Costa caberão as funções de ficar encarregue das filmagens e da manutenção do material técnico. A acompanhá-los irá o pai de Pauline, Emmanuel Vaillant, que possui conhecimentos na área pois trabalhou para uma empresa americana que faz produção para televisão.

Ao longo da viagem irão acampar e ficar em casa de amigos e familiares, de modo a reduzir os custos ao mínimo possível. A maior dificuldade prende-se exatamente com os custos que o projeto acarreta, reconhecem os jovens, que irão procurar patrocínios. Também já pediram apoio ao Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro para que lhes possa ceder equipamento e aguardam a resposta.

O projeto pode ser conhecido no site gofund.me/4e66e22c, onde também estão a angariar fundos.

Por agora, os jovens que irão partir em viagem preparam-se, também psicologicamente para o que vão encontrar. “A expetativa é de uma viagem, sobretudo, alegre, apesar do tema, com um forte objetivo de influenciar e educar as pessoas para esta temática que é bastante sensível e importante”, remata Rodrigo Sanches.

Cinema independente precisa de apoio
Após regressarem da viagem irão fazer o documentário, cujo título e duração ainda estão em aberto, que contam terminar durante o inverno. Depois contam partilhá-lo na escola bem como submetê-lo a festivais de cinema europeus, “também para ganharmos um pouco mais de atenção por parte das entidades”, concretiza Catarina Clemente.

A jovem destaca a importância deste projeto também como uma chamada de atenção para o cinema independente a nível nacional. “As Caldas é uma cidade bastante artística mas eu sinto que quando se trata da área específica do cinema há muito pouco apoio”, lamenta a jovem, fazendo notar que muitos artistas têm de começar de maneira independente. Esta tentativa de obtenção de apoios serve também para “inspirar pessoas da nossa idade ou mais jovens que tenham interesse nesta área”, disse a jovem que, juntamente com os colegas, quer abrir caminho e incentivar os artistas a procurar e fazer trabalho nesta área.