Doces e Licores regressaram ao Mosteiro, mas vendas baixaram

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Videomapping nos 200 metros da fachada do Mosteiro, narrava a História do território e salientava o que o distingue nos dias de hoje

Certame que se realiza em espaço monástico regressou, mas as vendas ainda não atingiram os níveis pré-pandemia.

Os Doces e Licores Conventuais regressaram ao Mosteiro de Alcobaça para a sua 24ª edição, depois de duas edições em que foi organizada uma mostra nos próprios estabelecimentos comerciais participantes. Milhares de pessoas acorreram ao evento, mas as vendas não atingiram os níveis pré-pandemia.
Helena Castro, da Casa do Pão de Ló de Alfeizerão, fez o balanço da Mostra. “Foi um regresso muito importante e foi um bom evento”, referiu, elogiando a organização. Ainda assim, diz, “ficou um pouco aquém em termos de visitantes e, sobretudo, de compradores”. A meteorologia, a situação económica atual e a falta de divulgação na televisão terão contribuído para tal facto.
Catarina Saraiva, do Atelier do Doce, concorda que estes fatores tiveram impacto. Ainda assim, realça, “foi muito bom, é sempre um evento marcante”. Apesar de longe dos níveis de venda pré-pandemia, no espaço da empresa do Casal do Amaro conseguiram “vender bastante mais do que esperado, devido à chuva”.

Este ano a Mostra contou com a maior presença de mosteiros cistercienses de sempre que tinham um espaço próprio na Sala do Capítulo. Havia cinco mosteiros portugueses (do Santíssimo Sacramento do Louriçal, de Bande, Trapista de Santa Maria Mãe da Igreja. de São Bento da Porta Aberta e de São Bento deSingeverga) e ainda quatro internacionais (Herkenrode, da Bélgica, de Boa Vista, do Brasil, de Nuestra Senora de Alconada, em Espanha e de Aubergenville, em França.
O videomapping “Terra de Paixão”, projetado nos 200 metros da fachada do Mosteiro, foi um dos grandes atrativos, com quatro sessões diárias. O espetáculo, que contava a história deste território até aos nossos dias, salientava a criação do Mosteiro, a presença dos monges, o amor de D. Pedro e D. Inês, o terramoto e maremoto, o reconstruir da fachada, a extinção das ordens religiosas e a elevação do Mosteiro a património mundial da Unesco. Tudo antes, de, ao som de uma música dos alcobacenses The Gift, homenagear o que distingue, nos dias de hoje, o território de Alcobaça: a fruta e a pedra, os vinhos e licores, os doces e o pão, o calçado, os moldes, a cerâmica e o cristal, a cutelaria e a hotelaria.
Com uma duração aproximada de vinte minutos, “Terra de Paixão” levou três meses a produzir, sendo um projeto da empresa O Cubo para o qual foram necessárias 25 mil imagens individuais e 20 milhões de pixéis de luz.
Uma das novidades deste ano, que fica marcado pela inauguração do hotel (ver peça à parte) foi o alargamento da mostra a três salas do Claustro do Rachadouro, que agora integram o hotel. Aí realizaram-se, por exemplo, showcookings, mas também concertos musicais.
A saída do lado da Rua D. Pedro V foi embelezada com uma exposição dos cartazes das 24 edições já realizadas do evento a esconder os abandonados armazéns.

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Prémios sem surpresas
Logo no primeiro dia foram entregues os prémios que anualmente distinguem os melhores licores, doces e compotas conventuais.
O Licor de Singeverga, do mosteiro homónimo, em Santo Tirso, voltou a vencer o prémio de Melhor Licor Conventual.
Já o prémio do Melhor Doce Conventual foi para o “Manjar Real” da Pastelaria Alcôa. Na categoria dos doces, o “Pão de Ló de Alfeizerão”, do Atelier do Doce, o “Papão d’Anjo”, da Casa dos Doces Conventuais (Alcobaça) e as “Pralines Belges”, da Abadia de Herkenrode (na Bélgica) receberam menções honrosas do júri.
O prémio de Melhor Compota foi para a de pêssego com menta fresca das Monjas Cistercienses de São Bento da Porta Aberta (Rio Caldo).

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