Doces Conventuais levaram milhares de pessoas a Alcobaça

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Este ano o videomapping foi no Claustro D. Dinis

No passado fim-de-semana realizou-se a XXI Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais no Mosteiro de Alcobaça. Milhares de pessoas visitaram o certame, que este ano contou com concertos corais na nave central da Igreja e videomapping no Claustro D. Dinis.

 

“Vivemos pela regra de São Bento: a “Orar e a laborar”. Por isso vivemos uma vida longa. Alimentando com a reza o espírito, e com o trabalho, alimentando o corpo. Somos a voz dos monges”, ouvia-se no Claustro D. Dinis, enquanto na parede era projectada uma imagem dos monges.
E era essa voz dos monges que salientava o facto de aquele mosteiro se ter tornado símbolo de hospitalidade, de prosperidade, de memória e de amor, enquanto na projecção se realçavam as formas arquitectónicas do edifício e se mostrava imagens referentes à história do local, como pinturas de D. Pedro e D. Inês e imagens dos seus túmulos.
O Mosteiro de Alcobaça é “símbolo de hospitalidade, por receber tão bem quem o visita, de prosperidade, porque os seus monges souberam ser também arquitectos, engenheiros e visionários, domando o poder das águas”, símbolo de memória e sobretudo de amor, “daquele amor que tudo vence, que vai para além da morte, que é celebrado ainda hoje pelos casais de namorados que vêm prestar homenagem ao túmulo de D. Pedro e Dona Inês”. E neste momento era projectada uma imagem que remetia para a pintura “Dom Pedro e Dona Inês”, de Ernesto Condeixa.
Era também a “voz dos monges” que fazia notar que hoje se caminha pelos mosteiros a imaginar o modo de vida dos monges, a imaginar aquilo que sonhavam nas noites passadas no dormitório e os aromas que se libertavam da antiga cozinha. “Escutando o silêncio, como nós escutávamos neste Claustro, respeitando os nossos votos”, ouvia-se.
O videomapping foi produzido pela empresa portuense GEMA, e realçava a história dos monges alcobacenses, inspirando-se na sua máxima (Ora et Labora – reza e trabalha) e dotando-a de novas palavras: orar, laborar e amar ou orar, laborar e inspirar.
No interior do mosteiro não faltavam as opções doces, confeccionados com as receitas dos monges. Os saberes (e sabores) centenários têm como base as gemas de ovos e o açúcar (que geralmente eram abundantes, dado que as claras eram usadas para as outras lides do Mosteiro).
Este ano nos concursos foi distinguida a Delícia do Convento, da Pastelaria Alcôa, nos doces, com o primeiro lugar. A Trouxa de Ovos e as Gemas Reais, ambos da Casa dos Doces Conventuais, receberam menção honrosa, assim como o Segredo de São Bernardo do Atelier do Doce.
Nos licores, foi novamente o de Singeverga o vencedor e nas compotas, as Monjas de Rio Caldo voltaram a arrecadar o primeiro lugar, desta feita com a compota de mirtilo.

Sons do Silêncio

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Este ano o evento teve como novidade a realização do Festival Sons do Silêncio, que trouxe quatro grupos corais a actuar na Nave central da Igreja, aproveitando a acústica daquele espaço.
No primeiro dia actuou o Coro Gregoriano de Lisboa e no segundo o Coro da Catedral de São Paulo, em Londres, que reúne meia centena de pessoas (entre adultos e crianças), e que se estreou em Portugal. O Coro da Capela Nova e Coro de Câmara Lisboa Cantat fecharam o programa.
Os concertos e o videomapping custaram 60 mil euros, aos quais acrescem os custos com a logística do evento. A realização dos espectáculos contou com um apoio de 85% de fundos comunitários porque integram a programação cultural da rede dos Lugares Património Mundial do Centro.

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