Rotários distinguiram os 25 melhores alunos das Caldas e Óbidos

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Jovens premiados
Os jovens premiados após uma longa sessão onde várias pessoas usaram da palavra, incluindo os próprios alunos

Em 2000 Carlos Monteiro, então presidente do Rotary Club das Caldas, começou a incentivar os seus companheiros rotarios para, no final de cada reunião, colocarem umas moedas num mealheiro. No final do ano tinham 47 contos (234 euros) e decidiram dá-los ao melhor aluno do concelho.

Começava assim, há uma década, a distinção aos melhores alunos de cada ano lectivo, que os seus sucessores acarinharam e desenvolveram, tornando-a numa das mais importantes iniciativas do clube. Actualmente, e com o apoio de diversas empresas e entidades locais, são atribuídos prémios no valor de três mil euros.
A cerimónia deste ano teve lugar no passado dia 1 de Outubro, no auditório da ETEO, e reuniu mais de 150 familiares, amigos e professores dos 25 alunos do 9º ao 12º ano distinguidos.
“A distinção que o clube faz anualmente à nata dos alunos de diversas escolas constitui o reconhecimento do mérito, do empenho e do labor com que eles abraçaram o seu percurso escolar e que lhes permitirá atingir um excelente nível de crescimento como pessoas e como profissionais”, referiu Francisco Vogado, director dos serviços internos do clube.
O empresário, que também apresentou o evento, chamou os jovens ao palco para serem premiados e pediu-lhes para que fizessem um pequeno discurso. Os alunos foram unânimes em destacar o prémio como um reconhecimento do trabalho desenvolvido e no agradecimento aos professores que os acompanharam ao longo do seu percurso académico.
Na cerimónia também estiveram presentes Moisés Jeunes, do Rotary Club de Lisboa (clube padrinho do caldense) e Amorim Costa, da Fundação Rotária Portuguesa e professor da Universidade de Coimbra.
O doutorado em Química e Física Molecular testemunhou o trabalho da fundação rotária ao nível da educação. Esta instituição já atribuiu mais de 10 mil bolsas escolares e, de acordo com o orador, “é apreciável o número de estudantes do clube caldense que já usufruíram de bolsas para prosseguir os seus estudos”.
Amorim Costa deu ainda o seu testemunho de uma vida dedicada à educação e de como esta é garante do desenvolvimento. Considera que o “trampolim para o futuro é a escola” e que a “má formação dos jovens resulta num mau funcionamento do país”.
Perante uma plateia com bastantes jovens, o orador destacou que o reconhecimento do mérito constitui um estímulo para o aluno realizar o trabalho escolar e pediu-lhes para fazer “render o talento que vos foi posto nas mãos e pelo qual tereis que dar conta no vosso futuro”.
O vereador da educação caldense, Tinta Ferreira, disse que as escolas dos concelhos das Caldas e Óbidos estão a fazer um bom trabalho. “Os rankings devem estar a sair e estamos com expectativas altas”, disse, acrescentando que os bons resultados dos últimos anos têm-se traduzido numa maior atractividade das escolas por parte dos alunos.
Ao contrário da Câmara de Óbidos, a das Caldas não patrocina os prémios do rotary, mas atribui 20 mil euros por ano em bolsas de estudo a jovens com dificuldades financeiras que ingressam no ensino superior.
Ricardo Ribeiro, vereador da Câmara de Óbidos, destacou o papel dos docentes e das famílias no percurso dos alunos, assim como o investimento deste município ao nível da educação.
“Gostaríamos, no entanto, de ter mais competências nesta matéria e estamos em negociações com o governo nesse sentido”.
Aos alunos, o presidente do clube caldense, Nuno Ribeiro, deixou um alerta: “este prémio é um meio para atingir a excelência académica e humana”.

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“E um prazer imenso estudar”

Guilherme Neves, da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, e Marta Verdugo, da Raul Proença, terminaram o 12º ano com médias finais que os classificam em terceiro e quinto lugares, respectivamente, no distrito de Leiria. Guilherme acabou com 19,3 valores e Marta com 19,1.
O jovem, de 17 anos, sempre foi um bom aluno. Exemplo disso mesmo são os prémios atribuídos pelo clube rotário caldense aos melhores alunos e que ele tem recebido nos últimos quatro anos.
“Adoro estudar, é um prazer imenso estudar”, disse o jovem, garantindo que não faz grande esforço.
O seu percurso académico já está delineado. Ingressou em Economia na Universidade Católica e aspira ser economista, talvez no sector da banca, ou um CEO  (sigla em inglês para director executivo). Aquele estabelecimento universitário foi a sua primeira opção por ter um “ensino de excelência para Economia e reconhecido a nível internacional”.
Depois da licenciatura terminada em Portugal, Guilherme Neves pretende seguir para mestrado no estrangeiro, na London Business School.
Em relação aos prémios aos melhores alunos, o jovem refere que são “motivadores” para os estudantes. “Iniciativas como estas são de louvar porque são o reconhecimento do nosso esforço, empenho e dedicação ao longo de tantos anos de trabalho”, disse, acrescentando que “são essenciais para estimular o ensino em Portugal, e deviam de haver muito mais”.
Marta Verdugo, de 17 anos, foi a melhor aluna da Escola Secundária Raul Proença com 19,1 valores e entrou em Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico.
“Sabia que podia entrar na primeira opção”, conta a jovem, que escolheu o curso pela vasta oferta de emprego que possui. Pretende seguir a variante aviónica e, no futuro, gostava de ser controladora de tráfego aéreo.
“Agora são cinco anos de estudo”, antevê Marta Verdugo. A semana passada começou as aulas no ensino superior e diz que está gostar, parecendo-lhe até que os professores são bastante acessíveis. “Agora é entrar em velocidade cruzeiro e continuar”, diz, confiante.
Para Marta Verdugo o prémio entregue pelos rotários aos melhores alunos é um reconhecimento importante ao trabalho que desenvolveram durante todo o ano lectivo. “No meu caso, nunca estive numa daquelas turmas dos melhores alunos, eram turmas médias e chegarmos a estas cerimónias é o reconhecimento de que realmente somos bons”, conta a jovem, que estuda por gosto, garantindo que não faz qualquer tipo de sacrifício.

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