Director de rancho folclórico caldense condenado por pedofilia

O director do rancho folclórico e etnográfico “Os Oleiros”, da Associação Cultural e Recreativa Arneirense, Arlindo Estevão, foi condenado, na passada sexta-feira, 11 de Julho, a uma pena de prisão suspensa de três anos por abusos sexuais de duas menores do grupo, com oito e 12 anos.
Para o colectivo do Tribunal das Caldas da Rainha que julgou este caso, ficou provado que o director do rancho cometeu dois crimes de abuso sexual.
Os crimes ocorreram, no caso de uma das vítimas, entre 2008 e 2010 (quando esta tinha entre os oito e os 10 anos) e, no caso da segunda vítima, entre Fevereiro e Julho de 2010 (tinha a criança 12 anos).
Arlindo Estêvão, de 60 anos, aproveitou o facto destas menores dançarem no rancho para praticar “actos sexuais de relevo” contra a vontade das mesmas, por várias vezes. Os abusos aconteceram nas instalações do Arneirense e na carrinha onde este levava as crianças para a casa, a seguir a espectáculos ou ensaios.
O director do rancho nunca admitiu os crimes em tribunal e o colectivo entendeu que isso demonstrava que este não estava arrependido dos actos que cometeu.
Segundo a agência Lusa, atendendo à idade das crianças, à “estigmatização de que foram vítimas” e ao facto de o director do rancho “ter a obrigação de tomar conta delas”, o tribunal decidiu condenar o dirigente associativo a uma pena de dois anos e três meses por cada um dos crimes, cometido de forma sucessiva.
Em cúmulo jurídico a pena foi reduzida a três anos, suspensos por igual período, na condição de o homem pagar uma indemnização 2000 euros a uma das vítimas e de não participar em actividades do rancho nas quais estejam incluídas menores.
Gazeta das Caldas contactou o presidente do Arneirense, Abílio Camacho, que não quis prestar declarações sobre o assunto, dizendo que o condenado iria recorrer da sentença.
Abílio Camacho também não soube dizer se Arlindo Estevão continua ou não como director do rancho folclórico daquela instituição. “Penso que não”, referiu apenas.