A Associação das Termas de Portugal (ATP) reconhece nas Caldas “um importante património da hidrogeologia e do termalismo no país”, disse a presidente deste organismo, Teresa Vieira, durante uma visita que fez ao Hospital Termal, no passado dia 9 de Outubro. O passeio foi o culminar da reunião da direcção desta associação que decorreu pela primeira vez nas Caldas, uma vez que este município integra os seus corpos sociais.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
A direcção da ATP, composta por representantes de várias estâncias termais do país, visitou o Hospital Termal, balneário novo e os pavilhões do Parque na tarde de sexta-feira. Teresa Vieira, presidente desta associação, destacou o importante património termal que as Caldas possui, assim como a qualidade das suas águas e felicitou a iniciativa da autarquia em querer valorizar aquele património “perante uma incapacidade de tomada de decisão” por parte do Estado central.
A responsável considera que tem que haver uma adequação ao novo termalismo, que não é necessariamente “o contrário” do que existia anteriormente, mas mais exigente e com novas modalidades. “Hoje quando falamos de programas de saúde e de promoção de bem-estar referimo-nos a curas de repouso, que já apareciam nos primeiros relatórios clínicos”, disse, destacando que as curas de repouso que existiam nas Caldas não se destinavam a tratar patologias, mas antes a ajudar as pessoas a recuperar o seu equilíbrio.
O projecto deve ser integrado. A presidente da ATP defende que é preciso separar o estabelecimento termal (onde é utilizada a água mineral natural para fins terapêuticos), da estância termal, que é um conceito muito mais alargado. “Pressupõe que haja uma requalificação paisagística e urbana, com a criação de espaços de animação, restauração e alojamento que sirvam o propósito de destino termal”, disse, destacando que as Caldas já têm a vantagem de ter um parque e os próprios pavilhões do Parque.
A presença da ATP nas Caldas pretendeu também fomentar as sinergias entre as duas entidades. Por um lado perceber “como é que a autarquia nos irá ajudar enquanto sector a afirmar cada vez mais e a ter uma oferta mais competitiva” e, por outro, como é que esta associação pode apoiar as Caldas a afirmar o termalismo no contexto nacional, revelou.
Para Teresa Vieira não é preocupante o facto das termas não estarem a funcionar, revelando que se trata de uma questão de tempo. “Existe o mais importante, que é o recurso hidromineral, que é de qualidade e de quantidade e acima de tudo, vontade política”, referiu à Gazeta das Caldas.
A presidente da ATP revelou ainda que, a nível europeu e no âmbito do novo quadro comunitário, há uma aposta na investigação e credibilização da água mineral natural enquanto recurso terapêutico.
“Acho que as termas devem funcionar quando tiverem condições para dar às Caldas e ao nome das termas o que elas merecem”, disse, concluindo que a sua reabertura deve ser planeada, sustentada e permitir que o processo seja sempre em crescendo.
De acordo com o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, é importante estreitar laços com a associação. “Só em conjunto é que as termas portuguesas podem conseguir os apoios, as parcerias e divulgação necessários para atrair mais pessoas e possibilitar melhores condições de acesso”, concluiu.






























