
Mais de 500 idosos das 18 IPSS das Caldas da Rainha celebraram o Dia Internacional do Idoso, a 4 de Outubro, três dias após a data oficial. Depois desta festa já ter passado pela Mata Rainha D. Leonor, Expoeste e Pavilhão do Nadadouro, este ano o Parque D. Carlos I foi o local escolhido para realizar o evento. Para muitos idosos, o dia passado no Parque foi uma oportunidade para revisitarem um lugar de onde guardam boas recordações.
“Se hoje estivesse a chover não podíamos estar aqui, mas como as previsões eram animadoras resolvemos realizar a festa no Parque, até porque alguns destes idosos lembram-se muito bem deste local, mas não vêm aqui há bastante tempo pois estão hospedados em lares fora da cidade”, disse a vereadora Maria Conceição Pereira, acrescentando que actualmente o Parque tem todas as condições para receber um evento deste tipo.
O principal objectivo da festa do idoso é proporcionar um dia diferente aos utentes das várias instituições do concelho, fazê-los sair da sua rotina e lembrar-lhes que “não nos esquecemos deles nem de tudo o que já deram à sociedade”, acrescentou Maria Conceição Pereira.
Para Manuel Francisco Enxuto, 81 anos, utente da Fonte Santa – Centro Social da Serra do Bouro, o objectivo foi cumprido. “Saio hoje daqui mais feliz e mais novo”, contou à Gazeta das Caldas. No seu caso, o dia foi ainda mais especial pois andou de barco pela primeira vez. É que as animadoras sociais desta instituição aceitaram a sugestão de Vítor Marques (presidente da União de Freguesias Nª Sra. do Pópulo, Coto e S. Gregório), que propôs aos participantes que usufruíssem do Parque além do programa de actividades previsto, e levaram alguns utentes a dar uma volta ao lago.
“Gostei muito, o passeio foi muito bonito e divertido”, realça Manuel Francisco Enxuto, que participa há cinco anos nas comemorações do Dia Internacional do Idoso, mas destaca esta edição como a melhor.
Cheia de energia aos 73 anos, Dora Figueiredo só arreda pé da “pista de dança” para falar ao nosso jornal. Membro do Clube Sénior das Caldas da Rainha, já celebra o Dia do Idoso há 13 anos, mas faz lembrar que este dia deve ser comemorado todos os dias. “Não é só hoje que os idosos precisam de atenção, mas sim durante todo o ano. É preciso dar-lhes apoio constante, não só nas datas oficiais”, realçou.
Embora nem todos os idosos consigam dançar como se a idade não pesasse nos pés, como acontece com Dora Figueiredo, esta acredita que “mesmo que já não sejam capazes, são certamente contagiados pelo espírito de alegria e, só por isso, vale a pena sair do lar neste dia”.
Além do tradicional baile, o programa do Dia Internacional do Idoso incluiu uma missa campal, um almoço-convívio no parque das merendas, e várias animações levadas a cabo pelos alunos da Universidade Sénior Rainha D. Leonor.
Amélia Fonseca, 68 anos, participou no teatro “O Baile” (uma recriação do filme de Ettore Scola), interpretando uma senhora muito idosa, mas que mesmo assim se atreve a pôr a bengala de lado para dançar. “Eu só finjo, porque na verdade sou uma pessoa muito activa. É precisamente essa a mensagem que quero transmitir: a idade não é impeditivo para fazermos coisas, para aprendermos mais e mantermos o cérebro activo”, disse a aluna da Universidade Sénior.
UMA IPSS EM CADA FREGUESIA
Sobre a resposta social para idosos existente no concelho, Maria Conceição Pereira afirmou que há uma IPSS em cada freguesia, mais três na cidade, num total de 18 instituições. “Ao nível dos lares a cobertura é bastante razoável e em termos de centro de dia/apoio domiciliário a cobertura é suficiente, sendo que ainda existem vagas”, frisou a vereadora, salientando que “há uns anos existiam apenas lares na cidade e actualmente existem pequenas unidades espalhadas pelas freguesias”, como é o caso da Foz do Arelho, Salir de Matos, Serra do Bouro, Santa Catarina e A-dos-Francos. Além disso, este ano Alvorninha avançou com a construção de um lar e no Nadadouro e Carvalhal Benfeito já foi manifestada a mesma vontade.
“Se já é duro as pessoas deixarem a sua casa, mais duro é se tiverem também que deixar a sua terra. A existência destes pequenos lares, com 20 a 30 camas, permite que a transição seja mais fácil”, realçou Maria Conceição Pereira.
































