Dia do Emigrante atrai três centenas à Expoeste

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O almoço do Dia do Emigrante foi servido a cerca de 300 pessoas e foi assegurado por sete tasquinhas

O almoço do Dia do Emigrante contou com cerca de trezentos participantes de doze nacionalidades. O bailarico foi ao som de Nelson dos Lords e Guida

O almoço do Dia do Emigrante, inserido nas Tasquinhas das Caldas, teve lugar no passado dia 13 de agosto e, segundo a organização, contaram-se em cerca de trezentos os participantes, de 12 nacionalidades, entre habitués e estreantes.

Zé Luís e a esposa vieram de Toronto, e, para ela, o evento foi uma estreia. De férias na terra natal, a caldense contou que não costuma “vir mesmo na força do verão”. “Venho sempre mais em setembro já a caminhar para outubro, que é para depois passar o Natal”, continua. “Este ano, em princípio, não vou passar cá o Natal, por isso é que vim mais cedo, para ir com as netas, que são duas, para a praia”, diz, animada.

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As netas já nasceram em Portugal, porque esta família tem andado bastante para cá e para lá. “Fomos para o Canadá há quase quarenta anos, para uma terra mais a norte chamada Barrie. Foi lá que nasceram os meus filhos”, conta a padeira, já aposentada. O casal regressou com os filhos, há cerca de vinte anos, à pátria amada. Depois de 18 anos por cá, voltaram para o Canadá, desta vez, para Toronto. Mas só o filho os acompanhou (já tendo, entretanto, voltado para Portugal); a filha optou por ficar desde logo em Portugal, e hoje já é mãe. “Mais uns meses e também regresso”, confessa a caldense.

Joaquim Januário, emigrante nos Estados Unidos da América desde 1968 e membro da Associação Regional Caldense, ainda se recorda do primeiro convívio do Dia do Emigrante, há mais de 30 anos, que se realizou no Café Bocage. “Venho cá desde a primeira festa do emigrante. Antes de ser aqui na Expoeste, era nas aldeias – Serra do Bouro, Nadadouro, Foz [do Arelho], Salir de Matos, … ”; afirma, com orgulho.

“Depois de um ano como 2024, em que não tivemos tanta adesão, voltámos a pouco e pouco a retomar esta festa dos emigrantes”, afirma o presidente da câmara das Caldas da Rainha, Vítor Marques. Canadá, Estados Unidos, França, Suíça, Irlanda, Angola, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Irlanda, Cuba e Peru: todos estes países marcaram presença no evento, uma oferta do município para homenagear os emigrantes.

Jorge Ventura, presidente da assembleia geral da Associação Regional Caldense, em Newark, Estados Unidos, notou que “estas festas são sempre gratificantes porque vêm emigrantes praticamente de todo o mundo”, e mostrou-se satisfeito com esta edição.

Maior adesão e melhor organização. Para António Ferreira, presidente da direção da Associação de Cultura e Recreio do Campo (ACRC), “as coisas, este ano, estiveram um bocadinho mais bem organizadas do que em anos anteriores”. António mostrou-se especialmente satisfeito com esta “melhor distribuição” das pessoas, afinal, “muitas vezes, acontecia que as pessoas caíam todas na nossa tasquinha, porque somos a primeira”.

Fala com conhecimento de causa, afinal, já desde 2002 que não falha uma Festa do Emigrante, onde oferece os seus serviços na tasquinha que tem participado desde o início da iniciativa. António Ferreira entrou para a coletividade em 1973, mas ele próprio também esteve “uns anos fora”. O presidente da ACRC aproveitou para anunciar que a associação vai iniciar, em janeiro próximo, um programa de festas para assinalar meio século de existência, que só terminará a 29 de dezembro desse ano, dia em que a ACRC celebra o aniversário.

Foram sete as tasquinhas que participaram, entre as 15 que integram o evento-mãe: Campo, Ceifeiras da Fanadia, ARECO (Coto), Monte Olivetti, Os Oleiros, Arneirense e Ramalhosa. Confecionaram uma ementa comum composta por sopa e, como segundo, carne frita com arroz de feijão. As sobremesas variaram de tasquinha para tasquinha, com doces e frutas entre as ofertas mais gulosas.

E para ajudar na digestão, os homenageados fizeram-se à pista de dança, ao som de Nelson dos Lords e Guida (cantora de Porto de Mós). “Há muitos anos que gostava de vir às Tasquinhas cantar e tocar”, revela Nelson, que viveu no Canadá até aos 9 anos. “Uma saudação para Toronto!”, exclama.

“Saudações para Toronto!”, ecoa Vítor Marques, garantindo que “faremos tudo para que, em conjunto convosco, tenhamos ainda com maior dignidade um momento que represente, que reconheça e que agradeça o esforço dos nossos emigrantes”.

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