A duas semanas da data prevista para o regresso dos vendedores à Praça da Fruta, foram instaladas pela primeira vez as novas estruturas de venda. Na passada terça-feira, 28 de Outubro, foi simulada, com a presença dos vendedores, a instalação dos toldos e das bancas que irão ser utilizados na “nova” praça.
Os vendedores continuarão a ter disponível o parque de estacionamento junto ao hospital para deixaram as suas viaturas após as descargas.
Entretanto, na praça já foram colocados alguns bancos que, pelo estilo contemporâneo e materiais utilizados, têm gerado opiniões discordantes.
Por colocar estão ainda os candeeiros que, de acordo com o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, estão a ser reparados, uma intervenção que já dura há mais de 10 meses.
O mercado regressará à praça no próximo dia 10 de Novembro, depois de funcionar durante 10 meses por detrás do Chafariz das 5 Bicas. Os vendedores mudaram-se para o recinto alternativo a 14 de Janeiro e previam regressar a 22 de Junho, mas a autarquia foi anunciando sucessivos adiamentos.
Esta derrapagem de quatro meses nos prazos foi explicada pela autarquia pelo Inverno “rigoroso”, bem como pela necessidade de fazer algumas alterações ao projecto inicial ao nível das infra-estruturas, pois o que encontraram debaixo do solo não estava devidamente identificado. Os serviços, na elaboração dos prazos de concurso também “não terão levado em conta o prazo certo da componente artística da calçada, que é diferente da calçada normal, pois é muito mais minuciosa”, reconheceu o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, à Gazeta das Caldas em Setembro.
Nessa altura foi também alterada a equipa de calceteiros.
O tabuleiro poderia já estar terminado mais cedo não fosse o engano no desenho da calçada. O tabuleiro da praça é simétrico, com excepção das estrelas que são todas viradas com a ponta sudoeste, mas não foi esse o trabalho executado.
O projecto da autarquia previa que as estrelas estivessem espelhadas e, quando os técnicos viram que os calceteiros continuavam a colocá-las na mesma posição ao longo de todo o tabuleiro, mandaram alterá-las. No entanto, tiveram que voltar a fazer como inicialmente, pois estava correcto, e o projecto é que não era coincidente com o empedrado original. Já no que respeita aos arcos e flores, “por erro de execução”, alguns não foram feitos de forma simétrica e, por isso, tiveram que ser alterados.
As críticas da oposição
A falha nas datas para a conclusão das obras é criticada pela oposição socialista e do CDS-PP. No seu blog, os vereadores do PS das Caldas referem que é “iniludível que o Sr. Presidente falhou todas as suas previsões” e acrescentam que invocar que o “alarde de datas inverosímeis e enganosas constitui uma estratégia para obrigar as empresas a concluir prazos é especialmente penoso de se ouvir”.
Os vereadores socialistas revelam que esta estratégia não deu os seus frutos pois nenhuma empresa “deu importância” aos prazos prometidos. Por outro lado, exigem uma certificação escrita da tolerância, até Junho de 2015, dos calendários de financiamento dos fundos europeus.
Também o vereador do CDS-PP, Rui Gonçalves, criticou a forma como as obras foram concretizadas, “sem apresentação prévia e aprovação em reunião de Câmara”. Em causa estão a colocação de contentores de lixo subterrâneos num local que não estava previsto no projecto original, a deslocação dos contentores para a frente do edifício da Junta de Freguesia, que depois foram mandados retirar pela Direcção Geral do Património Cultural, e a colocação de lugares de estacionamento junto ao tabuleiro da praça, na lateral norte.
“Além das implicações negativas na circulação do trânsito, pela redução substancial da faixa de rodagem, estamos perante uma subversão conceptual ao projecto original, provocando o “asfixiamento” do tabuleiro, dificultando a visibilidade e o acesso aos peões”, denuncia o vereador centrista Rui Gonçalves na sua declaração sobre as obras da Praça.
Este autarca critica ainda o facto de continuarem serem usadas soluções “rebuscadas, em cima do joelho, à ultima da hora e sob pressão, sem serem previamente pensadas e planeadas”, o que continua a constituir um “entrave” ao desenvolvimento da cidade.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt































