Detecção precoce é fundamental para combater o cancro da mama

0
645

Sofia-AbreA detecção precoce, aliada a um estilo de vida saudável, continua a ser a chave para vencer uma doença com tendência a aumentar – o cancro da mama. A adopção de um rotina de vigilância e hábitos de vida saudáveis são também importantes para prevenir esta doença.
Estes conselhos foram dados numa acção de sensibilização organizada em 12 de Novembro pela Câmara do Cadaval. O encontro – Prevenção do Cancro da Mama – contou com as intervenções da coordenadora nacional do Movimento Vencer e Viver, Teresa Nunes, e da coordenadora regional do Núcleo do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Sofia Abreu.
Em jeito de introdução, Teresa Nunes lembrou à vasta plateia, maioritariamente feminina, que tanto ela como a colega presente não eram médicas, mas sim voluntárias que sobreviveram ao cancro da mama. “Estamos disponíveis para ajudar toda a doente, ou familiar, que nos procure na LPCC, ou quem nos solicite participação noutras ações de sensibilização como esta”, referiu a responsável.
Por seu turno, Sofia Abreu, revelou que 75% dos casos genéricos de cancro estão associados ao estilo de vida, referindo que “40% dos cancros poderiam ser evitados se fizéssemos alterações no nosso estilo de vida”. A alteração dos hábitos menos saudáveis cabe a qualquer pessoa e constitui a designada “prevenção primária”.
Ao nível da prevenção secundária, encontra-se o rastreio, sendo que o território português ainda não é totalmente beneficiado pelo rastreio organizado do cancro da mama, situação que a LPCC está a tentar resolver.
As estimativas da Organização Mundial de Saúde são, aponta Sofia Abreu, de que uma em cada quatro pessoas venha a ter cancro. “É um número muito elevado, por isso temos de estar atentos e de conhecer o que é possível mudar na nossa vida”, refere.
A mudança de hábitos passa por abandonar de vez o tabaco, grande aliado da doença, e ser moderado no consumo de bebidas alcoólicas. Se um copo de vinho pode até ser benéfico à saúde, já as denominadas “bebidas brancas” são mesmo nocivas e de evitar. Uma mensagem que deve chegar aos mais jovens, em especial.
Também a habitual exposição solar, em época de praia, deve ser evitada, como forma preventiva do cancro de pele. “O sol é essencial para a saúde, mas não em excesso, e muito menos entre as 11h30 e as 16h00 da tarde”, adianta. Neste período é mesmo de evitar e, fora dele, deve usar-se sempre protector solar. “A pele tem memória. As lesões que apanhamos em mais novos podem vir a dar em cancro mais tarde”, lembra Sofia Abreu.

A importância da detecção precoce

A LPCC contabilizou 6000 novos casos de cancro da mama em Portugal só este ano. Segundo a organização, uma em cada 12 mulheres portuguesas poderá vir a ter cancro de mama ao longo da sua vida. “É um problema mundial que constitui uma preocupação no nosso país. A boa notícia é que 95% desses casos são curáveis, se detectados precocemente”, diz Sofia Abreu.
O cancro da mama é uma doença muito comum, que afeta mulheres de todas as idades, maioritariamente mulheres maduras (cerca dos 50 anos), estando muito ligada à altura da menopausa. “Mas existem mulheres mais jovens e mais velhas com a doença”, salienta.
Também os homens podem ter cancro da mama, embora numa percentagem muito pequena. “Isto é importante porque os homens, e muitas vezes até os próprios médicos, não estão muito sensibilizados para este assunto”.
O rastreio, organizado pela LPCC, abrange mulheres entre os 45 e os 69 anos. Fora desta faixa etária, frisa a palestrante, “temos de ser nós a ir falar com o nosso médico, havendo alguma suspeita ou casos na família”.
Sofia Abreu adianta que “o medo é quase o melhor amigo do cancro”, já que muitas vezes é ele que impede a ida ao médico. Deixar de ter medo, negação ou negligência e passar a ter uma atitude positiva e pró-activa em relação à doença, é determinante para baixar as estatísticas do tipo de cancro mais comum entre as mulheres e o segundo mais mortal no género feminino.

- publicidade -