Deputados defendem Hospital nas Caldas na Assembleia da República

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Os deputados caldenses Hugo Oliveira (PSD) e Sara Velez (PS) usaram da palavra no plenário para, a título individual, defenderem a localização nas Caldas-Óbidos

Hugo Oliveira foi o primeiro, na sessão plenária de quinta-feira na Assembleia da República, a usar da prerrogativa regimental que permite aos deputados fazer uma intervenção a título individual, para falar sobre o acesso à saúde na região. “Há anos que a saúde no oeste se vem degradando por falta de condições físicas que permitam a cabal prestação dos cuidados de saúde hospitalares de forma condigna, quer nos Hospitais das Caldas, de Peniche ou de Torres Vedras”, disse, defendendo a criação de um novo equipamento.
Considera que um hospital “diferenciado e com todas as especialidades permitirá ganhos de eficiência que em matérias de saúde são muitas vezes vitais”.

Hugo Oliveira
Eleito no distrito de Leiria pelo PSD

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O deputado considera que a visão para a construção deste equipamento não pode estar desligada da rede hospitalar nem da localização dos equipamentos já existentes, a proximidade a abrangência e saturação dos mesmos.

O deputado do PSD deixou críticas ao governo de tentar “sacudir a “água do capote”, solicitando à OesteCIM realização um estudo sobre a futura localização, mas também ao documento elaborado, que considera incompleto. As críticas estendem-se à escolha da coordenadora do grupo de trabalho para sustentar a tomada de decisão, a antiga ministra socialista, Ana Jorge, “com ligações ao território que disputa a localização”.
Hugo Oliveira justificou as razões para a localização Caldas/Óbidos em relação à proposta do estudo, que situa o hospital no concelho do Bombarral. Considera que a visão para a construção deste equipamento não pode estar desligada da rede hospitalar nem da localização dos equipamentos já existentes, a proximidade a abrangência e a eventual saturação destes. “Uma localização do Hospital do Oeste para o oeste sul aproxima este de hospitais como o de Vila Franca de Xira e o de Loures e escava um fosso entre o oeste e o Hospital de Leiria, deixando uma grande área territorial a descoberto”, sustentou. O deputado do PSD quer ainda que sejam feitos investimentos nos hospitais existentes.

 

A necessidade de mais critérios
Também a deputada socialista, Sara Velez, destacou a importância do tema. Na declaração política, que fez a titulo pessoal, falou das dificuldades de respostas das três unidades hospitalares que constituem o CHO e salientou que é o próprio governo que assume “que estas instalações não são possíveis de reconverter e é mesmo necessário avançar com a construção de um novo equipamento”. Referindo-se ao estudo encomendado pela OesteCIM considera que os dois parâmetros analisados (tempo e distância percorrida) não podem ser os únicos a ter em conta, defendendo a integração de factores como a caracterização epidemológica da população, a resposta em saúde existente, nomeadamente a rede de cuidados de saúde primários e a existência de outras respostas hospitalares. Questões como a atratividade para profissionais de saúde, pessoal clínico, determinantes que decorrem do ordenamento do território, a rede viária e ferroviária, a existência de escolas, também devem ser analisados.

Sara Velez
Eleita no distrito de Leiria pelo PS

A deputada defende a inclusão de mais parâmetros na análise para a decisão da localização do novo Hospital do que os considerados no estudo da Nova: o tempo e distância percorrida.

Sara Velez entende ainda que a decisão relativamente à localização do novo Hospital do Oeste deve ter em consideração a nova referenciação hospitalar que está a ser levada a efeito. “O terreno apontado pelos autarcas da região entre Caldas e Óbidos parece-me ser, na minha opinião, aquele que melhor responde a todas estas questões”, disse a deputada, apontando ainda a “profunda” razão histórica e cultural que coloca a resposta que é dada pelas Caldas, com mais de 500 anos.
Entre os deputados, João Nicolau (PS), de Alenquer, enalteceu o estudo e criticou o “bairrismo” da alternativa defendida pelos caldenses, apelando a que aceitem a decisão. Já Joana Cordeiro, da Iniciativa Liberal, chamou a atenção para a necessidade de “estudos independentes, sem qualquer tipo de influência política e desprovidos de quaisquer outros interesses que não apenas os interesses das populações”. Questionou o deputado Hugo Oliveira se tem dúvidas sobre as conclusões do estudo e se está assegurada a transparência neste processo.
O deputado do CHEGA, Gabriel Mitha Ribeiro, assumiu a sua preferência pela localização Caldas/Óbidos e pediu que o PSD e PS se definissem nesta matéria enquanto partidos políticos. “Compreendemos a posição de Torres Vedras mas há um critério que fez pesar a nossa decisão, que é o da coesão territorial. A zona das Caldas e Óbidos tem menor acesso a serviços privados e, além disso, essa decisão também acabará por favorecer Santarém”, referiu, acrescentando que o estudo da OesteCIM “inclui fatores de ponderação que enviesam a escolha a favor da zona sul, do Bombarral”.
O deputado social-democrata, Duarte Pacheco, defendeu que deve ser respeitado o estudo, enquanto que para João Dias, do PCP, mais do que discutir a localização é importante cabimentar a verba, lembrando que foi este partido quem a quis incluir no Orçamento de Estado. ■

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